Gilmar Júnior abriu a cerimônia destacando o papel vital que os socorristas exercem nas estruturas de saúde e segurança do país. O deputado descreveu os homenageados como figuras que habitam a tênue linha entre a vida e a morte, segurando o “fio invisível” que separa uma tragédia de um recomeço. Em seu discurso, o parlamentar fez críticas veladas à negligência de muitos gestores públicos e privados, que, segundo ele, ainda falham em reconhecer e investir adequadamente nas condições de trabalho e na valorização desses profissionais. A solenidade, para o deputado, foi também um ato de reparação simbólica e de estímulo à visibilidade desses agentes fundamentais do sistema de emergência.
O evento reuniu representantes de diversas regiões do estado e foi marcado por depoimentos emocionados e manifestações de gratidão. O tenente-coronel Cleiton José da Silva, falando em nome do Corpo de Bombeiros, agradeceu a deferência e ressaltou o impacto que ações como essa têm no fortalecimento da moral e no sentimento de pertencimento da tropa. Ele lembrou que, muitas vezes, o trabalho dos bombeiros-socorristas é invisibilizado pela rotina e pelas circunstâncias de risco, e destacou a importância de se reconhecer publicamente essa dedicação silenciosa.
Pelo Samu Recife, a coordenadora Andrea Loureiro também teve espaço na tribuna para expressar o orgulho de representar uma equipe que faz do atendimento pré-hospitalar um verdadeiro sacerdócio. Em sua fala, ela fez questão de mencionar a complexidade da rotina dos socorristas, que lidam não apenas com o aspecto técnico da função, mas também com a carga emocional envolvida em cada ocorrência. Andrea destacou que muitos desses profissionais se tornam o primeiro e, por vezes, o único elo de esperança para pessoas em situação crítica, seja após um acidente, uma crise clínica ou um desastre natural.
Durante a solenidade, além dos discursos, foram entregues certificados simbólicos de reconhecimento aos profissionais presentes, em um gesto que buscou simbolizar o apreço institucional da Assembleia Legislativa. O plenário, tomado por fardas, jalecos e olhares atentos, parecia traduzir o orgulho coletivo de uma categoria que pouco pede, mas muito entrega à sociedade. Não se tratava apenas de um evento protocolar, mas de um tributo carregado de significado para quem raramente está sob os holofotes, mas que, diariamente, sustenta a vida em meio ao caos.
Gilmar Júnior, que tem se destacado na Alepe por pautar temas ligados à saúde pública e à valorização dos trabalhadores da linha de frente, reforçou a necessidade de ampliar esse tipo de reconhecimento para além das datas comemorativas. Para ele, abrir as portas do Parlamento Estadual para os socorristas é também uma forma de ampliar o debate sobre políticas públicas voltadas ao setor, além de levar ao conhecimento da população a realidade enfrentada por esses profissionais nos plantões, nas viaturas e nos corredores dos hospitais.
Com essa iniciativa, a Alepe também prestou um gesto político que vai além do simbolismo: a construção de pontes entre o Legislativo e uma das categorias mais expostas e, paradoxalmente, menos lembradas no cotidiano das políticas públicas. A solenidade foi registrada por familiares, colegas de trabalho e por entidades representativas dos profissionais de urgência e emergência, garantindo que a reverência aos socorristas não fique restrita aos muros da Assembleia, mas se espalhe pelo estado e fortaleça a cultura de respeito a quem dedica sua vida a preservar a de tantos outros.
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