Considerado o número dois da Previdência, Adroaldo Portal acumulava poder e influência dentro do ministério. Jornalista com 23 anos de atuação nos bastidores do Congresso Nacional, ele ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta, função que o colocava como substituto imediato do ministro Wolney Queiroz. Antes disso, entre fevereiro de 2023 e maio de 2025, esteve à frente da Secretaria do Regime Geral de Previdência Social, área estratégica responsável pela gestão das aposentadorias e pensões do INSS.
A ofensiva da Polícia Federal também alcançou o senador Weverton Rocha (PDT-MA), de quem Adroaldo foi chefe de gabinete. O parlamentar foi alvo de mandados de busca e apreensão expedidos no mesmo dia, ampliando o alcance político da investigação e reforçando o impacto da operação nos corredores de Brasília. A relação próxima entre os dois é um dos pontos analisados pelos investigadores, que buscam mapear a estrutura e os beneficiários do suposto esquema de fraudes.
Com trânsito livre no Legislativo e no Executivo, Adroaldo construiu uma carreira marcada pela ocupação de cargos estratégicos. Atuou como gestor das equipes de assessoramento técnico da Liderança do PDT na Câmara dos Deputados e exerceu função semelhante no Senado Federal durante o período da última Reforma da Previdência, momento considerado crucial para o sistema previdenciário brasileiro.
A trajetória do agora investigado também inclui passagens relevantes pelo Executivo federal. Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, foi chefe de gabinete e secretário-executivo substituto do Ministério das Comunicações. No mesmo período, presidiu o Conselho de Administração dos Correios e integrou o Conselho Fiscal da Telebras, ampliando sua experiência em áreas sensíveis da administração pública.
A decretação da prisão domiciliar de um dos principais auxiliares do Ministério da Previdência aprofunda a crise provocada pela Operação Sem Desconto e aumenta a pressão sobre o governo federal, que tenta conter os danos políticos e administrativos causados pelo escândalo. As investigações seguem em andamento e não estão descartadas novas medidas judiciais, à medida que a Polícia Federal avança na identificação dos responsáveis e na dimensão dos prejuízos causados aos aposentados e pensionistas do INSS.