quarta-feira, 30 de julho de 2025

EXPOSIÇÃO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS HOMENAGEIA MIGUEL ARRAES E EDUARDO CAMPOS COM O LEGADO DOS “CICLOS DE CORAGEM”

Na próxima quarta-feira, 6 de agosto, a Câmara dos Deputados será palco de uma homenagem que transcende o tempo e os ciclos políticos. Será inaugurada, no Espaço Mário Covas do Anexo II, a exposição “Miguel Arraes & Eduardo Campos – Ciclos de Coragem”, um tributo a dois dos mais emblemáticos líderes da história política brasileira contemporânea, ambos ligados ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). A solenidade está marcada para as 10h30 e reunirá lideranças nacionais, parlamentares, familiares, amigos e admiradores dos dois pernambucanos que marcaram gerações por suas trajetórias de resistência, inovação e compromisso com o povo.

A proposta da exposição é mais do que resgatar memórias: é reviver os valores que moveram Miguel Arraes e Eduardo Campos em suas atuações públicas. Arraes, ex-governador de Pernambuco, foi símbolo de firmeza diante da repressão, defensor dos trabalhadores rurais e das reformas sociais em um período de efervescência política no país. Exilado durante a ditadura militar, retornou ao Brasil com a mesma coragem que o levou à prisão, sempre com um olhar voltado aos mais pobres. Já Eduardo Campos, neto de Arraes, seguiu os passos do avô com um estilo moderno, técnico e ousado. Governador de Pernambuco por dois mandatos, transformou o estado em um modelo de gestão reconhecido nacionalmente, projetando-se como uma das principais lideranças políticas do Brasil até sua morte precoce em 2014.

A exposição pretende destacar os pontos de conexão entre essas duas figuras históricas, unidas por laços familiares, mas sobretudo por uma mesma visão de país. São duas gerações distintas que, em contextos diferentes, enfrentaram desafios semelhantes com coragem e determinação. A mostra reúne imagens históricas, documentos, objetos pessoais, discursos e registros de momentos decisivos de suas carreiras, em um percurso que convida à reflexão sobre o legado de ambos e os caminhos ainda a trilhar no campo da justiça social e da inclusão.

Organizada pelo PSB, a iniciativa é também um chamado ao reencontro com a história do partido e seu papel na construção de políticas públicas voltadas à dignidade humana. Arraes e Eduardo deixaram marcas profundas na cultura política de Pernambuco e do Brasil. Seus mandatos foram pautados pela valorização do serviço público, pela atenção à educação, à saúde e ao desenvolvimento regional sustentável. A exposição na Câmara é um gesto de reconhecimento a esses projetos e à coragem de quem ousou sonhar com um país mais justo e igualitário.

Mais do que uma retrospectiva, “Ciclos de Coragem” é um convite à continuidade. Representa a força de uma herança política que atravessa o tempo sem perder atualidade e mostra como a coragem de liderar com princípios pode deixar um legado permanente. A presença de parlamentares e convidados reforça o valor simbólico do evento, em um ambiente onde decisões fundamentais são tomadas diariamente. O ato de homenagem acontece em Brasília, mas reverbera em todo o país como uma afirmação do compromisso com a democracia e com as causas populares que sempre moveram Arraes e Eduardo Campos.

GOVERNO BRASILEIRO REAGE A SANÇÃO DOS EUA CONTRA ALEXANDRE DE MORAES E DEFENDE SOBERANIA NACIONAL


AGU diz que sanção dos EUA a Moraes é inaceitável e promete reação
 
O governo brasileiro reagiu com firmeza à decisão dos Estados Unidos de aplicar sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, por meio da chamada Lei Magnitsky. O posicionamento oficial foi transmitido pelo ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, que classificou a medida como um ataque direto e inaceitável à soberania nacional. A aplicação da legislação americana a um magistrado brasileiro causou forte repercussão no meio jurídico e político, sendo tratada pelo governo federal como uma interferência indevida nos assuntos internos do país, especialmente no que diz respeito à autonomia do Poder Judiciário.

Jorge Messias afirmou, em nota oficial, que todas as medidas cabíveis serão adotadas pelo Estado brasileiro para a proteção de suas instituições democráticas. Para o ministro da AGU, o ato promovido pelos EUA representa uma tentativa de constrangimento ao funcionamento independente da Justiça brasileira, e não será tolerado por um país que zela por sua soberania e pela integridade de seus poderes constitucionais. A reação do governo busca reforçar a mensagem de que o Brasil não aceitará pressões externas que comprometam a autoridade de seus representantes institucionais.

Em seu pronunciamento, o ministro expressou solidariedade a Alexandre de Moraes, ressaltando que o magistrado cumpre rigorosamente seu dever constitucional. Segundo Messias, qualquer tentativa de deslegitimar a atuação de membros do Judiciário brasileiro configura um assédio político inaceitável e fere os princípios fundamentais da democracia. Ele destacou que uma Justiça livre e independente é pilar essencial de qualquer regime democrático consolidado, e que o Brasil continuará a defender essa prerrogativa com todas as ferramentas legais disponíveis.

A Lei Magnitsky, utilizada pelos Estados Unidos para aplicar sanções contra autoridades de outros países consideradas responsáveis por violações de direitos humanos ou atos de corrupção, foi acionada neste caso sob alegações não detalhadas oficialmente pelo governo norte-americano. O Brasil, por sua vez, vê a iniciativa como uma extrapolação de competências por parte de um país estrangeiro que interfere na condução de decisões internas. A defesa de Moraes por parte do governo Lula sinaliza uma linha clara de enfrentamento diante do que é interpretado como uma afronta à soberania nacional.

Em tempos de tensão global e desafios às democracias, a resposta do governo brasileiro aponta para a necessidade de união em torno das instituições que sustentam o Estado de Direito. Ao rechaçar as sanções impostas, a AGU envia um recado direto de que o país não abrirá mão de sua dignidade institucional nem permitirá que seus representantes sejam alvos de perseguições políticas travestidas de ações legais. O episódio também reacende o debate sobre os limites da atuação extraterritorial de leis como a Magnitsky e seu impacto nas relações diplomáticas internacionais.

RAMAIS DO SÃO FRANCISCO LEVAM SEGURANÇA HÍDRICA A MAIS DE 5 MILHÕES DE NORDESTINOS

Obras como os ramais do Apodi, Salgado e Piancó vão garantir abastecimento humano, produção agrícola e mais resiliência frente à escassez de água no semiárido
Desempenhando um papel fundamental na garantia do acesso à água em regiões urbanas e rurais, os ramais, tubulações responsáveis por conduzir água de pontos de alimentação até os locais de consumo, recebem atenção especial do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). No Nordeste, as obras, coordenadas pela Secretaria Nacional de Segurança Hídrica (SNSH), ampliarão a cobertura do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) e vão beneficiar milhões de brasileiros em áreas historicamente afetadas pela seca.

“O projeto de integração do São Francisco se assemelha ao sistema circulatório do corpo humano, onde a água, esse líquido vital, cumpre o papel do sangue”, compara o diretor do Departamento de Projetos Estratégicos (DPE) da SNSH, Bruno Cravo. “Os dois grandes canais, que chamamos de eixos estruturantes, o Norte e o Leste, funcionam como artérias principais, levando o maior volume de água para o semiárido nordestino”, completou.

Segundo Cravo, é a partir desses canais principais que os chamados ramais associados cumprem um papel estratégico na capilarização do abastecimento. “Esses ramais seriam como as veias do sistema, levando a água até áreas específicas onde os grandes eixos não alcançam diretamente. Temos exemplos como o Ramal do Apodi, do Salgado e Piancó em diferentes estágios de implantação e operação”, explica. “É por meio deles que conseguimos distribuir a água do São Francisco por adutoras e sistemas locais, atendendo de forma racional e eficiente o Nordeste Setentrional”.

Os ramais integram um conjunto de obras que visam promover o acesso contínuo e seguro à água no Nordeste. Somados aos eixos Norte e Leste do PISF, esses empreendimentos contribuem diretamente para o desenvolvimento regional, a inclusão social e o enfrentamento dos efeitos da escassez hídrica.

Ramal do Apodi: água para 45 municípios
Com 115 km de extensão e vazão de 40 m³ por segundo, o Ramal do Apodi, que está em construção, já atingiu 72% de execução física. A obra conta com investimento de R$ 1,4 bilhão e deve ser concluída em outubro de 2026. Ao todo, o empreendimento beneficiará 45 municípios na Paraíba e no Rio Grande do Norte, assegurando água para consumo humano, atividades produtivas e o fortalecimento da resiliência hídrica regional. O Ramal do Apodi é uma extensão do Eixo Norte do PISF. A obra está no Novo PAC e vai levar segurança hídrica principalmente ao oeste potiguar.

Ramal do Salgado: água por gravidade para 5 milhões de cearenses
Outro projeto fundamental é o Ramal do Salgado, que levará água ao Ceará a partir do Ramal do Apodi. Com 36 km de extensão e capacidade de vazão de 20 m³/s, a obra beneficiará 54 municípios cearenses e cerca de 5 milhões de pessoas. O investimento previsto é de R$ 622 milhões, e a conclusão está programada para junho de 2026.

Além de ampliar o alcance do PISF, o ramal é considerado uma das soluções estruturantes mais estratégicas para a segurança hídrica no semiárido cearense, ao permitir a entrega de água com menor consumo energético.

Ramal do Piancó: edital previsto para o fim de 2025
Com investimento estimado de R$ 350 milhões, o Ramal do Piancó vai reforçar o abastecimento hídrico de 36 municípios, beneficiando cerca de 350 mil pessoas na Paraíba. O trecho partirá de Mauriti (CE) até o Açude Condado, com entrega da água diretamente na calha do Rio Piancó. A estrutura será implantada em duas etapas, com adutoras de ferro fundido de 1.200 mm de diâmetro. A publicação do edital da obra está prevista para o último trimestre de 2025. 
Fonte: Brasil 61 

TRUMP SANCIONA ALEXANDRE DE MORAES, MAS MINISTRO NÃO POSSUI BENS NEM CONTAS NOS EUA

O cenário político internacional ganhou novos contornos com o anúncio, nesta quarta-feira (30), de que o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, aplicou sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), com base na Lei Magnitsky. A medida, que permite punições contra estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos, inclui o bloqueio de bens e contas bancárias em solo norte-americano. No entanto, o próprio STF confirmou que Moraes não possui contas, investimentos ou qualquer patrimônio registrado nos Estados Unidos, o que esvazia parte dos efeitos práticos das sanções econômicas anunciadas. A decisão de Washington ocorre em meio a pressões crescentes de setores da extrema direita americana e brasileira, que veem em Moraes um símbolo de enfrentamento à desinformação, aos atos golpistas e à radicalização antidemocrática. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi enfático ao justificar a sanção: afirmou que Moraes teria se colocado como "juiz e júri" em uma "caça às bruxas ilegal" contra cidadãos e empresas brasileiras e norte-americanas, além de responsabilizá-lo diretamente por promover censura, prisões arbitrárias e processos políticos, inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar da retórica contundente, fontes próximas ao ministro indicam que ele tem tratado o assunto com cautela e sem alarde, minimizando os impactos simbólicos e jurídicos da sanção. Moraes já havia tomado conhecimento das movimentações internacionais que pediam sua inclusão na lista de alvos da Lei Magnitsky, e tem afirmado que sua atuação está dentro dos parâmetros constitucionais e legais do Brasil. A ação de Trump também tem efeitos políticos internos: é vista por aliados de Bolsonaro como um respaldo internacional às críticas feitas contra o STF e, ao mesmo tempo, acirra ainda mais a polarização política que domina o país. Enquanto isso, integrantes do Judiciário brasileiro observam com atenção a postura dos EUA, considerando a medida uma ingerência sem precedentes nas instituições nacionais. Ainda não está claro se o governo brasileiro tomará alguma providência diplomática ou se manterá o silêncio diante do episódio. O fato concreto é que, mesmo sem bens para serem bloqueados nos Estados Unidos, o nome de Alexandre de Moraes entra oficialmente na lista de figuras sancionadas pelo governo Trump, o que tende a gerar novos embates institucionais e reações políticas nos dois países nos próximos dias.

GOVERNO DE PERNAMBUCO ANUNCIA CHEGADA DE CERCA DE R$ 364,2 MILHÕES E GERAÇÃO DE 492 NOVOS EMPREGOS

Terceiro anúncio de investimentos do ano foi realizado na manhã desta quarta-feira (30/07) na Adepe. Prodepe e Proind trazem 44 projetos de indústrias, centrais de distribuição e importadores atacadistas para todo Estado
Investimentos de cerca de R$ 364,2 milhões estão chegando a Pernambuco com a geração de 492 novos empregos por meio da implantação ou da ampliação de indústrias, importadores atacadistas e centrais de distribuição. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (30/07) pelo Governo de Pernambuco por meio de sua Agência de Desenvolvimento Econômico, a Adepe, juntamente com as Secretarias Estaduais de Desenvolvimento Econômico (SDEC), da Fazenda (Sefaz) e Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (Semas).
Ao todo, 44 projetos, sendo 18 de indústrias, receberam aprovação de incentivos fiscais do Programa de Desenvolvimento de Pernambuco (Prodepe) e do Programa de Estímulo à Indústria de Pernambuco (Proind) durante a 132ª reunião do Conselho Estadual de Políticas Industrial, Comercial e de Serviços, o Condic.

Uma soma de R$ 342,5 milhões, 94% do total de investimentos (R$ 364,2 milhões) seguirá para o interior do Estado puxada por empreendimentos como a Mondelez em Vitória de Santo Antão (R$ 111,3 milhões) com expectativa de geração de 160 empregos diretos. Também o maior número de empregos também vai para o interior: 326 de um total de 492 oportunidades de trabalho, o que representa 66% do total.

“O que estamos vendo é o resultado de uma política de desenvolvimento que alia responsabilidade fiscal com estímulo ao setor produtivo. Esses investimentos, distribuídos em diversas regiões do Estado, mostram que Pernambuco está criando um ambiente cada vez mais competitivo para atrair empresas, gerar empregos e fortalecer a nossa economia de forma estruturada e inclusiva”, destacou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti.

EMPRESAS DE IMPORTAÇÃO E CENTRAIS DE DISTRIBUIÇÃO – Nove projetos de importação receberam parecer favorável. As importações anuais previstas chegam a R$ 60,6 milhões e geram um recolhimento de ICMS de R$ 8,2 milhões para o Estado. Dezessete Centrais de Distribuição incentivadas neste Condic irão gerar R$ 1,4 bilhão entre compras e transferências anuais previstas e recolhimento anual de R$ 114,4 milhões para o Estado.

AGENDA – Este ano ainda serão realizados dois anúncios de investimentos na Adepe por meio do Condic, sendo um previsto para setembro e outro para dezembro. Em 2024, o volume de investimentos foi em torno de R$ 1 bilhão com 3.517 mil empregos anunciados em cinco reuniões. Em 2023, a soma foi de R$ 671 milhões com 3.183 empregos.

“É muito significativo ver a grande parte destes investimentos aqui anunciados seguindo para o interior. Isso reafirma nosso compromisso com um desenvolvimento que alcança diversos territórios, levando oportunidades onde elas são mais necessárias. Resultados como os apresentados aqui, mostram que programas como Prodepe e Proind dinamizam a nossa economia e refletem a confiança do setor produtivo no ambiente de negócios de Pernambuco”, detalha da nova diretora-presidente da Adepe, Ana Luiza Ferreira. “No acumulado de 2025, já somamos R$ 915,2 milhões e a geração de 1.839 empregos”, finalizou Ana.

DESTAQUES DA 132ª REUNIÃO DO CONDIC

44 projetos: 18 industriais (8 Prodepe e 10 Proind), 9 projetos de importação e 17 projetos de centrais de distribuição;
Total de Investimentos Indústrias Prodepe + Proind (18 projetos) R$ 364,2 milhões e 492 empregos
ANÚNCIOS REALIZADOS EM 2025
CONDIC PROJETOS INVESTIMENTOS EMPREGOS
130 (MARÇO) 59 R$ 339,9 871
131 (MAIO) 46 R$ 211,1 476
132 (JULHO) 44 R$ 364,2 492
SUBTOTAL 149 R$ 915,2 milhões 1.839

GOVERNO TRUMP APLICA SANÇÕES CONTRA MINISTRO ALEXANDRE DE MORAES COM BASE NA LEI MAGNITSKY

Em uma medida sem precedentes na diplomacia entre Estados Unidos e Brasil, o governo de Donald Trump anunciou a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. A decisão, tornada pública nesta terça-feira, marca o aprofundamento das tensões entre os dois países e insere o magistrado brasileiro no mesmo rol de sanções comumente destinadas a líderes de regimes autoritários, oligarcas, terroristas e envolvidos em crimes internacionais graves.

A Lei Magnitsky, sancionada em 2012 nos Estados Unidos durante o mandato de Barack Obama, tem como objetivo punir estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Com base nessa legislação, o Departamento de Estado norte-americano determinou o bloqueio das contas bancárias de Moraes, sua exclusão do sistema financeiro estadunidense, o congelamento de bens que eventualmente possua em território norte-americano e a proibição de entrada nos Estados Unidos. O visto do magistrado já havia sido cancelado, juntamente com o de outros oito ministros do STF e do procurador-geral da República, Paulo Gonet, na semana anterior.

O caso se desdobrou a partir de uma ação apresentada à Justiça Federal da Flórida pela organização Legal Help 4 You LLC, que atua no processo como amicus curiae. A entidade jurídica é ligada aos interesses das empresas Trump Media e Rumble, ambas criticadas por decisões do STF que visaram restringir conteúdos de desinformação e incitação ao ódio veiculados nas plataformas digitais. As determinações judiciais brasileiras foram interpretadas por representantes legais das empresas como uma afronta à soberania dos Estados Unidos e à liberdade de expressão, tese acatada por setores do governo Trump.

Na ação movida pela Legal Help 4 You LLC, o argumento central é de que o Supremo Tribunal Federal, especialmente na figura de Moraes, interfere no funcionamento de empresas americanas ao exigir a remoção de conteúdos sem respaldo na legislação estadunidense. Em resposta, o pedido de envio dos autos ao Departamento de Estado foi aceito, permitindo a análise sobre a pertinência da aplicação das sanções. O respaldo político a essa ofensiva partiu de nomes influentes no governo americano, como o secretário de Estado Marco Rubio, que desde maio já havia sinalizado a possibilidade de acionar a Lei Magnitsky contra membros do Judiciário brasileiro. Em audiência no Congresso, Rubio afirmou que o caso estava sendo analisado e que havia “uma grande possibilidade” de punições efetivas, antecipando o movimento oficializado agora.

A ofensiva americana, embora alinhada com a retórica da administração Trump, é considerada uma escalada sem precedente. Nunca antes a Lei Magnitsky havia sido aplicada a um juiz de Suprema Corte em um país democrático. Os alvos tradicionais da legislação incluem figuras como membros do governo de Vladimir Putin, ditadores africanos e autoridades ligadas a graves violações de direitos em regimes autoritários. O ineditismo do caso levanta questionamentos sobre o impacto institucional e diplomático para o Brasil, além de abrir um precedente polêmico sobre jurisdição e interferência externa no sistema judicial de outro país.

Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, é apontado como um dos principais articuladores da ofensiva contra Moraes em solo americano. Desde março, o deputado federal tem atuado nos Estados Unidos buscando apoio político e jurídico junto a membros do governo Trump e parlamentares republicanos. Em sua estratégia, Eduardo tem defendido que a atuação de Moraes representa uma ameaça à liberdade e aos valores ocidentais, e tem utilizado como argumento decisões do STF que afetaram diretamente a militância bolsonarista nas redes sociais, especialmente após os atos de 8 de janeiro de 2023.

O movimento mais recente no tabuleiro dessa articulação internacional foi a imposição de uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, anunciada sob o argumento de proteger a economia americana de países considerados hostis à liberdade de expressão e à livre iniciativa. A medida, embora simbólica em parte, sinaliza a disposição de Washington em ampliar o cerco contra figuras do Judiciário brasileiro.

Para ser removido da lista de sanções, Alexandre de Moraes terá que demonstrar ausência de envolvimento nas práticas alegadas pela Legal Help 4 You LLC ou provar que houve mudança significativa em sua conduta. Alternativamente, poderá se beneficiar de uma reversão política na Casa Branca, caso o Departamento de Estado reavalie os riscos diplomáticos e os interesses estratégicos da manutenção das sanções.

A aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes transforma o cenário político entre Brasil e Estados Unidos em um campo de tensão jurídica e institucional, em meio a uma campanha eleitoral nos dois países marcada por polarização extrema, judicialização e estratégias transnacionais de comunicação e poder.

MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL PEDE INELEGIBILIDADE DE ALINE GOUVEIA POR ABUSO DE PODER EM AMARAJI

O cenário político de Amaraji, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, volta a ser marcado por tensão após o Ministério Público Eleitoral apresentar, nesta segunda-feira (29), seu parecer final na Ação de Investigação Judicial Eleitoral que envolve a ex-prefeita do município, Aline de Andrade Gouveia. A manifestação, assinada pela Promotoria da 31ª Zona Eleitoral, aponta para a existência de um conjunto robusto de provas que indicariam a prática reiterada de condutas ilícitas durante o processo eleitoral, entre elas o abuso de poder político, econômico, de autoridade e o uso indevido dos meios de comunicação. A ação também envolve outros nomes ligados à ex-gestora, como Wagner Magal Medeiros de Oliveira, Jânio Gouveia da Silva e Glória Maria de Andrade Gouveia, esta última já com histórico de condenações em processos semelhantes. O Ministério Público chamou atenção para a reincidência dessas práticas, especialmente no caso de Glória Maria, destacando inclusive precedente já julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral que teria relação direta com as condutas investigadas. O órgão sustenta que os investigados se valeram da estrutura da administração pública e de canais de comunicação aliados para obtenção de vantagens eleitorais, numa estratégia que, segundo o parecer, comprometeu a paridade de armas no pleito. O processo, que tramita sob o número 0600528-69.2024.8.17.0031, se baseia no artigo 22 da Lei Complementar nº 64/90, dispositivo que trata especificamente de práticas vedadas nas eleições e prevê, entre outras penalidades, a declaração de inelegibilidade dos envolvidos por até oito anos. A promotoria pede que o Juízo da 31ª Zona Eleitoral de Amaraji julgue procedente a ação e aplique as sanções cabíveis a todos os investigados. O caso agora aguarda decisão judicial, que será tomada após a análise do conjunto probatório e do parecer ministerial. A expectativa é de que o desfecho do processo tenha impacto direto sobre o cenário político local, especialmente no contexto das eleições municipais de 2024, onde alguns dos nomes citados vinham sendo cotados como possíveis candidatos.

EDUARDO BOLSONARO SABOTA O BRASIL E EXPÕE HIPOCRISIA DO DISCURSO PATRIÓTICO

A recente declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao afirmar que trabalha para que senadores brasileiros “não encontrem diálogo” nos Estados Unidos, revela uma contradição explícita entre o discurso patriótico propagado pela direita bolsonarista e a prática política adotada por um de seus principais expoentes. Em meio às negociações diplomáticas que buscam reduzir os impactos do aumento de tarifas norte-americanas sobre o aço e o alumínio brasileiro, a fala do deputado surge como um balde de água fria nos esforços de proteção aos interesses econômicos nacionais. A missão parlamentar ao país norte-americano, composta por senadores de diferentes espectros ideológicos, foi articulada para evitar prejuízos bilionários à indústria nacional, especialmente à siderurgia e à metalurgia, que já enfrentam desafios internos. Ao dizer abertamente que atua para minar essas tratativas, Eduardo Bolsonaro parece adotar uma postura de boicote deliberado contra o próprio Brasil, apenas para confrontar adversários políticos ou desgastar o atual governo. A incoerência é gritante. Trata-se de alguém que construiu sua imagem política em cima do patriotismo, da defesa da soberania nacional e do enfrentamento a supostos interesses estrangeiros, mas que agora se posiciona justamente contra a tentativa de proteger o país de medidas econômicas externas prejudiciais. Em vez de alinhar-se à defesa do trabalhador brasileiro e da indústria nacional, o deputado prefere reforçar sua lealdade ideológica ao trumpismo e às disputas políticas internas. A frase “trabalho para que eles não encontrem diálogo” escancara não apenas o desprezo pelo esforço diplomático, mas também uma visão de política que prioriza o conflito à cooperação, mesmo que isso custe bilhões aos cofres nacionais e afete milhares de empregos. Ao agir assim, Eduardo Bolsonaro rompe com a racionalidade mínima exigida de um parlamentar que jura trabalhar em nome do povo. A atitude gerou perplexidade até mesmo entre aliados, pois enquanto o Brasil tenta buscar caminhos para evitar uma crise industrial ainda maior, um de seus representantes age como sabotador externo, agindo contra os interesses nacionais declaradamente e sem disfarces.