Para a senadora Teresa Leitão, a medida cautelar não configura qualquer antecipação de pena, mas sim uma salvaguarda institucional necessária frente ao potencial de interferência do ex-presidente nas apurações em curso. Em nota oficial, ela afirmou que a decisão de Moraes busca garantir a integridade do processo judicial, diante de evidências de tentativas anteriores de obstrução da justiça. A parlamentar avalia que as ações do STF têm como objetivo assegurar que o ex-presidente não continue a articular, de forma direta ou indireta, atos que ameacem o funcionamento das instituições democráticas e a soberania nacional.
Teresa ainda ressaltou que a medida adotada está fundamentada nos limites legais previstos pela Constituição e pelas normas processuais. Para ela, a decisão representa a vigilância ativa do sistema de justiça brasileiro diante de ameaças reais à democracia. Ao enfatizar que "ninguém está acima da lei", a senadora sublinhou o papel do Judiciário como guardião do Estado de Direito e da verdade factual diante dos ataques sistemáticos promovidos nos últimos anos.
Já o senador Humberto Costa foi mais incisivo ao classificar como "escancarado" o envolvimento de Bolsonaro em articulações que atentam contra o regime democrático. Ele considerou que os elementos reunidos pela Polícia Federal revelam que o ex-presidente não apenas conspirava contra as instituições, mas também buscava incitar retaliações externas ao país, por meio da manipulação de informações e da tentativa de provocar sanções internacionais contra o Brasil. Humberto destacou ainda que, diante do avanço das investigações, Bolsonaro já estaria organizando uma saída estratégica do país, o que, segundo o senador, revela ausência de confiança na própria inocência e um claro comportamento de quem busca se esquivar da Justiça.
Nas redes sociais, Humberto reforçou sua posição de forma contundente. Em publicação no X (antigo Twitter), o senador escreveu que "o traidor da Pátria não escapará", demonstrando confiança nas instituições e no andamento do processo judicial que envolve o ex-chefe do Executivo. Para ele, a tornozeleira eletrônica e as demais restrições impostas – como a proibição de uso das redes sociais e o impedimento de contato com o filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado – são respostas proporcionais à conduta do ex-presidente, que, segundo ele, ameaçou a estabilidade da democracia brasileira.
O posicionamento dos dois parlamentares reforça a linha adotada pelo PT em relação à responsabilização de Bolsonaro por ações antidemocráticas. Ambos fazem parte da ala mais atuante do partido no Senado Federal e acompanham de perto o desdobramento dos inquéritos no Supremo. Com esse novo capítulo envolvendo o ex-presidente, cresce a expectativa sobre o rumo do processo e sobre os próximos passos da Justiça diante dos elementos já apresentados pela Polícia Federal.
