Foi decretado estado de emergência em 99 municípios pernambucanos em função da seca que atinge o estado. Segundo o secretário estadual de Agricultura, Ranilson Ramos, o número engloba todos os 56 municípios do sertão de Pernambuco e 43, das 66 cidades no Agreste.
Para Marcelo Cauás Asfora, presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima de Pernambuco (Apac), não é possível estimar com precisão os prejuízos. Segundo ele, os impactos na agricultura vão afetar outros setores que dependem dos produtos.
Os governos federal e estadual disponibilizaram recursos para construção de cisternas que vão acumular águas das próximas chuvas e armazenar a água que está sendo levada por 800 carros-pipas . A Secretaria de Agricultura de Pernambuco também informou que autorizou a distribuição de sementes de milho para plantio e ração, mas ainda não existem medidas estruturais para enfrentar o problema da seca no estado.
“Existe um conjunto de ações para reduzir as perdas mas tem que pensar em ações de médio e longo prazo, como dotar de infraestrutura a região. Embora não tenha como prever como será a seca deste ano, quem nasce no sertão sabe que vai enfrentar o problema”, disse Asfora.
“No meu caso a produção é pequena, produzo mais para o consumo da família. Mas acabo vendendo alguma coisa para comprar o que não produzo e já vendo mais caro. Outros agricultores maiores estão vendendo o saco de feijão a R$ 400. Em agosto, era R$ 100”, disse.
Se de um lado, José Maurício comemora, por outro, lamenta a situação de quem não está produzindo e precisa dos produtos para se alimentar e manter os animais. Na própria cidade de Petrolândia, o cultivo irrigado é uma realidade de pouco mais de 60% do município. “Ainda tem muita gente que trabalha na área seca e enfrenta problemas com alimentação de animais e água potável e tem que buscar [água] distante de onde mora. Em vários assentamentos, esse ano, era para ter plantado em maio e tem oito meses que não chove e, aí, não tem como plantar”, disse o agricultor.
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