Em um gesto que sinaliza o fortalecimento das articulações políticas rumo às eleições de 2026, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), recebeu neste sábado (24) lideranças que saíram vitoriosas da recente disputa pelo comando do MDB em Pernambuco. O encontro, realizado em clima de cordialidade e alinhamento, reuniu o novo presidente estadual da legenda, Raul Henry, o prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Roberto, e a advogada Adriana Vasconcelos, figuras centrais na reestruturação do partido no estado. A reunião, embora discreta, repercute de maneira significativa no tabuleiro político, especialmente por reunir representantes de siglas com peso estratégico nas articulações eleitorais do campo governista. João Campos destacou o momento em suas redes sociais, ressaltando a importância do alinhamento entre o MDB e as pautas que envolvem o desenvolvimento de Pernambuco e do Recife, sinalizando que a legenda continuará como parceira da Frente Popular. Para o prefeito, a permanência de Raul Henry no comando da sigla mantém uma linha de coerência com os princípios que o partido historicamente defende no estado. A presença de Paulo Roberto, prefeito de um dos maiores colégios eleitorais do interior, reforça a capilaridade da nova direção emedebista, enquanto Adriana Vasconcelos simboliza a renovação de quadros e a presença feminina no centro das decisões partidárias. A movimentação ocorre após semanas de instabilidade no MDB estadual, marcadas por tentativas de intervenção nacional e disputas internas que colocaram em risco a autonomia da direção pernambucana. Com a vitória do grupo liderado por Raul Henry, a legenda reafirma sua identidade local, resistindo a pressões externas e mantendo-se próxima do PSB, partido com o qual tem histórico de alianças desde os governos de Eduardo Campos. A reunião com João Campos representa, portanto, não apenas um gesto de reconhecimento à nova direção, mas também um sinal claro de que a Frente Popular busca consolidar sua base para enfrentar os desafios políticos que se avizinham. Em um momento em que diversas legendas se reorganizam de olho nas eleições municipais de 2026 e nas composições para a disputa estadual, a articulação entre PSB e MDB assume contornos estratégicos. A harmonia demonstrada entre os presentes sugere a continuidade de um pacto político que tem como objetivo preservar a governabilidade e o protagonismo da coalizão que administra tanto a capital quanto importantes municípios do interior.
domingo, 25 de maio de 2025
PREFEITA DE SERRA TALHADA MÁRCIA CONRADO MOSTRA APROXIMAÇÃO COM O PSB E AFASTAMENTO DO GRUPO DE POLÍTICO DE RAQUEL
.A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), voltou a deixar evidente sua sintonia com o grupo político do PSB em Pernambuco, ao participar neste sábado (24) da tradicional Festa da Pedra do Reino, em São José do Belmonte. O evento, que reúne lideranças políticas da região do Sertão Central, serviu como palco para demonstrações públicas de alianças que estão sendo reconfiguradas nos bastidores da política estadual. Márcia desfilou ao lado do prefeito anfitrião, Vinicius Marques (PSB), e do deputado federal Pedro Campos (PSB), reforçando laços com o grupo socialista e sinalizando o caminho que deve seguir nas eleições de 2026. Pedro, irmão do prefeito do Recife e pré-candidato ao Governo do Estado, João Campos (PSB), tem se consolidado como um elo entre lideranças municipais e o projeto de retomada do PSB ao comando do Palácio do Campo das Princesas. Durante a programação da festa, não houve qualquer tentativa de disfarçar a proximidade política entre Márcia e Pedro. Ao contrário, os dois circularam juntos por boa parte do evento, trocaram elogios em público e posaram para fotos ao lado de lideranças locais e correligionários, o que foi interpretado como o anúncio velado de uma dobradinha eleitoral. A prefeita estava acompanhada do marido, o dentista Breno Araújo, presidente do PSB em Serra Talhada e apontado como possível pré-candidato a deputado estadual. A presença do casal no evento, em um ambiente marcadamente socialista, afastado da órbita da governadora Raquel Lyra (PSDB), é mais um sinal de que a gestora da Capital do Xaxado caminha para formalizar sua ruptura com o atual governo estadual. Desde que assumiu o comando de Serra Talhada, Márcia tentou manter uma postura de independência, dialogando com diferentes espectros políticos. No entanto, nas últimas semanas, seus movimentos têm apontado de forma inequívoca para uma aliança com o grupo de João Campos, o que deverá redesenhar a composição dos palanques eleitorais no Sertão. A relação com a governadora, que já vinha sofrendo desgastes, parece ter se esgotado após a exclusão de Serra Talhada de uma série de agendas do Governo do Estado na região. A prefeita também não tem escondido seu distanciamento em relação a Sebastião Oliveira (Avante), líder político tradicional da região e ex-aliado de primeira hora. O gesto de anunciar uma aliança informal com Pedro Campos é visto como definitivo nesse processo de rompimento, sobretudo pelo simbolismo da presença de Breno Araújo ao lado de Pedro, o que sugere que as conversas entre os dois já avançaram para além das aparências. Márcia tem sido cada vez mais requisitada por lideranças socialistas para eventos políticos e inaugurações, e a tendência é que ela consolide sua posição como uma das principais bases eleitorais do PSB no Sertão do Pajeú. Com isso, João Campos ganha mais um apoio estratégico em uma das maiores cidades do interior, enquanto Raquel Lyra enfrenta o desafio de conter a perda de aliados em regiões onde sua presença política ainda é frágil. A postura adotada por Márcia também influencia diretamente a dinâmica da oposição ao governo estadual, fortalecendo o discurso do campo progressista e sinalizando que a disputa pelo Palácio em 2026 poderá ter um realinhamento de forças mais profundo do que se esperava.
ANCELOTTI ENCERRA CICLO NO REAL MADRID E FOCA AGORA NA SELEÇÃO BRASILEIRA
Encontro entre Real Madrid e Real Sociedad, que terminou em 2 a 0 para os mandantes, marca o encerramento do contrato do técnico
Chegou ao fim, neste sábado, uma era de quatro anos. O encontro entre Real Madrid e Real Sociedad, que terminou em 2 a 0 para os mandantes, marca o encerramento do contrato de Carlo Ancelotti com a equipe que comandava desde 2021. A partir de domingo, o treinador italiano ganhará um novo desafio: comandar a seleção brasileira rumo à Copa do Mundo de 2026 e ao sonho do hexacampeonato mundial.
A segunda passagem do técnico pelo Real Madrid foi vitoriosa. Ao todo, Ancelotti ergueu nos últimos meses, junto com seus comandados, 11 troféus, incluindo dois de Mundiais. Somados às taças de sua primeira vez à frente da equipe, entre 2013 e 2015, são 15 campeonatos na conta do treinador.
"Carlo Ancelotti fez parte para sempre da grande família madridista. Sentimo-nos orgulhosos de ter podido desfrutar de um treinador que nos ajudou a conseguir tantos sucessos e que, além disso, representou os valores do nosso clube de forma exemplar", disse o presidente do clube, Florentino Pérez, no anúncio da saída do italiano.
Boatos
Já há algumas semanas, surgiam boatos de que o técnico estava pressionado em sua posição no Real Madrid. Neste fim de temporada, o clube caiu nas quartas de final da Liga dos Campeões, diante do Arsenal, perdeu a final da Copa do Rei para o Barcelona e ainda viu seu maior rival na liderança do Campeonato Espanhol pela maior parte da competição, encerrando com a taça. Ancelotti chegou a comentar sobre, em entrevista coletiva em abril.
"Não sei se eles se cansaram de mim", disse, referindo-se aos torcedores. "Talvez. Mas o que importa é que a pessoa mais importante não se cansou. O que pode mudar a dinâmica é se a pessoa mais importante deste clube se cansar", concluiu, citando Florentino Pérez. Dias depois, a CBF anunciou a contratação do treinador.
Como comandante da seleção mais campeã do mundo, Ancelotti terá uma missão: fazer a equipe brasileira voltar a vencer. Em Copas do Mundo, já são 23 anos sem um resultado relevante. Com exceção da Copa de 2014, em que foi derrotada na disputa de terceiro lugar, a seleção brasileira caiu nas quartas de final em todas as edições desde 2002. Na Copa América, a equipe nacional venceu em 2019, e a partir desta edição chegou à final somente em 2021.
Desempenho
No momento atual, o desempenho brasileiro também não está bom. Apesar d
e estar na quarta colocação nas Eliminatórias da Copa do Mundo, o elenco tem mais derrotas do que as demais seleções então classificadas para o mundial do próximo ano. Falhas técnicas e táticas ainda são frequentes na equipe. Não à toa o Brasil, além de ter conseguido vitórias pouco convincentes, sofreu na última Data Fifa uma de suas piores derrotas na história, contra a Argentina, que terminou em 4 a 1.
O tempo, no entanto, joga contra o técnico. Até a Copa, Ancelotti terá poucas oportunidades de ver a seleção atuando. Estão programadas apenas mais seis Data Fifa até junho do ano que vem, quando o mundial começa, e mais da metade delas serão de amistosos. O período curto é também um empecilho para que o treinador possa fazer uma análise melhor dos jogadores que atuam no País.
"Ele está lutando contra o tempo, nós estamos lutando contra o tempo para a seleção brasileira. Nós demoramos muito tempo para que pudesse escolher o treinador, escolhemos oficialmente esse treinador um ano antes da Copa do Mundo, faltando quatro jogos das eliminatórias", afirmou o bicampeão mundial Cafu, em uma entrevista na final da Kings League. "É muito pouco para o treinador conhecer melhor o futebol brasileiro."
O próximo desafio começa na próxima semana. Já nesta segunda-feira, mesmo dia em que será apresentado, Ancelotti convocará a seleção pela primeira vez. Em sua pré-lista, estão alguns dos jogadores com quem já trabalhou: Richarlison, seu atleta no Tottenham; e Casemiro, que não aparece na equipe nacional desde março de 2024. Neymar também está listado, apesar de ter acabado de voltar de lesão. A convocação será seguida de uma entrevista coletiva.
A seleção brasileira entrará em campo novamente no dia 5 de junho, contra o Equador. A partida acontece no Estádio Monumental Isidro Romero Carbo, em Guayaquil, a partir das 20h (horário de Brasília). A seleção equatoriana é segunda colocada das Eliminatórias da Copa. Dias depois, em 10 de junho, o Brasil enfrenta o Paraguai. O jogo será em São Paulo, na Neo Química Arena, às 21h45 (de Brasília). As duas equipes têm os mesmos 21 pontos na tabela.
sábado, 24 de maio de 2025
REELEIÇÃO DE RAUL HENRY FOI BEM MAIS QUE UM BATE-CHAPA PARTIDÁRIO
A recondução de Raul Henry à presidência do MDB de Pernambuco, em eleição realizada neste sábado (24), representa um capítulo relevante na reconfiguração silenciosa, porém eficaz, do poder político no estado. O resultado da disputa interna, com 65 votos contra 49 do seu adversário Jarbas Vasconcelos Filho, não foi apenas a vitória de um dirigente experiente, mas o reflexo da força de articulação que o prefeito do Recife, João Campos (PSB), vem consolidando nos bastidores da política pernambucana. Henry, embora historicamente ligado ao grupo de Jarbas Vasconcelos, tem caminhado nos últimos anos em direção a uma sintonia cada vez mais afinada com os projetos socialistas liderados por João. Essa guinada, gradual mas constante, culmina agora em um MDB mais próximo do PSB e mais distante das raízes que o conectavam à ala tradicional da sigla.
Desde que assumiu a Prefeitura do Recife, João Campos tem investido com intensidade em montar uma frente ampla, que extrapola as fronteiras do seu partido e avança sobre siglas de peso histórico e capilaridade regional. Nesse cenário, o MDB desponta como peça indispensável. A legenda possui bases no interior, quadros com experiência de gestão e interlocução em Brasília, elementos essenciais para um projeto que visa estabilidade local e protagonismo nacional. O apoio do PT já é considerado dado, consolidando a aliança que sustentou sua eleição em 2020, e as negociações com União Brasil, PP e outras legendas caminham em ritmo discreto, mas constante. A permanência de Henry, portanto, representa uma engrenagem ajustada nesse motor político que João Campos tenta impulsionar para além de 2026.
A tentativa de Jarbas Filho de retomar o comando do MDB significava muito mais do que uma disputa de cargos. Carregava consigo o simbolismo de resistência da velha guarda em tempos de transição geracional. Com o aval direto do ex-governador Jarbas Vasconcelos, seu pai, Jarbas Filho tentou reposicionar o MDB ao lado da governadora Raquel Lyra (PSD), em um movimento que buscava contrabalançar o avanço do PSB sobre o centro político do estado. Contudo, os votos não acompanharam esse apelo à tradição. Em vez disso, mostraram a solidez de uma liderança construída por Raul Henry ao longo de uma década, combinada com a força silenciosa da articulação de João Campos, que tem sabido operar com precisão nos bastidores.
O resultado da eleição interna no MDB também lança luz sobre o novo perfil do partido no cenário local. Já não se trata mais apenas de uma legenda ocupada em manter seus espaços tradicionais, mas de uma ferramenta estratégica que serve a um projeto mais amplo, comandado por uma nova geração de líderes. A manutenção de Henry na presidência deixa claro que o MDB está disposto a se reposicionar, inclusive revendo suas alianças históricas, para garantir protagonismo no futuro próximo. Ao atrair quadros relevantes e manter pontes com o centro e a esquerda, a sigla reforça sua utilidade dentro da engenharia política de João Campos, que começa a delinear o caminho para 2026 com movimentos precisos e antecipados.
MORTE DE DETENTO EM NOVO PRESÍDIO, DEMONSTRA INSEGURANÇA NO SISTEMA PRISIONAL
O descontrole do sistema prisional de Pernambuco voltou a ser exposto, de novo, com o assassinato de um detento na quinta-feira (22), menos de três meses após o Presídio Policial Penal Leonardo de Moura Lago começar a ser ocupado.
O governo estadual havia prometido uma unidade bem estruturada, segura e bem distante do perfil dos outros três presídios que também compõem o Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife. Mas o que se observa - e já era denunciado antes mesmo da inauguração - é que o novo presídio mantém o principal defeito do sistema prisional pernambucano: a falta de segurança.
O detento Otacílio Alves Frutuozo foi estrangulado até a morte por sete colegas de cela, segundo as informações iniciais da investigação. Os policiais penais só constataram ao amanhecer durante procedimento de rotina.
Mas os corredores e celas não são monitorados por câmeras? Não há profissionais circulando pelos corredores para observar movimentações anormais? Quem da gestão será responsabilizado pelo assassinato de um homem que estava sob a guarda do Estado?
A morte aconteceu na mesma semana em que o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura divulgou um detalhado relatório com os problemas observados nos presídios pernambucanos. E um dos pontos mais criticados, além da superlotação, foi a falta de efetivo policial para coibir crimes nas unidades.
Mesmo com uma das maiores populações carcerárias do País, o governo de Pernambuco resiste em nomear os 634 policiais penais que concluíram o curso de formação desde junho de 2023. São dois anos de espera. Mas a gestão alega que eles só começarão a atuar após a entrega de novos presídios - até o ano que vem.
MOURÃO NEGA QUALQUER CONHECIMENTO DE MINUTA OU TENTATIVA DE GOLPE
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não participou de reuniões no fim do governo Jair Bolsonaro para discutir medidas de exceção, como decretação de estado de sítio ou anulação das eleições.
Em depoimento prestado nesta sexta-feira (23), o ex-vice-presidente negou ter conhecimento da chamada minuta do golpe, citada na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Mourão foi ouvido como testemunha de defesa de Bolsonaro e dos generais Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, investigados por suposta participação em tentativa de golpe de Estado. Segundo o senador, nenhuma das conversas que teve com Bolsonaro após as eleições de 2022 tratou de ruptura institucional. "As conversas foram voltadas para a transição para que o novo governo assumisse no dia 1º de janeiro", disse.
Mourão também afirmou que tomou conhecimento dos ataques de 8 de janeiro apenas pela televisão. "Estava dentro da piscina. Era nessa situação que eu estava", relatou ao STF.
GARANHUNS AMPLIA E RENOVA FROTA DO SAMU
A cidade de Garanhuns será palco, nesta segunda-feira (26), de um momento marcante para a saúde pública do município e de toda a região do Agreste Meridional. A partir das 15h30, em frente à sede da Prefeitura, será realizada a cerimônia de entrega de três novas ambulâncias ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que passam a integrar a frota local, garantindo mais agilidade e eficiência no atendimento às emergências médicas. As novas unidades móveis de saúde chegam por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), iniciativa do Governo Federal voltada à ampliação da infraestrutura dos serviços essenciais em todo o país. Em Garanhuns, a gestão municipal do prefeito Sivaldo Albino tem se destacado pela busca constante de investimentos que fortaleçam os serviços públicos, especialmente na área da saúde, considerada prioritária pela atual administração. Com a renovação e ampliação da frota do SAMU, a Prefeitura amplia a capacidade de resposta a chamados urgentes, beneficiando não apenas os moradores da cidade, mas também a população de municípios vizinhos que dependem do suporte regional. O prefeito Sivaldo Albino ressaltou que essa conquista é fruto de uma articulação permanente com o Governo Federal e do esforço técnico da equipe da Secretaria Municipal de Saúde, que elaborou projetos e prestou contas com responsabilidade, viabilizando a chegada dos veículos. As ambulâncias são equipadas com tecnologia de ponta, incluindo desfibriladores, respiradores, oxímetros, macas retráteis e insumos para atendimento a múltiplas ocorrências. A chegada dos novos equipamentos representa também um alívio para os profissionais da linha de frente, que passam a contar com melhores condições de trabalho, estrutura moderna e veículos mais seguros para o deslocamento em situações críticas. A cerimônia será aberta ao público e deve contar com a presença de autoridades, profissionais de saúde, lideranças comunitárias e representantes da sociedade civil. O evento simboliza não apenas uma entrega técnica, mas também o fortalecimento de uma rede de cuidado e acolhimento que busca salvar vidas e garantir que a saúde pública avance em direção a um serviço cada vez mais humanizado e eficaz.
RAUL HENRY VENCE A ELEIÇÃO DO MDB
Em uma disputa interna que refletiu os novos contornos da política estadual, Raul Henry foi reeleito, neste sábado (24), presidente do MDB de Pernambuco, em uma convenção marcada por tensões, articulações e um nítido reposicionamento do partido no cenário local. Derrotando o deputado estadual Jarbas Filho por 65 votos contra 49, Henry consolidou sua liderança com apoio decisivo de figuras estratégicas como o prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Arruda, e Adriana Vasconcelos, filha do ex-senador Jarbas Vasconcelos, que compôs a chapa como vice. A vitória simboliza uma clara ruptura com a ala mais jovem do partido, encarnada por Jarbas Filho, e reafirma a continuidade de uma aliança firme com o PSB, sobretudo com o prefeito do Recife, João Campos. Em suas primeiras declarações após o resultado, Raul Henry destacou que a convenção não se tratava apenas de uma escolha pessoal, mas sim de uma reafirmação de princípios políticos, reforçando que o lado político do MDB “não está em negociação”. O dirigente evitou entrar em polêmicas, apesar das tensões que antecederam o pleito, e ressaltou que o partido está aberto ao diálogo, mas com fidelidade à linha que vem sendo construída com base em companheirismo e reciprocidade com o PSB. A referência direta a João Campos como nome apoiado pelo MDB consolida a leitura de que os emedebistas caminharão ao lado do PSB nas eleições municipais e, eventualmente, nas disputas estaduais. O gesto de gratidão a Adriana Vasconcelos foi interpretado como uma tentativa de manter pontes com o legado jarbista, mesmo diante da derrota de seu filho, que tentava assumir o comando do partido. A eleição também evidenciou a capacidade de articulação de Henry nos bastidores, onde costurou apoios firmes e neutralizou possíveis dissidências internas. Observadores políticos apontam que, com essa reeleição, Raul Henry fortalece sua influência não apenas dentro do MDB, mas no próprio núcleo de articulação do PSB, sendo peça-chave no desenho das chapas que disputarão prefeituras estratégicas. A reafirmação do apoio a João Campos foi feita em tom enfático, como uma resposta direta às especulações sobre possíveis rearranjos na federação PSB-MDB em Pernambuco. Ao final, a convenção revelou não apenas um vencedor, mas o direcionamento político claro de um dos partidos mais tradicionais do estado.
Assinar:
Postagens (Atom)