Katherine Coutinho
G1 PE
A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) anunciou nesta terça-feira (8) o resultado das investigações sobre a clínica onde quatro mulheres perderam a visão, no final de março, após cirurgias para a retirada de catarata, no município de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O relatório confirma que as mulheres apresentaram complicações no pós-operatório devido a uma inflamação aguda no globo ocular de origem bacteriana.
O resultado da inspeção da clínica listou 54 irregularidades envolvendo todos os setores do Instituto Visão de Pernambuco, em Caruaru, mas três fatores foram destacados como os principais: inadequada estrutura física, irregularidades no processo de esterilização de materiais e instrumentais cirúrgicos e a contaminação da água utilizada. "Não tem um fator único, temos três fatores importantes, todos eles podem ter causado. A primeira coisa foi a estrutura física, que foi deficiente. Outro fator, que talvez seja o mais importante, é a questão da esterilização, os materiais utilizados eram de uso doméstico, não de hospital, não tinham um padrão de verificação de esterilização, fora a água que tinha contaminação", explica Jaime Brito, diretor geral da Apevisa.
O relatório será encaminhado para a Polícia Civil, Ministério Público de Pernambuco, Vigilância Sanitária de Caruaru e possíveis instâncias judiciais, caso os familiares queiram levar o caso à Justiça. "Eles já nos procuraram com o interesse de reabrir. Eles precisam nos entregar um cronograma de correções e começar a corrigir todos os problemas que encontramos. Quando a clínica tiver condições mínimas de funcionamento, poderão reabrir", conta Jaime.
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