quinta-feira, 13 de novembro de 2025

PESQUEIRA - TÃO COMEMORANDO O QUÊ?


Por Edney Souto

As ruas de Pesqueira voltaram a ecoar barulho — não o som da alegria popular, mas o ruído vazio dos que confundem vingança com vitória. Carros de som, paredões e uma carreata com quatro veículos de vidros fechados desfilaram pela cidade, como se houvesse algo grandioso a celebrar. Mas fica a pergunta que não quer calar: tão comemorando o quê?

Seria o progresso da cidade? Difícil acreditar. Pesqueira continua com seus velhos problemas — falta d’água, desemprego, saúde precária, obras paradas e um povo que luta todos os dias para sobreviver. Então o que motiva tanto alarde, tanta comemoração artificial?

A resposta parece simples: celebram não a vitória do bem, nem da justiça, mas a possível condenação em segunda instância de Rossine, aquele que muitos sabem ser o adversário que mais temem nas urnas. Estão comemorando o que talvez os livre de enfrentá-lo nas eleições. Uma “alegria” triste e reveladora — o medo travestido de festa.

Sim, talvez estejam aliviados por não ter que medir forças com quem o povo conhece, com quem já mostrou serviço, com quem foi prefeito reeleito em Lajedo, teve contas aprovadas pelo TCE e pela Câmara, e saiu com o nome limpo, sem rastro de escândalo. Estão comemorando, talvez, o silêncio das urnas que não terão coragem de encarar. Já sabem que, se enfrentarem Rossine frente a frente, nas urnas, perdem. E perdem feio.

Enquanto isso, o chamado “Cacique”, tratado por alguns como símbolo de moralidade, segue réu, ainda não julgado em todos os processos que responde. E a própria condenação de Rossine ainda não é definitiva. O voto do relator foi duro, firme, consistente — tanto que o desembargador que pediu vista estudou por um mês e, mesmo assim, não encontrou brechas para divergir. O julgamento ainda não terminou, a história ainda está sendo escrita.

No fundo, os carros de som e os paredões não escondem força, mas fraqueza. É o grito de quem comemora o medo de perder. É o som desesperado de quem tenta transformar uma incerteza judicial em vitória política.

Mas o povo de Pesqueira não é tolo. Sabe reconhecer quem trabalha, quem tem propósito, quem fez de sua vida a missão de ajudar e ver sua terra melhor. Rossine — elegível ou não — já mentalizou sua missão: salvar Pesqueira do abandono e devolver à cidade a dignidade que lhe foi tirada.

O bem sempre vence. E se ainda não venceu, é porque a história não acabou.

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