Às margens do Açude Velho, o Museu do Couro foi o ponto de encontro da diversidade de linguagens, com uma programação que reuniu espetáculos, apresentações de mestres da cultura do Estado, músicos e feira de artesanato e gastronomia
No Pernambuco Meu País 2025, todos os caminhos se encontram. Em Salgueiro, primeiro município-sede da 2ª edição do festival, a concentração dos países das Brincadeiras, Culturas Populares, Música e Economia Criativa, às margens do Açude Velho, no Museu do Couro, é um elo entre a diversidade de linguagens. Neste sábado (26), o ponto de encontro reuniu uma programação de espetáculos, apresentações de mestres da cultura do Estado, músicos e feira de artesanato e gastronomia, atraindo público de todas as idades.
“O Governo do Estado de Pernambuco acredita numa política cultural, democrática e representativa. O Pernambuco Meu País é uma grande ação que valoriza os segmentos culturais. Então, aqui, onde estamos, conseguimos valorizar, potencializar e curtir dança, música, teatro, circo e mais. Assim, momentos como esse não só potencializam essas linguagens, mas também dão local, voz e vez”, ressaltou a secretária executiva de Cultura de Pernambuco, Yasmim Neves.
A partir das 15h, os países deram início à programação do dia. No País das Brincadeiras, que conta com um palco-picadeiro, o espetáculo “Versos e Passos” promoveu uma imersão nos ritmos e danças populares pernambucanas. Com um corpo de baile jovem e com vestes tradicionais das expressões, a apresentação também saudou artistas do Estado, como a “Rainha da Ciranda”, Lia de Itamaracá.
No polo, a tarde ainda recebeu mais destaque ao contar com a presença do Mestre Calú - Patrimônio Vivo de Pernambuco -, mamulengueiro e natural de Vicência, que trouxe o “Presépio Mamulengo Flor de Jasmim”, espetáculo que reúne teatralidade, trilha sonora ao vivo e contação de histórias, encantando espectadores de todas as faixas etárias.
A programação seguiu encantando toda a família, com o encerramento do dia feito pelo espetáculo “Um Curto-Circuito de Risos!”, do Palhaço Gambiarra, que contagiou o público e o levou às gargalhadas ao unir o improviso, números de equilíbrio no monociclo, malabarismo com claves e interações, com direito à contação de histórias com o “traca-traca”, brinquedo popular feito artesanalmente de madeira com fitas de cetim.
Patrimônio Vivo de Pernambuco, Mestre Calú encantou o público com espetáculo que reuniu teatralidade, trilha sonora ao vivo e contação de histórias
Simultaneamente, o País das Culturas Populares promoveu um show ao ar livre, com uma apresentação ritmada pela tradicional sonoridade do ijexá e da percussão, feita pelo Afoxé Raízes de Zumbi, grupo que valoriza a influência dos ritmos africanos nas expressões culturais locais.
Em seguida, foi a vez da Banda de Pife e Zabumba São Sebastião, de Arcoverde, que reúne anos de preservação do ritmo, formada por nomes de referência, como o Mestre Dão do Pife. Com 83 anos e 70 dedicados à expressão, o músico manifestou a sua felicidade em integrar a programação. “Vim aqui apresentar essa cultura, que eu adoro, e saio bem aplaudido, apoiado, sendo ouvido. Isso me deixa feliz, por entender que o pife é uma cultura que precisa ser valorizada, por ser símbolo da cultura do Estado e estar na identidade, está no povo”, defendeu.
O final da tarde foi marcado pela apresentação de mais um Patrimônio Vivo de Pernambuco, com o Samba de Véio da Ilha de Massangano, de Petrolina, que reúne a tradição oral e a influência indígena, africana e portuguesa, ao condensar o samba de roda, coco e o reisado em sua expressão única. A apresentação foi convidativa à interação do público presente, com todos os espectadores dançando junto com o grupo, encerrando a programação do polo.
O Samba de Véio da Ilha do Massangano convidou o público para dançar canções que condensam o samba de roda, coco e o reisado em uma expressão única
Já no início da noite, a partir das 18h, foi a vez do País da Música ganhar as atenções do público. Com a multiartista Luna Vitrolira como mestre de cerimônia, o polo contou com apresentações de Sarah Leandro, natural de Bodocó, e Anchieta Dali, de Tacaratu, que encerraram a programação do ponto de encontro das linguagens, ao celebrar o forró e suas raízes. Contemplando a potência da composição autoral pernambucana, também dando espaço à homenagem aos clássicos, os repertórios foram um convite a entrar na dança.
ECONOMIA CRIATIVA
Toda a programação do dia contou com o giro do público por uma amostragem do comércio local independente, com a presença de diversos comerciantes do artesanato e gastronomia, que se concentraram no País da Economia Criativa – em formato de feira ao ar livre.
Moradora da Zona Rural de Salgueiro há 47 anos e expositora nesta edição do festival, Corrinha Silva considerou a ação como uma vitrine para os pequenos empreendedores. “Para a gente, é uma oportunidade tanto para divulgar, como para vender. Aqui, temos a chance de apresentar a nossa produção para que mais pessoas, daqui e de fora da cidade, conheçam. Ações como essa são muito boas para que a nossa cultura seja conhecida e levada a mais lugares”, destacou.
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