A governadora Raquel Lyra passou o dia no Sertão do estado, onde fez questão de marcar presença em três municípios-chave da região: Serra Talhada, Ouricuri e Salgueiro. Em Serra Talhada, ela participou da entrega de títulos de regularização fundiária, medida que atinge diretamente a vida de famílias que esperam há décadas pela legalização de suas propriedades. Em Ouricuri, Raquel comandou a inauguração de uma nova cozinha comunitária, reforçando seu discurso de combate à fome e de atenção à segurança alimentar. Já em Salgueiro, anunciou a construção de um conjunto habitacional, voltado para a população de baixa renda, e assinou ordens de serviço para obras de melhoria no abastecimento de água, uma das principais demandas da população do semiárido.
Além das entregas físicas, a governadora usou os palanques sertanejos como tribuna política. Em seus discursos, mirou diretamente a oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Sem citar nomes, mas com recados claros, afirmou que seu governo foi feito para ultrapassar obstáculos, deixando evidente sua disposição de enfrentar resistências políticas. “Quem quiser atrapalhar o desenvolvimento de Pernambuco, pode sair da frente”, disse Raquel, em tom firme, evidenciando que as tensões com setores da oposição devem se intensificar nos próximos meses.
Enquanto Raquel percorre o interior com entregas e obras, João Campos segue investindo em visibilidade nacional. No início do dia, esteve no bairro de São José, no Recife, onde vistoriou pessoalmente as obras de requalificação da Ponte Giratória, um dos acessos centrais da cidade e símbolo da mobilidade urbana da capital. O prefeito tem feito questão de acompanhar de perto intervenções urbanas, reforçando a imagem de gestor presente, com foco em infraestrutura e modernização do espaço público.
Logo após a agenda no Recife, João embarcou para São Paulo, onde participou de um dos principais eventos do mercado financeiro brasileiro, o XP Expert. Em um painel voltado para investidores, dividiu espaço com o presidente eleito do PT, Edinho Silva, o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, e o ministro dos Transportes, Renan Filho. Diante de um público estratégico, formado por empresários e representantes do setor financeiro, João abordou temas como a política tributária, a recente elevação de tarifas imposta pelos Estados Unidos e as relações comerciais do Brasil. De forma enfática, classificou como “brincadeira” o uso político da medida americana, sugerindo que a resposta precisa ser técnica e negociada, e não reativa. A fala, que buscou demonstrar equilíbrio e racionalidade, parece mirar também os setores do centro econômico nacional que poderão pesar na eleição presidencial.
O dia intenso vivido por Raquel Lyra e João Campos sinaliza mais do que uma disputa por entregas administrativas. Ambos se movem com passos calculados em direção a 2026, ocupando espaços, marcando posições e, sobretudo, tentando construir narrativas que possam projetá-los como nomes fortes no cenário nacional.
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