sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Arcebispo critica a via-crúcis enfrentada pelos pacientes do SUS


Dom Fernando Saburido fez desabafo durante o lançamento da Campanha da Fraternidade no Estado


Do JC Online

O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, criticou ontem, durante o lançamento da Campanha da Fraternidade no Estado, o Sistema Único de Saúde. “O SUS deixa a desejar. Os investimentos são insuficientes, assim como os profissionais. Os pobres não são dignamente assistidos”, disse o religioso, em missa realizada à tarde, na Paróquia de São Sebastião, em Santo Amaro, área central do Recife. A campanha este ano tem como tema “Fraternidade e Saúde Pública.”

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também atacou o governo federal pelo pouco investimento na área. Semana passada foram anunciados R$ 5,4 bilhões para a saúde. “A notícia nos trouxe grande preocupação”, afirmou o secretário-geral, dom Leonardo Ulrich Steiner. A CNBB também apontou problemas como uso inadequado dos recursos, espera por atendimento e exames, falta de vagas e de medicamentos.


Na celebração, que marcou o início do período da Quaresma, quando católicos se preparam para a Páscoa, o arcebispo de Olinda e Recife lembrou da via-crúcis que é marcar consulta na rede pública. E também da dificuldade de internamento, principalmente quando o paciente precisa de vaga em UTI.

“A saúde é um bem-estar físico, psíquico, social e espiritual”, lembrou dom Fernando. “A Campanha da Fraternidade tem a função de promover o debate. E esse é um tema de urgência e necessidade.” 

Depois do sermão, dom Fernando Saburido fez a imposição das cinzas. O pó preto usado no ritual é resultante da queima da folhagem empunhada na última procissão do Domingo de Ramos, festividade em que se comemora a entrada de Cristo em Jerusalém, marcando o início da Semana Santa. 
A Quaresma, explica o vigário-geral da arquidiocese, Albérico Almeida, é a principal celebração da Igreja Católica, sendo considerado um ato de penitência. “A Missa das Cinzas simboliza o reconhecimento de que somos pecadores e a fé na misericórdia divina, para buscarmos o perdão de Deus.”

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