Apesar da negativa à prisão, o ministro optou por manter todas as restrições anteriormente impostas ao ex-chefe do Executivo. Bolsonaro continua proibido de frequentar embaixadas, de se reunir ou manter qualquer contato com autoridades diplomáticas estrangeiras, além de estar impedido de utilizar redes sociais, seja de forma direta ou por meio de terceiros. Moraes reforçou a preocupação com o que chamou de “militância digital”, apontando que o ex-presidente ainda possui forte influência nas plataformas e poderia mobilizar seus apoiadores de forma a comprometer a ordem pública ou prejudicar as investigações em curso. Segundo o ministro, a Justiça deve estar atenta a essas movimentações, especialmente em tempos de intensa polarização política.
A decisão destaca que entrevistas concedidas por Bolsonaro à imprensa estão permitidas, desde que observados os limites legais. Contudo, Moraes lançou dúvidas sobre o uso posterior desse material nas redes sociais, ao afirmar que a replicação de conteúdos por plataformas digitais permanece vedada. A frase utilizada na decisão — “Justiça é cega, mas não é tola” — foi interpretada como um recado direto ao entorno do ex-presidente, sinalizando que o Judiciário está atento a tentativas de contornar as restrições por meios indiretos. O ministro deixou claro que qualquer indício de desobediência às medidas poderá resultar em decretação imediata da prisão preventiva, sem necessidade de novo alerta. A manutenção das cautelares, segundo Moraes, é proporcional e suficiente no momento, mas a vigilância será constante.
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