terça-feira, 6 de março de 2012

Filho confessou morte de pai e mãe e diz não se arrepender

O principal suspeito da morte do bispo Robinson Cavalcanti e sua esposa, Miriam Cotias, confessou o crime e disse não estar arrependido. Após receber alta do hospital da Restauração (HR), no último sábado (3), Eduardo Cotias Olímpio Cavalcanti, 29, foi encaminhado para a sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), onde prestou depoimento por mais de quatro horas. As informações sobre o depoimento do acusado e o andamento do inquérito foram reveladas em coletiva de imprensa no departamento especializado, na manhã desta segunda-feira (5).

Em seu relato, Eduardo confessou ter premeditado o crime, motivado por sentir-se abandonado pelo pai. Para a polícia, esse deve ter sido o principal motivo dos crimes. Contudo, outras razões podem ter levado o rapaz matar os pais. "Durante o depoimento, ele (Eduardo) contou que pediu ao bispo auxílio financeiro para trazer a esposa e os três filhos que vivem nos Estados Unidos para o Brasil. Mas o pai teria negado", afirmou o gestor do DHPP, Joselito Kehrle.

Já a motivação financeira não foi totalmente descartada pela polícia, pois Eduardo questionou um amigo da família se as duas jovens que moravam com os pais teriam direito à herança. Eduardo contou que para se encorajar a cometer o crime ingeriu 60 cápsulas do medicamento Zenax, receitado por um médico norte-americano. O remédio psicotrópico é de uso controlado e receitado para ansiedade. Ele confessou ainda ser viciado em heroína e integrar uma quadrilha formada por imigrantes italianos e cubanos, atuante em Miami. Ele confessou que responde a 15 inquéritos nos Estados Unidos, mas afirma que nenhum seria por homicídio.

Segundo o delegado Joselito Kehrle, o inquérito deve ser concluído ainda esta semana. Até agora foram ouvidas nove testemunhas, entre amigos da família, vizinhos e parentes. "Eduardo será indiciado pelo duplo homicídio duplamente qualificado. Ele pode pegar de 12 a 30 anos de prisão", informa Kehrle. Depois de assassinar os pais, Eduardo foi internado sob custódia policial no Hospital da Restauração (HR), no Centro do Recife. O rapaz foi levado para o Cotel, onde permanece na enfermaria da unidade, terminando a sua recuperação antes de ser levado a uma cela.

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