Sudene defende protagonismo do Nordeste com investimentos em logística, energia e indústria durante audiência no Senado Federal
Brasília – Em audiência promovida pela Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) do Senado nesta terça-feira (8), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) apresentou um panorama das principais ações em curso no Governo Federal voltadas ao crescimento sustentável das regiões brasileiras, com atenção especial ao Nordeste. O superintendente da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), Danilo Cabral, acompanhou o ministro Waldez Góes na sessão e destacou duas iniciativas consideradas estratégicas para a transformação econômica da região: a retomada da Ferrovia Transnordestina e o Edital Chamada Nordeste, este último voltado à inovação e à nova indústria.
A Transnordestina, ferrovia que estava há anos paralisada, foi resgatada por meio de ações de financiamento promovidas pela Sudene. Segundo Cabral, apenas entre 2023 e o início de 2025, já foram liberados R$ 1,2 bilhão por meio do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), sendo R$ 800 milhões no ano passado e R$$ 400 milhões neste primeiro semestre. Nos próximos dias, há expectativa da aprovação de mais R$ 600 milhões, o que elevará a participação da autarquia a quase metade do total do financiamento necessário para a conclusão da obra. O superintendente ainda citou um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), que aponta que 41% do PIB do Nordeste está concentrado num raio de 300 quilômetros em torno do traçado da ferrovia, o que revela a importância logística da infraestrutura para a competitividade regional e o escoamento da produção.
Em paralelo, Danilo Cabral reforçou a relevância da chamada pública batizada de Chamada Nordeste, que integra instituições financeiras federais em torno de um novo modelo de fomento produtivo. Com aporte inicial de R$ 10 milhões, os recursos visam alavancar projetos voltados a setores estratégicos como energia limpa, hidrogênio verde, data centers, bioeconomia, fármacos e indústria automotiva. A articulação entre a Sudene e o Comitê Regional das Instituições Financeiras permite, segundo o superintendente, alinhar os investimentos à diretriz da Nova Indústria Brasil, política nacional conduzida pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. A ideia é estimular novos polos produtivos no Nordeste e transformar a região em referência nacional em tecnologias verdes e de alto valor agregado.
Durante sua participação na audiência, o ministro Waldez Góes detalhou as iniciativas do MIDR e destacou a importância dos instrumentos da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), que vem sendo reestruturada com base em planos regionais como o PRDNE — Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste — elaborado pela própria Sudene. Góes ainda deu destaque às ações da Defesa Civil, que entre 2023 e 2025 mobilizaram R$ 7,66 bilhões para o enfrentamento de calamidades como enchentes e longos períodos de estiagem, afetando especialmente áreas vulneráveis do Nordeste e do Sul do País. Também mencionou o Programa Amazônia Azul, voltado ao desenvolvimento equilibrado da fronteira marítima brasileira, com potencial de alcançar 660 municípios. Por fim, ressaltou que o Novo PAC, no eixo “Água para Todos”, reserva R$ 32 bilhões em investimentos, sendo R$ 12,7 bilhões destinados exclusivamente à infraestrutura hídrica, reforçando o compromisso do Governo Lula com a segurança hídrica e o combate à desigualdade regional.
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