quarta-feira, 18 de junho de 2025

PREFEITO GILVANDRO ESTRELA ANUNCIA APORTE DE 12,5 MILHÕES DO GOVERNO DO ESTADO EM INVESTIMENTOS EM BELO JARDIM

Em um movimento considerado estratégico para impulsionar o desenvolvimento de Belo Jardim, o prefeito Gilvandro Estrela anunciou nesta segunda-feira (17) a liberação de um pacote de investimentos que totaliza R$ 12,5 milhões. Os recursos, articulados com o apoio do deputado federal Mendonça Filho (União Brasil), serão repassados ao município através do Governo de Pernambuco, com aval da governadora Raquel Lyra (PSD), e têm como foco principal a realização de obras e ações estruturantes nas áreas de educação, infraestrutura urbana e desenvolvimento econômico.

A aplicação do montante contemplará uma série de iniciativas prioritárias que visam melhorar a qualidade de vida dos belo-jardinenses e impulsionar a economia local. Um dos principais projetos a serem executados com o recurso é a construção de uma nova creche, que deverá atender a uma demanda crescente por vagas na educação infantil. A unidade será erguida em área estratégica e terá capacidade para atender crianças em tempo integral, com estrutura moderna e equipe multidisciplinar.

Além disso, parte dos recursos será destinada a obras de pavimentação em diversos bairros e comunidades do município, com foco especial nas regiões periféricas, onde a falta de infraestrutura impacta diretamente a mobilidade e o acesso a serviços públicos. O cronograma prevê a pavimentação de ruas em localidades como Santo Antônio, Cohab I e II, além de áreas rurais que enfrentam dificuldades históricas de deslocamento.

Outro projeto relevante a ser contemplado com os investimentos é a reforma completa da Central de Abastecimento de Belo Jardim, importante polo de comércio e escoamento da produção agrícola da região. A proposta é transformar o espaço em um equipamento mais eficiente, com melhores condições de higiene, acessibilidade e segurança, beneficiando feirantes, produtores e consumidores. A reforma incluirá cobertura adequada, requalificação dos boxes, melhorias na iluminação, drenagem e sistema de resíduos.

Durante o anúncio, Gilvandro Estrela destacou a relevância do aporte para o município e o esforço conjunto com lideranças políticas para viabilizar os recursos. Ele enfatizou que os investimentos chegam em um momento oportuno, diante da necessidade de retomar obras estruturantes que foram paralisadas ou que ainda não saíram do papel por falta de orçamento. O prefeito fez questão de agradecer à governadora Raquel Lyra, citando a sensibilidade da gestora estadual com os municípios do Agreste, e também a atuação política de Mendonça Filho, que, segundo ele, tem sido um interlocutor permanente de Belo Jardim em Brasília.

O anúncio acontece em meio a um contexto de reequilíbrio fiscal e planejamento estratégico da prefeitura, que tem buscado destravar investimentos em setores considerados essenciais. A gestão municipal já iniciou os trâmites técnicos para a elaboração dos projetos executivos e abertura de processos licitatórios, com previsão de início das obras no segundo semestre de 2025. A expectativa é de que os projetos movimentem a economia local não apenas pelos benefícios diretos à população, mas também pela geração de empregos temporários durante a fase de execução.

Gilvandro Estrela também reafirmou seu compromisso com uma gestão voltada para resultados concretos e políticas públicas que impactem de forma positiva o cotidiano dos cidadãos. Ele ressaltou que as obras planejadas dialogam com o plano de governo apresentado à população e que novas parcerias institucionais continuarão sendo buscadas para garantir a ampliação dos investimentos em Belo Jardim.

ALCOLUMBRE CRIA CPI MISTA DO INSS NO CONGRESSO

Um novo capítulo se abre no Congresso Nacional com a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará denúncias graves envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A iniciativa conjunta do Senado e da Câmara dos Deputados foi oficializada nesta terça-feira (17), após a leitura do requerimento pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP). A proposta partiu da senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e da deputada Coronel Fernanda (PL-MT), ambas motivadas por dados alarmantes revelados por órgãos de controle e investigação do Estado brasileiro.

De acordo com os documentos anexados ao requerimento, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram um esquema de descontos irregulares aplicados diretamente nos contracheques de aposentados e pensionistas. O que deveria ser um benefício garantido por décadas de contribuição foi convertido, em muitos casos, em um canal de perdas silenciosas e sistemáticas. Os valores, supostamente desviados sem qualquer autorização dos beneficiários, somam um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões, atingindo especialmente idosos, muitos deles sem condições de compreender a natureza das cobranças.

A CPMI terá um total de 30 membros titulares — sendo 15 deputados e 15 senadores — e igual número de suplentes. Os trabalhos deverão ocorrer ao longo de 180 dias, com possibilidade de prorrogação. O orçamento inicial aprovado para a investigação é de R$ 200 mil. O número de adesões ao pedido de criação da comissão superou com folga o mínimo exigido pelas regras regimentais, com a assinatura de 223 deputados e 36 senadores.

O foco da comissão será triplo: apurar as responsabilidades pelos descontos indevidos, identificar lacunas nos mecanismos internos de fiscalização do INSS e propor correções capazes de blindar o sistema contra novos episódios de corrupção. No Congresso, o clima é de indignação. Parlamentares de diversos espectros ideológicos reconhecem a gravidade da situação e a urgência de uma resposta institucional.

Durante a leitura do requerimento, o senador Esperidião Amin (PP-SC) destacou que a comissão não poderá se esquivar da realidade que atinge milhares de cidadãos. “Estamos falando de uma prática que não apenas lesa financeiramente as vítimas, mas fere a dignidade de brasileiros que construíram este país com seu trabalho. A CPMI precisa trazer luz sobre quem lucrou com essa exploração”, declarou.

A leitura do requerimento marca o início formal da etapa política do processo investigativo. A partir de agora, as lideranças partidárias deverão indicar seus representantes, o que permitirá a instalação efetiva da CPMI. Com isso, audiências públicas, convocação de autoridades, quebras de sigilo e coleta de provas poderão começar.

Para as autoras do pedido, o funcionamento da comissão é mais do que um instrumento investigativo: é uma resposta de Estado diante de uma conduta que atingiu a base da confiança pública. Segundo Damares Alves, “é inaceitável que a estrutura previdenciária seja usada para explorar os mais frágeis. Precisamos recuperar a fé das pessoas nesse sistema”. A deputada Coronel Fernanda reforça que o objetivo final é impedir que situações semelhantes se repitam, garantindo mais transparência e proteção aos beneficiários da Previdência.

PREFEITO DE JOÃO PESSOA RETORNA AO BRASIL APOS PASSAR POR SITUAÇÃO DE GUERRA EM ISRAEL

Por Mais PB
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), vai desembarcar, às 9h30 desta quarta-feira (17), em Natal, capital do Rio Grande do Norte, depois de viver dias de tensão no Oriente Médio, por conta da guerra entre Israel e Irã.

O gestor estava no território israelense para participar de um curso sobre segurança quando os ataques entre os países foram iniciados.

Hoje, a comitiva vai pernoitar em Cabo Verde, no continente africano, conforme publicou nas redes sociais o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião.

De Natal, Cícero seguirá para João Pessoa. Há a expectativa que o gestor conceda uma entrevista coletiva para detalhar os dias que passou na guerra

ABIMAEL SANTOS CELEBRA RETOMADA DO EREM EM TORITAMA APÓS SUA FISCALIZAÇÃO

As obras da nova Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) de Toritama, no Agreste de Pernambuco, foram oficialmente retomadas nesta semana, após um período de paralisação que gerou críticas e apreensão na comunidade escolar. O reinício das atividades se deu após ações de fiscalização realizadas pelo deputado estadual Abimael Santos (PL), que esteve pessoalmente no local no mês passado para constatar o abandono do canteiro de obras e denunciar publicamente o descaso por parte do Governo do Estado. A situação, à época, chamou atenção por envolver uma escola de grande importância para a juventude da região, cujas matrículas estão em alta e a estrutura atual se mostra insuficiente para atender à demanda crescente por vagas no ensino médio público.

Durante sua primeira visita, Abimael gravou vídeos, conversou com moradores e apresentou, na tribuna da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), um apelo para que a governadora Raquel Lyra priorizasse a retomada da construção. O parlamentar argumentou que a nova unidade não apenas traria melhores condições de ensino e aprendizagem, mas também geraria empregos e movimentaria a economia local durante a execução da obra. O caso ganhou repercussão estadual e fez com que a Secretaria de Educação revisse o cronograma de intervenções em Toritama, cidade reconhecida como um dos polos têxteis mais importantes do estado, mas que também precisa avançar no campo educacional.

Nesta segunda-feira (17), o deputado retornou à cidade para verificar pessoalmente se sua cobrança havia surtido efeito. Ao chegar ao local, Abimael encontrou operários trabalhando, máquinas em funcionamento e materiais sendo descarregados, o que confirmou o reinício efetivo da obra. Segundo engenheiros presentes no canteiro, a expectativa é de que a construção avance em ritmo acelerado nas próximas semanas, com meta de entrega até o início do próximo ano letivo. A nova EREM contará com salas climatizadas, laboratórios de ciências e informática, biblioteca, refeitório, quadra poliesportiva coberta e acessibilidade para pessoas com deficiência, seguindo o padrão das unidades de referência implantadas em outras regiões do estado.

A notícia da retomada foi recebida com entusiasmo por estudantes, pais e professores, muitos dos quais vinham expressando nas redes sociais e em grupos comunitários o temor de que o projeto fosse abandonado. Para a professora Ana Cláudia, que leciona há mais de 15 anos na rede estadual em Toritama, a nova escola representa um marco. Ela destaca que a atual estrutura em funcionamento está defasada, sem laboratórios adequados e com salas superlotadas. Com a nova unidade, será possível implantar o modelo integral em tempo hábil e oferecer uma formação mais completa aos jovens.

Durante sua visita de retorno, Abimael Santos agradeceu à governadora Raquel Lyra e à equipe da Secretaria de Educação por atenderem sua solicitação, mas reforçou que continuará fiscalizando todas as etapas da obra. Ele também reafirmou seu compromisso com a pauta educacional, especialmente nas regiões do Agreste e Sertão, onde frequentemente há gargalos na infraestrutura escolar. O deputado destacou que o cumprimento dos prazos agora se torna a prioridade e afirmou que voltará ao canteiro de obras com frequência para garantir que não haja novas interrupções.

Além da questão educacional, o reinício da construção da EREM de Toritama tem um impacto simbólico importante. A cidade, conhecida por seu dinamismo econômico no setor de confecções, passa a consolidar também investimentos na formação de sua juventude, criando uma ponte entre desenvolvimento econômico e inclusão social por meio da educação pública de qualidade. Com a retomada da obra, ganha a comunidade, ganha a juventude toritamense e ganha Pernambuco, que vê avançar mais uma iniciativa estratégica no campo do ensino médio.

ALEPE APROVA CRÉDITO SUPLEMENTAR PARA SÃO JOÃO DOS MUNICÍPIOS

Em meio ao clima efervescente das festas juninas que tomam conta de Pernambuco, a Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) aprovou, nesta terça-feira (17), em regime de urgência, a abertura de um crédito suplementar de R\$ 100 milhões, solicitado pelo Governo do Estado, destinado ao custeio das festividades em 100 municípios. A medida chega em um momento estratégico: o ciclo junino já está em pleno andamento em dezenas de cidades, e havia o risco real de algumas programações serem comprometidas por falta de recursos oficiais. O montante permitirá não apenas manter os eventos conforme planejado pelas gestões locais, mas também assegurar serviços públicos fundamentais durante os dias de festa.

A proposta foi enviada pela governadora Raquel Lyra (PSD) à Alepe com pedido de tramitação célere, sob o argumento de que as festas juninas, além de patrimônio cultural do povo pernambucano, representam uma engrenagem essencial para a economia do estado. Os recursos serão direcionados para apresentações culturais e musicais, infraestrutura dos polos de animação, apoio logístico, segurança, limpeza urbana, estrutura de saúde e outros serviços essenciais à realização dos eventos. Municípios do Sertão, Agreste, Zona da Mata e Região Metropolitana estão entre os beneficiados, abrangendo desde cidades turísticas como Caruaru, Arcoverde e Petrolina, até localidades menores que dependem fortemente da movimentação junina para aquecer suas economias.

Antes mesmo da votação, a governadora já havia dado garantias públicas aos prefeitos de que os municípios não seriam prejudicados caso precisassem iniciar suas programações sem o dinheiro já em caixa. Em reuniões com gestores municipais, Raquel Lyra afirmou que o governo encontraria caminhos legais para ressarcir os gastos emergenciais das prefeituras, sinalizando uma postura de parceria institucional e compromisso com a realização plena dos festejos. Essa postura também visava evitar o cancelamento de contratos com artistas e empresas responsáveis pela infraestrutura dos eventos.

Com a autorização legislativa, o Governo do Estado poderá formalizar os convênios com as administrações municipais, repassando os valores dentro dos trâmites legais. Além da importância cultural, o investimento é visto como estratégico para a retomada econômica regional. As festas juninas geram uma extensa cadeia de empregos temporários — de montadores de palco a vendedores ambulantes, de técnicos de som a costureiras de figurinos — e fortalecem setores como hotelaria, gastronomia e transporte. Em cidades-polo, a ocupação hoteleira beira os 100% durante os fins de semana juninos, refletindo o impacto direto do São João no turismo interno.

A medida também atende a um apelo histórico de prefeitos, que frequentemente enfrentam dificuldades para garantir a realização das festas com recursos próprios. Para muitas dessas gestões, o São João é o maior evento do ano e uma das principais vitrines de políticas públicas voltadas para a cultura popular e desenvolvimento local. Ao garantir esse aporte extraordinário, o Estado não apenas assegura a manutenção das tradições nordestinas, mas também contribui para equilibrar as contas municipais diante das despesas elevadas que esse tipo de evento impõe.

A aprovação na Alepe contou com apoio da base governista e de parte da oposição, que reconheceu a relevância do crédito diante da iminência de prejuízos culturais e econômicos. Nos bastidores, parlamentares ressaltaram que o volume de recursos, embora elevado, corresponde à dimensão das festas no estado. A votação reflete também o peso que o tema São João tem na vida política e administrativa pernambucana. Afinal, em um estado onde a cultura pulsa nas ruas e arraiais, deixar de investir nos festejos juninos não é apenas uma questão financeira — é uma decisão que repercute diretamente na autoestima, na economia e na identidade do povo.

MORAES DETERMINA QUE GOOGLE INFORME OS DADOS DE QUEM PUBLICOU MINUTA DO GOLPE

Moraes determina que o Google informe os dados de quem publicou a minuta do golpe

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, determinou nesta terça-feira (17) que o Google informe em 48 horas os dados de quem inseriu a minuta do golpe na internet. 

A medida do ministro atende a um pedido da defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres durante a fase de diligências abertas por Moraes na última semana após o fim dos interrogatórios. Torres é réu no chamado “núcleo crucial” da trama golpista. 

Anderson Torres solicitou diversas medidas a Moraes, das quais algumas foram aceitas. Além da determinação ao Google, o ministro também deu cinco dias para que a defesa de Torres apresente exames periciais para demonstrar que o conteúdo da minuta encontrada na casa de Anderson Torres não tem qualquer semelhança com os demais documentos supostamente antidemocráticos mencionados durante a instrução. 

Sobre o pedido de Anderson Torres, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que "constata-se que as diligências complementares decorrem de instrução processual, considerando que as minutas de Golpe de Estado descritas na acusação foram objeto de indagação de testemunhas e dos réus, o que demonstram a pertinência do requerimento". 

Após o fim dos interrogatórios feitos com os réus, foi aberto na semana passada o prazo para as partes apresentarem pedidos de novas diligências, sendo estas medidas adicionais que podem ser tomadas para auxiliar no julgamento da ação penal. 

Além das solicitações de Torres, Moraes também determinou que a Marinha informe em até 48 horas a data em que foi expedida a Diretiva (Ordem de Movimento) relativa à Operação Formosa 2021 que foi executada em agosto do mesmo ano. A medida foi um pedido do ex-comandante Almir Garnier

MORAES AUTORIZA ACAREAÇÃO DE BRAGA NETTO E MAURO CID

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (17) a realização de uma acareação inédita e de alto impacto político entre dois nomes centrais das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022: o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro, e o general da reserva Walter Braga Netto, que foi ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente na chapa bolsonarista. A acareação está marcada para o dia 24 de junho e será realizada presencialmente na sala de audiências do Supremo, sob a supervisão da mais alta Corte do país.

O pedido partiu da defesa de Braga Netto, com a justificativa de que há contradições no depoimento de Mauro Cid que precisam ser sanadas. Cid, hoje um dos principais colaboradores da Polícia Federal nas investigações, firmou acordo de delação premiada e tem fornecido detalhes considerados cruciais sobre as articulações do núcleo político e militar que teria atuado para contestar o resultado das eleições e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Os relatos de Cid envolvem diretamente integrantes da cúpula do governo Bolsonaro e das Forças Armadas.

Braga Netto, por sua vez, está preso preventivamente desde dezembro de 2024, acusado de participar do núcleo duro responsável por operacionalizar uma tentativa de ruptura institucional. Segundo as investigações conduzidas pela PF e acompanhadas pelo STF, ele teria participado de reuniões e deliberações estratégicas que envolviam planos para anular as eleições, convocar um estado de sítio e pressionar o comando militar a aderir a medidas de exceção. A prisão do general, um dos mais graduados a ser detido até agora, foi um marco simbólico na ofensiva judicial contra a articulação golpista.

A expectativa em torno da acareação é elevada, não apenas pela tensão entre os dois personagens, mas pelo potencial de novas revelações que o confronto direto pode proporcionar. Cid já apontou Braga Netto como uma das figuras influentes nas tentativas de elaboração de minutas de decretos de intervenção federal e reuniões paralelas com militares e assessores civis. A defesa do general nega todas as acusações e afirma que ele jamais participou de qualquer movimento que violasse a Constituição. A acareação, portanto, será um momento-chave para avaliar quem sustenta seus relatos sob pressão e diante do adversário direto.

No ambiente político e jurídico, o episódio é visto como mais um passo firme do STF e da Polícia Federal na reconstituição dos eventos que marcaram os bastidores do governo Bolsonaro após sua derrota nas urnas. A acareação também representa um recurso extremo no processo investigativo, utilizado quando versões contraditórias não podem ser dirimidas por outros meios. O gesto de Moraes, ao autorizar o encontro, demonstra que a Corte vê relevância concreta nas informações trazidas por Cid, mas considera necessário oferecer espaço para o contraditório de Braga Netto.

O procedimento será acompanhado por investigadores, advogados e representantes do Ministério Público, com possibilidade de perguntas cruzadas. Cid, que já prestou diversos depoimentos, terá que confirmar, frente a frente, as acusações feitas contra um de seus ex-superiores hierárquicos mais poderosos. Braga Netto, por sua vez, poderá reagir e tentar descredibilizar a delação do tenente-coronel, colocando em xeque a consistência da colaboração premiada que vem sustentando parte do avanço da investigação.

Esse será um dos momentos mais sensíveis da investigação sobre a trama golpista e poderá ter desdobramentos tanto no campo judicial quanto político. A presença de dois militares de alta patente, em lados opostos de uma investigação sobre ruptura institucional, materializa o conflito interno que se desenrolou nos bastidores do poder no final do governo Bolsonaro.

RELATORIA DA NACIONALIZAÇÃO DO COMPAZ TEVE LUCAS RAMOS COMO DESTAQUE

A Câmara dos Deputados deu um passo importante na consolidação de políticas públicas voltadas à segurança cidadã com a aprovação, nesta segunda-feira (16), do Projeto de Lei 2.215/2023, que institucionaliza os Centros Comunitários da Paz (Compaz) como política permanente no âmbito do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). A iniciativa é de autoria do deputado federal Pedro Campos (PSB-PE), e teve parecer favorável do também pernambucano Lucas Ramos (PSB-PE), que desempenhou papel de destaque como relator da matéria na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Lucas Ramos apresentou um parecer técnico e político que reforça a relevância dos Compaz como instrumentos estratégicos na prevenção à violência. Em sua análise, o deputado evidenciou que os centros comunitários não apenas oferecem acesso a serviços essenciais de educação, cultura, esporte, assistência social, qualificação profissional e mediação de conflitos, como também cumprem um papel estruturante na transformação de territórios marcados pela exclusão e vulnerabilidade. Sua relatoria destacou dados concretos de cidades como Recife, onde o modelo já foi implementado e comprovou sua eficácia com a expressiva redução dos índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), promovendo segurança por meio da cidadania.

O projeto estabelece que os Compaz sejam priorizados em áreas de maior vulnerabilidade social, com financiamento advindo de diferentes esferas do poder público – municipal, estadual e federal – além da possibilidade de aporte por meio de parcerias público-privadas, doações da iniciativa privada e de pessoas físicas. Ao justificar a importância da medida, Lucas Ramos argumentou que a consolidação do modelo em todo o território nacional representa uma mudança de paradigma na forma como o Estado brasileiro encara a segurança pública, passando da ótica meramente repressiva para uma abordagem preventiva e cidadã.

Em sua atuação como relator, Lucas Ramos conduziu o processo de tramitação com diálogo técnico e articulação política, costurando apoio entre parlamentares de diferentes bancadas e reforçando o caráter apartidário da proposta. Ele ressaltou que os Compaz são espaços de acolhimento e protagonismo social, especialmente voltados à juventude, às mulheres e aos grupos historicamente marginalizados. Para o parlamentar, a aprovação do projeto reflete a necessidade de políticas públicas estruturadas, capazes de responder às causas profundas da violência e de oferecer oportunidades reais de inclusão e desenvolvimento para as comunidades mais afetadas.

A experiência exitosa do Compaz em Pernambuco, destacada no relatório de Lucas Ramos, serviu como base argumentativa para a nacionalização do modelo. O deputado sublinhou que a presença do equipamento transforma o cotidiano das comunidades, reduz conflitos, amplia a autoestima coletiva e fortalece o senso de pertencimento. Sua defesa firme do projeto garantiu respaldo unânime no plenário da Câmara e chamou atenção para a urgência de replicar políticas com resultados comprovados, como forma de acelerar a construção de um Brasil mais justo e seguro.

Com a aprovação na Câmara, o projeto segue agora para análise no Senado Federal, carregando a expectativa de se tornar uma política pública permanente com potencial transformador em todas as regiões do país.