O presidente da Comissão, deputado Alberto Feitosa (PL), deu início aos trabalhos anunciando a data da sabatina de Virgílio Oliveira, indicado ao cargo de administrador de Fernando de Noronha, agendada para a próxima terça-feira, 12 de agosto. No mesmo dia, será distribuído para relatoria o projeto de um novo empréstimo solicitado pelo Governo do Estado, no valor de R$ 1,7 bilhão. Esse pedido vinha sendo segurado, assim como o anterior, de R$ 1,5 bilhão, destinado a obras estruturais como o Arco Metropolitano e a requalificação da BR-232.
Em um movimento sincronizado, o deputado Waldemar Borges (PSB), que havia sido um dos maiores críticos ao empréstimo no primeiro semestre, afirmou que entregará o relatório sobre o projeto de R$ 1,5 bilhão no dia 13 e que será favorável à proposta, embora com emendas exigindo transparência e prestação de contas ao Legislativo. Feitosa já agendou a votação do parecer para o dia 19. A mudança repentina de postura gerou questionamentos nos bastidores sobre o que teria motivado esse novo entendimento entre oposição e governo.
Segundo fontes ouvidas reservadamente, a governadora Raquel Lyra teria sinalizado positivamente com a liberação das emendas parlamentares referentes a 2024, cujos entraves burocráticos estariam sendo resolvidos para quitação até o fim da semana. Além disso, foi implantado um novo sistema de acompanhamento online do andamento das emendas, o que teria agradado aos deputados, aliviando a tensão acumulada desde o início do ano. Para alguns parlamentares, a instalação da CPI teria surgido como uma saída honrosa para a oposição, permitindo pressionar o governo sem romper completamente o canal de diálogo que agora começa a se reabrir.
Apesar disso, a formação da CPI continua cercada de incertezas. A distribuição das vagas deve contemplar quatro membros para a base governista, quatro para a oposição e uma vaga que dependeria do posicionamento do PL, partido dividido entre apoio e críticas ao governo. O deputado Renato Antunes (PL), por exemplo, criticou publicamente a CPI, alinhando-se com a governadora. Nos corredores da Casa, há deputados que cogitam não participar do colegiado dependendo da condução dos trabalhos, enquanto outros reforçam que suas assinaturas para a criação da CPI não significam adesão automática à oposição, mas sim um gesto em favor da fiscalização.
O segundo dia de atividades plenárias após o recesso confirmou o novo ânimo entre os parlamentares. O plenário foi palco de discursos inflamados tanto da base governista quanto da oposição. A líder do Governo, deputada Socorro Pimentel, junto com Luciano Duque e Débora Almeida, subiu à tribuna em defesa das ações da gestão Raquel Lyra. Já Dani Portela (PSOL) e Waldemar Borges (PSB) fizeram críticas e abordaram a instalação da CPI. O clima esquentou ainda mais com as falas das deputadas Rosa Amorim (PT) e Dani Portela, que celebraram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em contraponto, o coronel Alberto Feitosa (PL) usou seu tempo para atacar o ministro Alexandre de Moraes, a quem acusou de perseguição política, mostrando que, mesmo em meio à aproximação institucional, a temperatura política na ALEPE segue elevada.
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