A quadrilha foi investigada pela Polícia Federal durante a Operação Grife, deflagrada há dois anos, e chegou a fraudar 727 benefícios previdenciários e assistenciais. O grupo utilizava documentos falsos e aliciava idosos para se passarem por beneficiários do INSS, sendo responsáveis pela falsificação de identidades, agendamento de atendimentos, transporte dos idosos até as agências da Previdência Social e saques bancários. A Justiça apontou que o esquema contava com divisão clara de tarefas entre os integrantes, o que indicava alto grau de organização e periculosidade.
As penas variam entre 12 e 18 anos de prisão em regime fechado, mas os réus poderão recorrer em liberdade mediante cumprimento de medidas cautelares, como comparecimento periódico à Justiça e proibição de uso de redes sociais. De acordo com a sentença, o grupo formava três núcleos familiares interligados, todos originários de Águas Belas, no Agreste. A atuação do grupo foi tão meticulosa que, mesmo com fiscalizações do INSS, os criminosos conseguiram manter o esquema por sete anos, causando prejuízos incalculáveis ao erário.
A decisão judicial cita ainda um episódio dramático envolvendo a morte de uma idosa, vítima do próprio esquema. Ela faleceu em um acidente de trânsito enquanto era levada por dois membros do grupo para realizar um saque fraudulento em Vitória de Santo Antão. O juiz destacou que, além das provas documentais, os depoimentos colhidos ao longo do processo e os rastreamentos bancários comprovaram a participação ativa de cada réu.
Os condenados são:
– Jéssica Pedrosa Santos – apontada como uma das articuladoras do esquema;
– José Luiz dos Santos – marido de Jéssica, auxiliava no transporte e identificação falsa dos idosos;
– Chirllan Leandro Pedrosa – irmã de Jéssica, atuava na organização dos documentos forjados;
– José Augusto Ferreira da Silva – marido de Chirllan, cuidava da logística dos saques;
– Luciana Leandro da Silva, também conhecida como Safira Pedrosa Santos – tida como uma das líderes do grupo e reincidente em crimes semelhantes;
– Erik Leandro Ramos – filho de Luciana, responsável por articular movimentações financeiras;
– Margarida Letycia dos Santos Gomes – nora de Luciana, participava do recrutamento de idosos e dos acompanhamentos às agências.
Todos foram também condenados ao pagamento de multas e obrigados a reparar os danos causados à União. A reincidência de alguns integrantes em fraudes anteriores pesou no agravamento das penas. A Justiça ainda identificou que parte dos lucros do esquema era usada para compra de bens e disfarçada em atividades comerciais da família, cuja vida de luxo destoava da realidade da cidade onde viviam.