Fontes próximas aos envolvidos revelam que Bartolomeu Carvalho, que governou Mirandiba em gestões anteriores e ainda exerce forte influência política na cidade, vinha demonstrando insatisfação com a condução da gestão municipal. O ex-prefeito teria expressado, em reuniões reservadas, desconforto com o fato de não estar sendo consultado sobre decisões estratégicas da Prefeitura, como indicações de cargos, definição de prioridades administrativas e execução de obras. A sensação de que sua experiência e capital político estavam sendo ignorados teria agravado o distanciamento.
Já o vice-prefeito Gilberto Alonso, figura que ajudou a compor a chapa vitoriosa em 2020, vinha se sentindo isolado do núcleo decisório da Prefeitura. Apesar de ocupar um cargo de alta relevância institucional, Gilberto teria sido gradualmente excluído das discussões importantes do governo, o que alimentou especulações sobre sua permanência no grupo de Evaldo Bezerra. Internamente, a ausência de um sinal claro de que poderia ser o nome apoiado pelo atual prefeito na disputa pela sucessão de 2024 também contribuiu para o desgaste da relação.
A situação ganhou contornos ainda mais visíveis nas últimas semanas, com a ausência dos dois aliados em eventos públicos promovidos pela gestão. Apesar do silêncio inicial, as ausências repetidas foram percebidas pela população e por lideranças locais como indícios de um rompimento iminente. Nos grupos políticos da cidade e nas rodas de conversa, o clima era de expectativa por um anúncio oficial, que veio de forma informal, com o afastamento definitivo sendo confirmado por pessoas próximas a ambos os lados.
Diante do novo cenário, o prefeito Evaldo Bezerra tem adotado uma postura de cautela. Em declarações à imprensa local, ele evitou confrontos diretos e preferiu destacar o compromisso com a continuidade administrativa. Segundo ele, "não é hora de discutir política local, e sim de trabalhar por Mirandiba", ressaltando que sua prioridade é garantir a chegada de obras e recursos que beneficiem a população. A resposta é interpretada como uma tentativa de desviar o foco da crise política e reforçar sua imagem como gestor técnico e comprometido com o desenvolvimento da cidade.
Nos bastidores, aliados de Evaldo afirmam que o prefeito já esperava o distanciamento, mas que preferiu não interferir nos movimentos de Gilberto e Bartolomeu, acreditando que ambos tomariam suas decisões com base em seus próprios projetos. Enquanto isso, opositores começam a se articular na tentativa de atrair o grupo recém-rompido para uma nova composição eleitoral. O cenário ainda é de indefinições, mas o episódio marca um novo capítulo na política de Mirandiba, com impactos diretos sobre as estratégias para o próximo pleito.
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