E a novela do pedido de cassação do mandato do deputado estadual Daniel Coelho (PSDB) pelo PV parece está longe de acabar. Depois de o partido anunciar que vai recuar a decisão de cobrar, na Justiça, o mandato do parlamentar, uma militante do PV - antigo partido de Coelho -, a terapeuta Maria de Lourdes Tenório, protocolou nesta segunda-feira (21), no Ministério Público Eleitoral (MPE), uma representação pedindo intervenção do órgão para resolver a celeuma entre a legenda e o tucano.
No documento, Maria de Lourdes fundamenta que a Comissão Executiva do PV, em outubro, deliberou pelo pedido do mandato de Daniel Coelho na Justiça, tendo em vista a resolução 22.610, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que tipifica a infidelidade partidária. A militante, aliás, em dois trechos, chama Daniel Coelho de "deputado infiel".
Ainda no pedido entregue ao MPE, a militante acusa o deputado tucano de recorrer à instância nacional do PV, no sentido de modificar a composição do diretório do partido, em Pernambuco, que, segundo ela, culminou no recuo da decisão da cassação de mandato.
"Já que é o Ministério Público o guardião da legalidade neste país, é que se clama sua entrada no processo como parte interessada, na forma da resolução supracitada, evitando que a ardilosa manobra do deputado infiel e seus seguidores e apoiadores não frutifique", fundamentou a militante verde. "Alerte-se que se tivesse justa causa para mudar de partido, não precisaria o deputado infiel submeter-se, inclusive, a 'amansar' com relação ao Governo do Estado, como agora faz", reforçou Maria de Lourdes, em outro trecho.
Procurado pelo Blog da Folha, o deputado negou conhecer a militante verde e disse estar tranquilo quanto à celeuma entre o PV e seu mandato. "Se ela é filiada ao PV e quer meu mandato, ela tem que lutar dentro do partido. Não fiz nada para que o PV tirasse meu mandato. Sai porque não havia mais condições de continuar no partido e, desde então, não tive mais contato com o PV", respondeu Daniel Coelho.
Sobre o recuo do Partido Verde quanto ao pedido de seu mandato, Daniel Coelho alertou que não chegou a ser notificado pela Justiça sobre o caso. "Eles entraram com o pedido na Justiça, mas não fui notificado. O que soube é que eles recuaram da decisão", concluiu.
O presidente estadual do PV, Carlos Augusto Costa, também foi procurado pelo Blog da Folha, mas o celular estava desligado.
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