Em uma reflexão sobre sua dificuldade de deixar a vida pública após 50 anos e sua revolta com os números da criminalidade e impunidade no país, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), monopolizou o plenário durante a tarde desta quinta-feira. Em discurso da tribuna como um senador mortal, ele disse que se sentia um jovem deputado ao abraçar a causa da mudança do código penal. Ele também defendeu o endurecimento das penas para assassinos, criticou o fato de os homicidas poderem se defender fora da cadeia e comparou os altos índices de criminalidade do Brasil com países que adotam a prisão perpétua e a pena de morte.''Ontem (quarta) à noite, umas 11 horas, quando eu presidia a sessão, eu me perguntei a mim mesmo: na minha idade, depois de tanto tempo, eu ali estava debaixo de tensões, emoções, mas procurando cumprir com o meu dever. Então, a minha reflexão foi uma só: a de que a paixão pela vida pública é mais forte do que a paixão da vida'', disse Sarney ao iniciar seu discurso.
Ainda influi
Em outro trecho, Sarney diz que não abandonou a vida pública porque acha que sua voz ainda pode ter eco: – Confesso que eu ainda não consegui abandonar-me, quer dizer, livrar-me dessa paixão pela vida pública, na qual alguns problemas ainda me fazem achar que a minha voz, a minha presença, a minha denúncia possa ter alguma repercussão.(O Globo) |
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