segunda-feira, 14 de julho de 2025

MONTADORAS CREDENCIAM MODELOS POPULARES PARA PROGRAMA CARRO SUSTENTÁVEL COM IPI ZERO

Montadoras com presença consolidada no Brasil deram um passo estratégico rumo à transição para uma mobilidade mais sustentável ao enviarem, na última sexta-feira (11), ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), um pedido formal de credenciamento de cinco modelos para o novo programa federal “Carro Sustentável”. A General Motors (com a marca Chevrolet), Renault, Volkswagen, Hyundai e Stellantis (controladora da Fiat) indicaram modelos compactos que, segundo elas, se enquadram nos critérios do programa e estão aptos a receber o benefício da isenção total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), em vigor até dezembro de 2026.

O programa foi lançado em cerimônia realizada no Palácio do Planalto, com a presença do vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin. Ao lado de outros ministros, parlamentares e representantes da indústria automotiva, Alckmin destacou o estímulo à produção nacional e à sustentabilidade, apontando que a iniciativa busca estimular o consumo consciente e reduzir a emissão de poluentes. Entre os veículos apresentados estão modelos populares já bem posicionados no mercado: o Chevrolet Onix, o Renault Kwid, o Volkswagen Polo, o Hyundai HB20, o Fiat Argo e o Fiat Mobi — todos com versões projetadas para atender aos requisitos ambientais e técnicos definidos pelo programa.

Para receber o selo de carro sustentável com isenção de IPI, o veículo deve cumprir quatro exigências: emissão inferior a 83 gramas de CO₂ por quilômetro rodado, utilização de pelo menos 80% de materiais recicláveis em sua fabricação, produção nacional incluindo etapas industriais como soldagem, pintura e montagem do motor, além de se enquadrar na categoria de veículos compactos, que abrange os modelos mais acessíveis das montadoras. A seleção dessas versões específicas visa democratizar o acesso a veículos menos poluentes, com preços mais atrativos para a população, sem abrir mão de critérios técnicos e ambientais.

O decreto presidencial que institui o novo regime fiscal foi construído sob uma lógica de soma zero: não há renúncia global de receita para o governo, pois a isenção para os modelos sustentáveis será compensada por ajustes na tributação dos veículos mais poluentes. Com isso, a proposta se antecipa aos efeitos da reforma tributária que deverá entrar em vigor nos próximos anos. A ideia é premiar a eficiência ambiental e estimular investimentos em inovação dentro das fábricas nacionais, fortalecendo a indústria brasileira diante da nova lógica global de descarbonização e economia circular.

Representantes do setor automotivo receberam positivamente a medida, que chega em um momento de recuperação das vendas e redirecionamento dos investimentos industriais. O governo também aposta que o programa tenha impacto social, promovendo o acesso a automóveis mais eficientes para famílias de menor renda, ao mesmo tempo em que estimula o desenvolvimento de uma cadeia produtiva mais limpa, moderna e competitiva.

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