sexta-feira, 11 de julho de 2025

PERNAMBUCO MEU PAÍS - GOVERNO DO ESTADO AMPLIA FESTIVAL, QUE CHEGA A 10 CIDADES DO AGRESTE E SERTÃO

Pernambuco Meu País 2025: Governo do Estado amplia festival, que chega a 10 cidades do Agreste e Sertão
Governadora Raquel Lyra anunciou nesta sexta-feira a programação da festividade que acontece entre entre 25 de julho e 7 de setembro

Lançado no ano passado como uma das principais novidades culturais do Estado, o Festival Pernambuco Meu País retorna ainda mais forte em 2025. A governadora Raquel Lyra anunciou, nesta sexta-feira (11), que a segunda edição do evento acontecerá entre 25 de julho e 7 de setembro, em 10 municípios do Agreste e Sertão, impulsionando a economia e o turismo locais. A programação contará com mais de 900 ações gratuitas, entre shows, espetáculos, filmes, mostras de fotografia, feiras de artesanato e cortejos. Para esta edição, o Governo de Pernambuco aportou mais de R$ 30 milhões. A vice-governadora Priscila Krause também esteve presente no lançamento.
"Este ano vamos realizar um festival ainda maior, alcançando 10 cidades e integrando essa política pública a eventos tradicionais, como a Festa dos Estudantes de Triunfo, o Festival Café Cultural de Taquaritinga do Norte e o Festival do Frio do Vitorino, em Riacho das Almas. A programação começa em 25 de julho, com mais de 900 atrações, sendo 90% contratadas via editais. O objetivo é  promover um festival descentralizado, chegando às comunidades mais distantes das sedes municipais, envolvendo toda uma região que será voltada, durante esse período, a fazer de Pernambuco o país da cultura”, enfatizou a governadora Raquel Lyra.
Participam desta edição as cidades de Salgueiro e Triunfo, de 25 a 27 de julho; Buíque, de 1° a 03 de agosto; Bezerros/Serra Negra e Taquaritinga do Norte, de 8 a 10 de agosto; Pesqueira, de 15 a 17 de agosto; Gravatá, entre de 22 a 24 de agosto; Arcoverde e Riacho das Almas, de 29 a 31 de agosto; e Caruaru, de 5 a 7 de setembro.
A secretária estadual de Cultura, Cacau de Paula, destacou como o festival será integrado às programações locais, respeitando e fortalecendo as tradições de cada cidade participante. “Três cidades receberão o palco Pernambuco Meu País dentro das suas festividades: Taquaritinga do Norte, com o Festival do Café; Triunfo, com a Festa dos Estudantes; e Riacho das Almas, no Festival do Frio do Vitorino. Os outros sete municípios receberão todo evento”, detalhou a titular da pasta.
Além do palco Pernambuco Meu País, haverá outros palcos espalhados pelas cidades abordando diversas linguagens, como artes circenses, artes visuais, artesanato, audiovisual, fotografia, gastronomia, literatura, moda, culturas populares, dança e teatro. “O Pernambuco Meu País trabalha todas as linguagens culturais. É feita uma curadoria multidisciplinar com especialistas em todas as áreas, não estamos falando apenas de música. É uma grande festa da cultura que tem desdobramentos muito importantes para a economia do estado de Pernambuco”, evidenciou a presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Renata Borba.

Este ano, o festival homenageia o ceramista caruaruense Mestre Manuel Eudócio (em memória), a mestra do coco de Arcoverde Severina Lopes e o rabequeiro e folclorista da Zona da Mata Mestre Salustiano (em memória). “Estou muito feliz porque fui homenageada aqui. É o nosso trabalho sendo valorizado. Para todo mundo que for ao festival em Arcoverde, em minha casa, procure assistir e valorizar o nosso Coco Raízes de Arcoverde", comemorou a mestra Severina Lopes

Estreado no festival, o prefeito de Salgueiro, Fabinho Lisandro, celebrou a chegada da iniciativa à cidade. “Estamos com uma expectativa imensa. Nossa cidade tem uma grande riqueza cultural. Salgueiro depende muito do turismo e da economia local, um evento como o Pernambuco Meu País traz um público grande para a nossa cidade”, disse o gestor municipal.

Em 2025, o festival começa sempre nas quintas-feiras, quando o grupo mambembe Trupe Pernambuco Meu País chega a cada cidade convidando o público para entrar no clima da festa, com muita brincadeira e diversão. Já o FormaPE movimenta as cidades-sede a partir das quartas-feiras com oficinas e workshops.

“Esse exemplo que o Governo do Estado está dando, de incentivar a cultura e espalhar ela por todo o Estado, é um momento muito significativo. A cultura é a alma do nosso povo”, celebrou o deputado estadual João Paulo.

Também estiveram presentes no evento o deputado estadual Joãozinho Tenório, os prefeitos Dió Filho (Riacho das Almas), Lucielle Laurentino (Bezerros), Padre Joselito (Gravatá) e Marcos Cacique (Pesqueira); a secretária estadual de Esportes, Ivete Lacerda; os presidentes da Empetur, Eduardo Loyo; do Porto do Recife, Paulo Nery; do DER, Rivaldo Melo; da Adepe, Ana Luiza Ferreira; e do Grande Recife Consórcio de Transporte, Matheus Freitas.

PROGRAMAÇÃO – PALCO PERNAMBUCO MEU PAÍS

SALGUEIRO

25/07
Espetáculo Pernambuco Meu País
Kelvis Duran
Adílson Ramos
Juarez
Pablo
DJ Pedro Humberto (intervalos)

26/07
Grêmio Recreativo Escola de Samba Preto Velho 
Douglas Leon
Ramon Schnayder
Xande de Pilares
Xanddy Harmonia
Murilo França DJ (intervalos)


27/07
Coral Aboios de Serrita
Joquinha Gonzaga
Anjo Azul
Mastruz com Leite
Limão com Mel
DJ Kaliu (intervalos)

BUÍQUE

01/08
Espetáculo Pernambuco Meu País
Antúlio Madureira
Banda de Pau e Corda
Mano Walter
Roberta Miranda
DJ Anunnak (intervalos)

02/08
Bloco Carnavalesco Misto Flor da Lira de Olinda
Rogéria Dera
Sofia Freire
Silva
Luedji Luna
DJ Spider (intervalos)

03/08
Samba de Coco Raízes de Arcoverde
Barbarize
Jéssica Caetano
Hungria
Xamã
DJ Tiger (intervalos)

BEZERROS (SERRA NEGRA)

08/08
Espetáculo Pernambuco Meu País
Lia de Itamaracá
Banda Ave Sangria
Lobão
Jota Quest
DJ Salvador (intervalos)

09/08
Afoxé Alafin Oyó
Renata Rosa
Tássia Reis
Mago de Tarso
Baiana System
DJ Ari Falcão (intervalos)

10/08
Clube Carnavalesco Vassourinhas de Olinda
Morganna Bernardo
Cátia de França
Frevo Mulher (Nena Queiroga, Gaby Amarantos, Maria Gadú e Roberta Sá)
Teatro Mágico
DJ Renna (intervalos)

PESQUEIRA

15/08
Espetáculo Pernambuco Meu País
Doralyce 
Teto
L7nnon
Matuê
DJ Baloo (intervalos)

16/08
Mestre Anderson Miguel e a Ciranda Raiz da Mata Norte
Nando Cordel
Xangai
Juliana Linhares
Zeca Baleiro
DJ Big (intervalos)

17/08 
Coco de Mulheres
Cascabulho
Clara Sobral
Michele Andrade
Vitor Fernandes
DJ Nuno (intervalos)

GRAVATÁ

22/08
Espetáculo Pernambuco Meu País
Fagner Chagas
Dorgival Dantas 
Mara Pavanelly
Tarcísio do Acordeon
DJ Armandinho Reggae (intervalos)

23/08
Afoxé Omim Sabá
Lucas dos Prazeres
Gerlane Lopes
Diogo Nogueira
Alexandre Pires
DJ João Guerra (intervalos)

24/08
Família Salustiano e a Rabeca Encantada
Chico Chico
Lenine
Biquini Cavadão
Falcão
DJ 440 (intervalos)

ARCOVERDE

29/08
Espetáculo Pernambuco Meu País 
Lirinha
Nação Zumbi
Wiu
Maneva
Renato L (intervalos)

30/08
Samba de Coco Irmãs Lopes
Mestre Ambrósio
Viradouro
Mart´nália
Seu Jorge
Infa Vermelho (intervalos)

31/08
João do Pife e Banda Dois Irmãos
Quinteto Violado
Petrúcio Amorim
Batista Lima 
Projeto Dominguinho (João Gomes, Mestrinho e Jota.pê)
Duart (intervalos)

CARUARU

05/09
Espetáculo Pernambuco Meu País
Junio Barreto
José Augusto
Fábio Jr
Alcione
DJ Vibra (intervalos)

06/09
Maracatu Piaba de Ouro
Lucas Mamede
Tiago Iorc
Criolo
Iza
DJ Nadejda (intervalos)

07/09
Meu Coração é Brega (Bandida, Ovelha Negra, Sedutora e Amigas do Brega)
Conde
Toque Dez 
Tierry
DJ Kananda PX (intervalos)

Fotos: Miva Filho/ Secom

MORRE TERCEIRA VÍTIMA DO ACIDENTE ENTRE PESQUEIRA E SANHARÓ

A cidade de Afogados da Ingazeira amanheceu mais uma vez mergulhada em profunda tristeza nesta sexta-feira (11), com a notícia da morte da agente comunitária de saúde Neucimar Souza Alcântara. Ela foi uma das vítimas do grave acidente ocorrido no último domingo (6), na BR-232, entre os municípios de Belo Jardim e Sanharó, no Agreste de Pernambuco. Desde então, Neucimar lutava pela vida na UTI do Hospital Regional do Agreste, em Caruaru, onde passou por cirurgias delicadas, mas não resistiu às complicações clínicas que se agravaram nas últimas horas.

O acidente que vitimou Neucimar também tirou a vida de Socorro Martins, coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) de Afogados da Ingazeira, e de Marcos Vinícius, residente em Pesqueira. O motorista do veículo que causou a colisão, identificado como Júlio Silva, também de Pesqueira, teria realizado uma ultrapassagem indevida, provocando o choque fatal. Ele ainda não prestou depoimento às autoridades, o que tem gerado revolta e comoção entre os familiares das vítimas e a população das cidades envolvidas.

Neucimar havia sido socorrida em estado grave e submetida a uma laparotomia exploratória para conter uma hemorragia interna. Durante o procedimento, os médicos precisaram retirar parte do seu intestino grosso. Apesar da gravidade, o prognóstico inicial era otimista, o que alimentava a esperança de amigos, familiares e colegas de trabalho. No entanto, seu estado clínico piorou nos últimos dias e, mesmo com todos os esforços da equipe médica, ela não resistiu.

A confirmação do falecimento foi feita pelo prefeito de Afogados da Ingazeira, Alessandro Palmeira, conhecido como Sandrinho, ao blog do jornalista Alysson Nascimento. A notícia provocou uma onda de pesar que rapidamente se espalhou pelas redes sociais e pelas ruas da cidade. Uma das manifestações mais comoventes veio da irmã de Neucimar, Mery da Oficina, que escreveu: “Passando para agradecer a todos que rezaram por minha irmã, mas agora está com o pai Deus cuidando dela”, numa mensagem marcada pela fé e resignação diante da dor.

A Prefeitura de Afogados da Ingazeira emitiu uma nota oficial lamentando profundamente a perda de Neucimar, destacando sua trajetória como servidora pública. Reconhecida por sua atuação como agente comunitária de saúde e por sua participação ativa no Conselho Municipal de Saúde, Neucimar era admirada por sua dedicação, profissionalismo e pela alegria contagiante que levava aos lares que visitava. Seu sorriso largo e presença marcante tornaram-se características lembradas por todos que conviveram com ela ao longo dos anos.

Diante da tragédia, o prefeito decretou luto oficial de três dias nas repartições públicas do município. Em sua manifestação pública, Sandrinho Palmeira ressaltou a dor coletiva e pediu que Deus, em sua infinita misericórdia, conforte familiares e amigos da agente, num momento tão devastador. O falecimento de Neucimar não representa apenas a perda de uma profissional exemplar, mas também o rompimento de vínculos afetivos profundos com a comunidade onde atuava com tanto amor e compromisso.

A tragédia na BR-232, marcada pela imprudência, reacende o debate sobre a responsabilidade no trânsito e a fragilidade da vida. Em Afogados da Ingazeira, o clima é de consternação e saudade por uma mulher que fez da saúde pública o seu campo de missão. A ausência de Neucimar será sentida em cada bairro, em cada visita domiciliar que deixará de ser feita, em cada gesto de cuidado que agora se torna memória.

ARTIGO - A INCONSTITUCIONALIDADE MANIFESTA DA PEC QUE PRORROGA MANDATOS E PERMITE UM TERCEIRO MANDATO PARA PREFEITOS



Por Geovani Oliveira 
Circula no Senado Federal uma proposta de emenda à Constituição (PEC), de iniciativa do senador Ciro Nogueira (PP/PI), que, sob o pretexto de promover uma ampla reforma política, na verdade busca prorrogar os atuais mandatos de prefeitos e vereadores, estendendo-os por mais dois anos e ainda autorizando um terceiro mandato consecutivo de 6 anos. Trata-se de uma medida flagrantemente inconstitucional e profundamente lesiva aos pilares da República, da soberania popular e do Estado Democrático de Direito.
A chamada “reforma”, que deveria ser precedida de um debate nacional robusto, transparente e plural, está sendo conduzida de forma silenciosa e sorrateira no Congresso Nacional, sem a devida participação da sociedade civil, dos juristas, da academia ou das entidades representativas da democracia brasileira.

A PROPOSTA DA PEC E SUA ABERRAÇÃO JURÍDICA

Segundo a minuta em circulação, a PEC teria como objetivos:
• Extinguir a reeleição para cargos do Executivo a partir de 2026;
• Unificar as eleições municipais, estaduais e federais, com a consequente prorrogação de mandatos em curso por dois anos;
• Permitir que prefeitos no segundo mandato concorram novamente, agora a um mandato de seis anos, totalizando 14 anos consecutivos no poder.

Ora, além de alterar profundamente o sistema político-eleitoral brasileiro sem o devido debate democrático, essa proposta esbarra em cláusulas pétreas da Constituição Federal, sendo, portanto, inadmissível sob a ótica jurídico-constitucional.

AFRONTA À ALTERNÂNCIA DE PODER

Um dos pilares fundamentais da democracia representativa é a alternância de poder, princípio implícito, mas indissociável da forma republicana de governo. A extensão do mandato e a concessão de um terceiro mandato consecutivo viola frontalmente esse princípio, criando verdadeiros feudos políticos em municípios de todo o país.

A Constituição Federal, em seu art. 1º, parágrafo único, estabelece que:

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

A soberania popular pressupõe o direito de escolha periódico e a limitação do poder político, sob pena de perpetuação de mandatos e formação de estruturas autoritárias locais.

VIOLAÇÃO DA PERIODICIDADE DO VOTO

A periodicidade das eleições é princípio estruturante do regime democrático. Não se pode admitir que, por conveniência política, os detentores de mandato obtenham uma prorrogação não autorizada nas urnas. A Constituição estabelece que os mandatos são de 4 anos e sua prorrogação fere o princípio da legalidade (art. 5º, II) e da periodicidade eleitoral (art. 60, §4º, II e V).

A proposta em discussão viola diretamente os seguintes dispositivos constitucionais:
• Art. 14, caput – que garante a soberania popular por meio do sufrágio universal e do voto direto e secreto, com valor igual para todos;
• Art. 60, §4º, II e V – que veda emendas tendentes a abolir a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, além da separação dos Poderes e os direitos e garantias individuais.

Portanto, qualquer tentativa de prorrogação de mandatos sem consulta direta ao eleitorado, e que ainda permita um terceiro ciclo consecutivo de poder, macula a essência da democracia e atinge cláusulas pétreas da Carta Magna.

INSEGURANÇA JURÍDICA E O PRECEDENTE PERIGOSO

A eventual aprovação dessa PEC abriria precedente extremamente perigoso. O Congresso estaria, na prática, usurpando o poder do eleitor e legitimando uma extensão artificial de mandatos, sem que houvesse respaldo nas urnas. Trata-se de uma medida autorreferente, onde os próprios beneficiários legislam em causa própria — o que fere a moralidade administrativa e a ética republicana.
Além disso, o Judiciário será chamado a se manifestar, pois há uma violação objetiva e direta ao núcleo imutável da Constituição Federal, podendo o Supremo Tribunal Federal (STF), no exercício de seu controle jurisdicional de constitucionalidade, declarar nula a proposta, ainda que aprovada no Congresso.

UM ALERTA À SOCIEDADE E AO DIREITO

A emenda constitucional em tramitação representa um golpe silencioso ao Estado Democrático de Direito. Prorrogar mandatos de forma artificial e permitir uma terceira reeleição fere os princípios da legalidade, isonomia, alternância de poder, soberania popular e da própria dignidade do processo eleitoral.

A Constituição de 1988 não admite retrocessos em direitos e garantias fundamentais, tampouco permite que se burle a vontade popular por meio de manobras legislativas. É hora da sociedade, da OAB, da advocacia, das universidades, do Ministério Público e da imprensa livre se posicionarem.
A democracia não sobrevive a golpes sutis. E a História não absolverá os que compactuarem com a supressão do voto como instrumento de escolha legítima do poder.


*Advogado – Especialista em Direito Constitucional*

TRUMP TAXA O BRASIL, DESORGANIZA A DIREITA E RECOLOCA A ESQUERDA NO JOGO POLÍTICO

Trump impõe tarifa contra o Brasil e desorganiza estratégia da direita: bolsonarismo se vê encurralado e esquerda tenta ocupar espaço perdido

A base política do ex-presidente Jair Bolsonaro foi surpreendida nesta semana por um movimento que deveria representar uma vitória simbólica, mas terminou por desorganizar toda a estratégia da direita brasileira. A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos brasileiros atingiu em cheio os interesses econômicos do país e causou desgaste político imediato entre os aliados de Bolsonaro. O anúncio, que vinha sendo precedido por discursos inflamados de Eduardo Bolsonaro — atualmente autoexilado na Flórida — e apelidados de “tarifas Moraes” por ele próprio, deixou perplexos até os apoiadores mais fiéis do ex-presidente. A intenção era punir o ministro Alexandre de Moraes, mas o efeito colateral atingiu em cheio a própria base bolsonarista.

O reflexo foi imediato. Um dos principais nomes do bolsonarismo no Sudeste, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, chegou a elogiar a postura de Trump de maneira cautelosa, mas recuou publicamente em menos de 24 horas, depois da péssima repercussão entre empresários paulistas, principais afetados pela nova taxação. Tentando conter os danos, Tarcísio viajou a Brasília para se reunir com Bolsonaro e avaliar como administrar a crise, que ameaça minar a narrativa construída pela direita sobre o alinhamento automático com os Estados Unidos. A situação colocou os bolsonaristas na defensiva, oferecendo à esquerda uma oportunidade inédita de reação no campo simbólico e midiático.

A oposição progressista, que vinha acuada nas redes sociais e ausente das ruas desde a vitória apertada de Lula em 2022, enxergou no erro estratégico uma chance de reorganização política. A tentativa do deputado federal Guilherme Boulos de realizar uma manifestação em São Paulo nesta semana, ainda que com público modesto, gerou repercussão inesperada quando foi interrompido por um cidadão comum ao microfone — um episódio que viralizou nas redes. Mas a surpresa maior veio com o desdobramento posterior: as críticas à postura de Bolsonaro e seu filho Eduardo se espalharam até entre setores antes silenciosos, e a indignação popular com o tarifaço abriu caminho para que a esquerda resgatasse discursos sociais mais contundentes.

O próprio deputado estadual Coronel Alberto Feitosa, um dos mais leais defensores do bolsonarismo em Pernambuco, admitiu publicamente que a medida de Trump foi um erro. Para ele, o ideal seria que as sanções se limitassem a membros do Supremo Tribunal Federal, como Alexandre de Moraes. Mas, apesar do revés, Feitosa manteve o tom combativo e indicou que a direita ainda espera por movimentos mais firmes do Senado ou mesmo do STF, alertando que “vem mais coisa por aí” caso não haja recuo. A fala revela que, mesmo diante do impacto negativo, parte da base de Bolsonaro ainda tenta sustentar a narrativa de confronto institucional.

A nova estratégia agora seria convencer Donald Trump a rever a decisão, sob o argumento de que o tiro atingiu os aliados e não os alvos imaginados. Bolsonaro já articula mensagens indiretas ao republicano norte-americano, temendo que a continuidade da medida comprometa não apenas sua imagem no Brasil, mas também a viabilidade de seu sucessor nas eleições presidenciais de 2026. Enquanto isso, o presidente Lula, que vinha apanhando nas redes sociais e enfrentando dificuldades para reagir politicamente, recebeu de presente um discurso pronto. O impacto da medida nos setores produtivos, especialmente em São Paulo, pode ser o argumento que faltava para recolocar o governo federal no centro do embate político.

A esquerda, ciente do novo momento, organiza para este final de semana uma manifestação em São Paulo com foco na desigualdade social, na defesa do interesse nacional e em ataques coordenados ao que chamam de “aliança dos ricos”, simbolizada por Trump e Bolsonaro. No centro das críticas estarão os prejuízos econômicos provocados pela tarifa e a tentativa fracassada da direita de transformar a crise institucional em um episódio de vingança. O que era para ser uma vitória simbólica para o bolsonarismo virou um problema de grandes proporções e, no tabuleiro político, a esquerda volta a ter chances reais de recuperar o protagonismo perdido.

DIOGO MORAES DESTACA IMPORTANCIA DA PE-145

Após cobrar e garantir projeto executivo desde 2022, Diogo Moraes destacar importância da licitação da PE-145
Foi publicado nesta quarta-feira (10), no Diário Oficial do Estado, o aviso de abertura do processo licitatório para a restauração da rodovia PE-145, no trecho que liga Brejo da Madre de Deus a Jataúba, no Agreste de Pernambuco. A obra é uma demanda histórica da população local e representa um importante passo para o desenvolvimento da região. Representante do Polo de Confecções na Alepe, o deputado estadual Diogo Moraes (PSB), que acompanha de perto a pauta da PE-145 há vários anos, reconheceu a importância da abertura do processo licitatório, mas fez questão de lembrar que o projeto executivo da obra já estava pronto desde 2022, ainda durante a gestão anterior, resultado de articulação do seu mandato junto ao Governo do Estado à época.

“Lutamos muito para garantir essa obra. Desde o governo passado, articulamos e conseguimos viabilizar o projeto executivo, que é uma etapa fundamental. Sem projeto, não há requalificação possível. Entregamos esse projeto pronto ainda em 2022, o que permitia que a atual gestão desse início ao processo desde o primeiro ano. Só agora, faltando um ano para as eleições, decidiram avançar”, criticou o parlamentar.

A PE-145 é uma das principais vias da região, com papel estratégico no escoamento da produção, na mobilidade da população e na integração econômica do Agreste. A situação precária da estrada tem sido motivo constante de reivindicação por parte da população e lideranças políticas locais.

Apesar das críticas quanto ao atraso, Diogo Moraes reforçou a importância da obra e torce para que a execução aconteça com celeridade e responsabilidade. "Mais do que um anúncio, a população quer ver máquinas na pista e a estrada sendo requalificada de fato. Seguiremos vigilantes para que essa obra saia do papel e traga melhorias reais para quem depende da PE-145 diariamente”, concluiu.


Comunicação - Deputado Diogo Moraes

DEPUTADO ESTADUAL PASTOR JUNIOR TÉRCIO DECLARA APOIO A EDUARDO DA FONTE PARA O SENADO

Deputado Pastor Júnior Tércio declara apoio a Eduardo da Fonte para o Senado
O deputado estadual Pastor Júnior Tércio (PP), o mais votado de Pernambuco em 2022, anunciou apoio ao deputado federal Eduardo da Fonte (PP) em sua caminhada rumo ao Senado. O parlamentar destacou a atuação conjunta dos dois na área da saúde e a força da articulação política de Eduardo em favor dos hospitais e unidades de saúde do estado.

“São muitos investimentos e equipamentos de alta tecnologia chegando em todo o estado. Eduardo tem a capacidade de unir os deputados em bancada para ampliar os recursos destinados à saúde. Política não se faz sozinho, e Eduardo entende isso”, afirmou Júnior Tércio.

Pastor evangélico, Júnior Tércio iniciou sua vida pública como vereador do Recife, sendo eleito com forte atuação nas comunidades e defesa de pautas sociais e cristãs. Na Assembleia Legislativa, tem se destacado por projetos voltados à assistência social, defesa da família e do atendimento digno à população mais vulnerável. Em 2022, foi eleito deputado estadual com a maior votação de Pernambuco. 

“Pernambuco precisa de alguém que tenha articulação, trânsito político e compromisso com as pessoas. Eduardo reúne tudo isso e está preparado para representar o nosso estado no Senado”, completou Tércio.

COLUNA POLÍTICA | NA LUPA 🔎 | POR EDNEY SOUTO

EM SETEMBRO DE 1996, BARTOLOMEU QUIDUTE CRAVAVA 91% DE APROVAÇÃO: UM RECORDE DOS ANOS 90

Por Edney Souto 
Setembro de 1996 marcou um feito histórico para a cidade de Garanhuns, no Agreste pernambucano. Naquele mês, uma pesquisa de opinião pública registrava uma das maiores taxas de aprovação administrativa de que se teve notícia na política local — 91% de aprovação popular. O protagonista dessa façanha foi Bartolomeu Quidute, médico jovem e idealista que, ao assumir a Prefeitura de Garanhuns no início da década de 1990, deu início a uma verdadeira transformação na cidade. Vamos dar uma analisada NA LUPA desta quinta-feira. Vamos dar uma analisada NA LUPA desta sexta-feira.

O MÉDICO QUE MUDOU A POLÍTICA LOCAL

De origem tradicional do sertão pernambucano, mas radicado em Garanhuns há muitos anos, sempre foi um profissional da medicina que se apresentou de forma carismática e simples, e com uma trajetória marcada pela dedicação à medicina popular, Bartolomeu chegou à prefeitura pelas mãos do povo, não das elites tradicionais. Sua eleição foi uma surpresa para os bastidores políticos da época, dominados por oligarquias e estruturas familiares que comandavam o município há décadas. Com uma campanha austera e de corpo a corpo, ele virou o jogo e deu um grito de liberdade aos bairros mais esquecidos de Garanhuns.

UMA GESTÃO POPULAR, FIRME E TRANSFORMADORA
A administração Quidute foi marcada por políticas públicas voltadas à inclusão social, melhoria da infraestrutura urbana e valorização das periferias. Obras estruturantes chegaram onde antes só havia promessas. A cidade cresceu com planejamento, os serviços públicos foram qualificados e, sobretudo, o povo foi ouvido. Ao lado da primeira-dama Rosa Quidute, que comandava com maestria a área de Assistência Social, e com a articulação política do advogado Alexandre Marinho, seu governo ganhou força, legitimidade e protagonismo.

O FIM DO MANDATO E A SURPREENDENTE ESCOLHA
Na época, a legislação não permitia a reeleição de prefeitos. Com índices altíssimos de aprovação, Bartolomeu poderia facilmente eleger um sucessor de seu grupo político. No entanto, fez um movimento inesperado: escolheu o então vereador Silvino Duarte, líder da oposição na Câmara, como seu candidato à sucessão. A decisão surpreendeu aliados e desestabilizou momentaneamente sua base. Até hoje, muitos tentam decifrar os motivos reais daquela escolha. Uma aposta ousada, com consequências relevantes.

SILVINO, O ROMPIMENTO E A MUDANÇA DE RUMOS
Silvino venceu a eleição carregado pelo prestígio de Bartolomeu. No entanto, rompeu rapidamente com o seu mentor político, num gesto considerado traição por parte significativa da população e dos bastidores da política na época. Ainda assim, usou os projetos e recursos conquistados no governo anterior para dar continuidade a obras e ações, o que lhe garantiu uma reeleição. Mais tarde, apoiaria Luiz Carlos de Oliveira, que também ficaria oito anos à frente da prefeitura.

LEGADO DE UM LÍDER VERDADEIRO
O governo de Bartolomeu Quidute deixou marcas profundas em Garanhuns. Com um olhar voltado aos que mais precisavam, ele governou com o coração e com os pés no chão. Sua relação com o povo era direta, franca e afetuosa. Ele não governou de gabinete, mas nas ruas, nos bairros, nos postos de saúde e hospitais. Seu compromisso com a justiça social foi traduzido em ações concretas e eficazes, que até hoje são lembradas com saudade por muitos garanhuenses. Em tempos de Festival de Inverno nunca é tarde para relembrar que foi no governo Quidute o evento foi profissionalizado e recebeu as feições e infraestrutura que o acompanha até hoje. Uma visão futura que deu gigantismo ao FIG, criado por seu antecessor Ivo Amaral. 

SACRIFÍCIOS E HONESTIDADE COMO MARCA
Bartolomeu Quidute deixou a prefeitura com menos patrimônio do que quando entrou, algo raro – quase utópico – na política brasileira. Sua vida pública foi pautada por princípios éticos, simplicidade e um senso de dever que transcendia os interesses pessoais. Sua gestão é reconhecida não apenas pelo que fez, mas por como fez: com dignidade, decência e coragem.

O MAIOR PREFEITO DE SUA ÉPOCA
A história de Bartolomeu Quidute já foi contada por diversas vozes, como a do Blog do Edney, que narrou parte do seu legado. Mas sempre vale ser recontada, pois ele está inscrito nas páginas da história como o maior e melhor prefeito de sua geração em Garanhuns. Um gestor que rompeu barreiras, desafiou o sistema, liderou com humildade e provou que é possível fazer diferente — e melhor.

UM EXEMPLO QUE PERMANECE
Passadas quase três décadas, a memória de Bartolomeu continua viva no imaginário coletivo da cidade. Em tempos de desilusão com a política, seu exemplo serve como farol para novas lideranças. Setembro de 1996 não foi apenas um recorde de aprovação. Foi a confirmação de que a política, quando feita com o coração e a razão, pode ser instrumento de verdadeira transformação social. É isso aí.

FERNANDO MONTEIRO, DO REPUBLICANOS, REFORÇA ALIANÇA COM RAQUEL LYRA MESMO EM PARTIDO ALIADO DE JOÃO CAMPOS

No cenário político pernambucano, as relações de aliança e oposição muitas vezes desafiam a lógica dos partidos. Um exemplo recente foi dado pelo deputado federal Fernando Monteiro, filiado ao Republicanos, partido que integra a base do prefeito João Campos (PSB) e que oficialmente se posiciona em oposição à governadora Raquel Lyra (PSD). Mesmo assim, Monteiro fez questão de declarar sua aliança clara e efetiva com a chefe do Executivo estadual durante a cerimônia de filiação do prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro, ao PSD.

Ao destacar sua atuação parlamentar, Fernando Monteiro não economizou nas declarações para evidenciar seu compromisso com Pernambuco, independentemente das divergências partidárias. “Eu sou de outro partido, mas sou aliado da governadora Raquel Lyra e não sou aliado de discurso. Eu sou o deputado federal que mais colocou emenda de bancada para o estado de Pernambuco”, afirmou, reforçando que seu trabalho é concreto, com investimentos já direcionados a obras estruturantes como a BR-232 e a restauração de vias importantes para o estado.

Essa fala sinaliza que, apesar das aparências e dos posicionamentos oficiais do Republicanos, a política no estado não é feita apenas de oposição rígida. Monteiro se coloca como um articulador que prefere a prática do que o discurso, declarando que estará sempre à disposição para apoiar financeiramente projetos de Raquel Lyra, a governadora que hoje lidera o Executivo estadual com popularidade crescente. “Quantas vezes ela precisar, vai ter recurso meu, porque recurso em Pernambuco é bem aplicado”, enfatizou o deputado.

O Republicanos, partido ao qual Monteiro é filiado, tem como principal liderança estadual o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que vem trabalhando intensamente para construir sua candidatura ao Senado, compondo chapa com João Campos, que será candidato ao Governo do Estado. Esse cenário cria um paradoxo na política local: um deputado federal que, mesmo filiado a um partido que caminha com João Campos, posiciona-se como aliado direto da governadora Raquel Lyra, sua adversária política.

Esse movimento político de Monteiro pode indicar um alinhamento estratégico para 2026, quando as eleições estaduais prometem ser altamente competitivas. O apoio cruzado evidencia que as alianças não são necessariamente estanques, e que a busca por recursos e melhorias para Pernambuco pode superar rivalidades partidárias.

Além disso, a presença do deputado federal na filiação de Rodrigo Pinheiro ao PSD reforça a aproximação do Republicanos com forças que tendem a fortalecer o projeto de Raquel Lyra, mostrando que o campo político é mais fluido do que parece à primeira vista. O gesto público de Monteiro ganha importância justamente por desafiar a expectativa de que seu partido estaria inteiramente alinhado com João Campos.

Com isso, a figura de Fernando Monteiro ganha ainda mais relevância no tabuleiro político estadual. Ele se apresenta como um político pragmático, disposto a transitar entre as forças políticas para garantir investimentos e projetos para Pernambuco, independentemente de liturgias partidárias. Esse tipo de posicionamento pode ser um indicativo de que a política estadual terá dinâmicas menos previsíveis e mais focadas em resultados práticos.

Em resumo, a fala e a postura de Fernando Monteiro durante o evento político vão além de simples gestos de cortesia. Tratam-se de declarações carregadas de significado, que podem influenciar os rumos da política pernambucana, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando e o jogo de alianças se intensificando.

A trajetória do Republicanos em Pernambuco, com seu presidente estadual Silvio Costa Filho mirando uma candidatura ao Senado pela chapa de João Campos, ganha um novo capítulo com essa aparente dissidência interna, evidenciada pelo apoio de Monteiro a Raquel Lyra. O tempo dirá se essa postura será mantida, mas o fato é que o deputado já demonstrou que sua prioridade é o desenvolvimento de Pernambuco, independente de alinhamentos partidários rígidos.