quinta-feira, 18 de setembro de 2025

GOVERNO VAI USAR CARROS DE LUXO, VINHOS E OBRAS DE ARTE APREENDIDOS PARA RESSARCIR APOSENTADOS FRAUDADOS PELO INSS

O anúncio feito nesta segunda-feira (15), no Recife, pelo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, marcou uma reviravolta no combate às fraudes que atingiram milhares de aposentados e pensionistas em todo o país. O governo federal decidiu que os bens apreendidos pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto, que revelou um esquema bilionário de desvio, serão destinados diretamente ao ressarcimento das vítimas. A medida busca devolver a dignidade de quem teve descontos indevidos em seus benefícios por meio de falsificações e manipulações de cadastros feitos por associações de fachada. Segundo os dados apresentados, a Justiça já bloqueou cerca de R$ 2,8 bilhões em patrimônios dos investigados, valor que será revertido para indenizações. Entre os bens confiscados estão carros de luxo de alto padrão, vinhos avaliados em até R$ 50 mil cada garrafa e obras de arte que decoravam mansões dos acusados. A operação também trouxe à tona nomes que se tornaram símbolos da fraude, como Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como pagador de mais de R$ 9 milhões em propinas para servidores em troca de facilidades. Outro investigado é o empresário Maurício Camisotti, proprietário de companhias de seguros e planos de saúde, suspeito de lucrar com as cobranças ilegais. O depoimento do “Careca do INSS” estava marcado para a CPMI que acompanha o caso no Congresso Nacional, mas foi cancelado após a defesa informar que ele não compareceria, o que aumentou ainda mais a pressão para que seja ouvido. Waller ressaltou que nenhum desconto associativo será permitido até que novas normas de fiscalização sejam implementadas, garantindo maior segurança aos beneficiários. Ele reforçou que as chamadas instituições fantasmas, criadas apenas para sugar recursos de idosos e pensionistas, não terão mais espaço no sistema. O presidente do INSS defendeu que 100% da devolução dos prejuízos ocorra com a liquidação do patrimônio confiscado, em um esforço de justiça financeira que visa mostrar à sociedade que o crime não compensará. O impacto da decisão é visto como um marco na proteção dos segurados, já que, pela primeira vez, os bens de luxo acumulados pelos acusados serão direcionados para recompor os prejuízos de quem foi lesado.

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