A coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Liliane Fonseca, deve definir nesta quarta-feira o cronograma de interdição dos matadouros instalados nos municípios de Cortês, Camela, Ribeirão, Escada, Surubim, Caetés, Capoeiras, Arcoverde e Gravatá. Série de reportagem publicada no Diario entre os dia 2 e 5 de outubro revelou a falta de higiene e de estrutura dos abatedouros do estado, motivando as discussões.
A decisão será anunciada em reunião que acontece hoje entre autoridades municipais e estaduais. Durante o encontro, a procuradora Liliane Fonseca vai defender a interdição dos matadouros irregulares. “O Ministério Público do estado já fez recomendações de interdição de vários abatedouros. Os órgãos responsáveis, que têm o poder de fechá-los, porém, não acataram o nosso pedido. É inadmissível. Uma afronta à legislação”, pontua. A Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e que pode interditar os matadouros, discorda da posição da procuradora.
“Acreditamos que isso vai levar ao aumento do número de abatedouros clandestinos. Além disso, não temos o poder de fechá-los definitivamente. A interdição feita pela Adagro é provisória e tem prazo de 30 dias”, explicou a agência por meio da assessoria de comunicação.
O secretário de Agricultura do estado, Ranilson Ramos, foi procurado para justificar a omissão da Adagro quanto às recomentações do Ministério Público e comentar a instalação das comissões. “Ainda não recebemos comunicado oficial sobre a criação da comissão, mas a equipe da secretaria está aberta à discussão do assunto, assim como vem ocorrendo há um ano com o Ministério Público. Estamos em 31 municípios do estado construindo e reconstruindo abatedouros municipais e regionais”, respondeu.
A regionalização dos matadouros é apontada pelo presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, Antônio Dourado, como única solução para as irregularidades encontradas nos locais de abate. “Os matadouros causam enormes prejuízos às prefeituras. É muito difícil para os municípios mantê-los dentro das normas. O estado precisa cobrar adequação aos abatedouros que ainda podem ser regularizados e interditar os que não têm condições de continuar funcionando”, opinou.
Enquanto isso, a Assembleia Legislativa do estado vai criar uma comissão para acompanhar a situação precária dos matadouros do interior pernambucano. A Câmara Municipal do Recife informou que também vai designar um grupo de vereadores para conduzir o assunto juntamente com os deputados estaduais. A criação da comissão municipal será oficializada na próxima segunda-feira. Enquanto a Assembleia fiscaliza a interdição dos matadouros, a Câmara ficará responsável por acompanhar a entrada de carnes na capital pernambucana e verificar as condições dos mercados públicos da cidade.
Série do Diario
No mês de setembro o Diario viajou pelo interior de Pernambuco para verificar a situação dos matadouros de responsabilidade municipal e constatou que a carne consumida pela população é contaminada logo no primeiro processo, o abate bovino. A falta de higiene e estrutura nestes locais, embasado pelo levantamento oficial da Adagro, resultou na série de reportagem “A carne que comemos”, publicada do dia 2 a 5 de outubro. Os matadouros de Limoeiro, Nazaré da mata, Bonito, Arcoverde, Pesqueira, Paulista e o estadual de Paudalho foram visitados.
Dos 156 matadouros existentes, 83% não possuem as mínimas condições de funcionamento. Em 70% deles a água não é tratada e em 66% não há instalações e equipamentos adequados.
O Ministério Público de Pernambuco criou o programa “Carne de Primeira” para fiscalizar os matadouros do estado e através dele, com parceria de doutores na área da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e de técnicos da Adagro, realiza as inspeções e toma as providências necessárias. Uma delas, é a recomendação de interdição.
O governo do estado, visando acabar com a situação irregular que se encontram os matadouros, adotou a política de regionalização. As cidades de Paudalho, Itambé, Escada, Ribeirão, Barreiros, Catende e Quipapá são algumas nas novas unidades de processamento que serão construídas para abastecer os municípios vizinhos.
A Câmara do Recife realizou audiência no último dia 8 e cobrou a refrigeração da carne comercializada nos mercados públicos da capital. A Vigilância Sanitária determinou que os comerciantes instalem balcões frigoríficos até o final do mês de dezembro
No mês de setembro o Diario viajou pelo interior de Pernambuco para verificar a situação dos matadouros de responsabilidade municipal e constatou que a carne consumida pela população é contaminada logo no primeiro processo, o abate bovino. A falta de higiene e estrutura nestes locais, embasado pelo levantamento oficial da Adagro, resultou na série de reportagem “A carne que comemos”, publicada do dia 2 a 5 de outubro. Os matadouros de Limoeiro, Nazaré da mata, Bonito, Arcoverde, Pesqueira, Paulista e o estadual de Paudalho foram visitados.
Dos 156 matadouros existentes, 83% não possuem as mínimas condições de funcionamento. Em 70% deles a água não é tratada e em 66% não há instalações e equipamentos adequados.
O Ministério Público de Pernambuco criou o programa “Carne de Primeira” para fiscalizar os matadouros do estado e através dele, com parceria de doutores na área da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e de técnicos da Adagro, realiza as inspeções e toma as providências necessárias. Uma delas, é a recomendação de interdição.
O governo do estado, visando acabar com a situação irregular que se encontram os matadouros, adotou a política de regionalização. As cidades de Paudalho, Itambé, Escada, Ribeirão, Barreiros, Catende e Quipapá são algumas nas novas unidades de processamento que serão construídas para abastecer os municípios vizinhos.
A Câmara do Recife realizou audiência no último dia 8 e cobrou a refrigeração da carne comercializada nos mercados públicos da capital. A Vigilância Sanitária determinou que os comerciantes instalem balcões frigoríficos até o final do mês de dezembro
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