Diferentemente da maioria dos "Papais Noéis" que só aparece durante o Natal, ele passa todos os meses do ano distribuindo sorrisos, abraços e muita simpatia. Para encontrá-lo, basta ir assisitir a um jogo do Náutico nos Alflitos. Com certeza, Seu Wilson Andrade, de 66 anos, estará na arquibancada, com o seu gorro vermelho, rosto rosado e autêntica barba branca (que cultiva há mais de 40 anos), ora festejando o gol do seu time, ora consolando os seus amigos alvirrubros - como acontece com qualquer torcedor que escolhe um time para amar. Porém, se alguma criança ou adulto o chamar para conversar, ele não vai prestar atenção na cor da camisa. Pode ser vermelha e branca, rubro-negra, tricolor, não importa. O Papai Noel do Náutico, como é carinhosamente chamado nos Aflitos, deixa a rivalidade dentro das quatro linhas para cultivar a amizade e a felicidade.
E quando chega o mês de dezembro, o Bom Velhinho pernambucano esquece até qual é a regra para bater um pênalti ou lateral. É no período em que os times entram em recesso que Seu Wilson mais veste o seu gorro e roupa vermelha. Há seis anos, quando sentiu pela primeira vez a maravilhosa sensação de encarnar o personagem natalino, ele dedica o último mês do ano para visitar instituições carentes e distribuir brinquedos. Em 2012, foram distribuídos 1.050 brinquedos em creches, escolas, hospitais e associações comunitárias. Os brinquedos foram comprados pelo próprio Wilson, com o dinheiro dos cachês que ganha para ser o Papai Noel em festas particulares.
"No primeiro ano (2007), lembro que comprei R$ 200 reais de brinquedos. Todos os anos, procuro comprar mais para fazer mais crianças felizes. Na verdade, quem ganha o melhor presente sou eu. Pensei em fazer uma boa ação, mas quem se realizou fui eu, ao ver a alegria dos meninos. É a melhor coisa do mundo", afirma Seu Wilson, que está com a agenda lotada até o final da tarde da Véspera de Natal - com vários "sorrisos" e "obrigados" à sua espera.

Comerciante aposentado, casado, pais de três filhos já adultos, morador do bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife, seu Wilson faz a maioria das visitas sozinho. "Já ganhei prática, sei a quantidade de brinquedos necessária para cada visita. Coloco metade no saco e a outra no carro. Depois é só recarregar e continuar a festa", explica o Papai Noel sobre a sua metodologia natalina de trabalho.
Quando perguntado qual é a sensação de ser Papai Noel durante o ano todo, o Bom Velhinho pernambucano diz na lata: "É inexplicável o carinho que o povo tem pela figura do Papai Noel. Não só as crianças, mas os adultos também. Para mim é um prazer", afirma, aproveitando a ocasião para revelar um "pequeno ônus do ofício". "Ninguém pode me ver com uma latinha de cerveja na mão. É bronca na certa. Não precisa nem estar vestido. 'Não faça isso Papai Noel! Papai Noel não bebe', é o que escuto ao abrir a latinha. Já desisti", brinca Seu Wilson, aos risos.

Outro diferencial do Papai Noel do Náutico dos demais é que ele nasceu durante o Carnaval. "Na verdade, tinha pedido para a minha esposa fazer uma fantasia de Moisés, mas ela não fez. Na semana do Carnaval, comecei a procurar outra roupa, foi aí que achei um gorro vermelho dentro do guarda-roupa", conta seu Wilson, que resolveu não contar a ninguém sobre a sua fantasia. Pediu apenas para a esposa comprar um bermudão vermelho. Com a roupa preparada, no Domingo de Carnaval seu Wilson vestiu o gorro, a bermuda e a camisa do Náutico e saiu para brincar no bloco Timbu Coroado. "Foi um sucesso. Todo mundo parou para falar comigo. O momento mais engraçado ocorreu quando uma criança, de aproximadamente de três anos, se aproximou de mim e falou: 'Papai Noel, esperei o senhor o Natal inteiro e você só chegou no Carvanal", relembra.
Mas a boa repercussão da fantasia nas ruas não foi a mesma de dentro de casa. O filho mais novo de Seu Wilson, que é bastante sério como ele definiu, ficou com vergonha do pai e resolveu esconder o gorro. Ele procurou sua fantasia em todos os cômodos da casa, mas só achou na Terça-feira Gorda. Não teve dúvida. Vestiu a roupa e foi para as ladeiras de Olinda, onde o sucesso foi maior. À noite, quando assistia ao Jornal Nacional (da TV Globo) junto com a família, viu o apresentador William Bonner anunciar: "Até o Papai Noel se rendeu à folia de Olinda". "O meu rosto apareceu na televisão e foi uma alegria só dentro de casa", disse. O filho desistiu de implicar com a fantasia e, desde então, Seu Wilson aproveita todas as oportunidades do ano para sentir a alegria de representar o Bom Velhinho.
E quando chega o mês de dezembro, o Bom Velhinho pernambucano esquece até qual é a regra para bater um pênalti ou lateral. É no período em que os times entram em recesso que Seu Wilson mais veste o seu gorro e roupa vermelha. Há seis anos, quando sentiu pela primeira vez a maravilhosa sensação de encarnar o personagem natalino, ele dedica o último mês do ano para visitar instituições carentes e distribuir brinquedos. Em 2012, foram distribuídos 1.050 brinquedos em creches, escolas, hospitais e associações comunitárias. Os brinquedos foram comprados pelo próprio Wilson, com o dinheiro dos cachês que ganha para ser o Papai Noel em festas particulares.
"No primeiro ano (2007), lembro que comprei R$ 200 reais de brinquedos. Todos os anos, procuro comprar mais para fazer mais crianças felizes. Na verdade, quem ganha o melhor presente sou eu. Pensei em fazer uma boa ação, mas quem se realizou fui eu, ao ver a alegria dos meninos. É a melhor coisa do mundo", afirma Seu Wilson, que está com a agenda lotada até o final da tarde da Véspera de Natal - com vários "sorrisos" e "obrigados" à sua espera.
Comerciante aposentado, casado, pais de três filhos já adultos, morador do bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife, seu Wilson faz a maioria das visitas sozinho. "Já ganhei prática, sei a quantidade de brinquedos necessária para cada visita. Coloco metade no saco e a outra no carro. Depois é só recarregar e continuar a festa", explica o Papai Noel sobre a sua metodologia natalina de trabalho.
Quando perguntado qual é a sensação de ser Papai Noel durante o ano todo, o Bom Velhinho pernambucano diz na lata: "É inexplicável o carinho que o povo tem pela figura do Papai Noel. Não só as crianças, mas os adultos também. Para mim é um prazer", afirma, aproveitando a ocasião para revelar um "pequeno ônus do ofício". "Ninguém pode me ver com uma latinha de cerveja na mão. É bronca na certa. Não precisa nem estar vestido. 'Não faça isso Papai Noel! Papai Noel não bebe', é o que escuto ao abrir a latinha. Já desisti", brinca Seu Wilson, aos risos.
Outro diferencial do Papai Noel do Náutico dos demais é que ele nasceu durante o Carnaval. "Na verdade, tinha pedido para a minha esposa fazer uma fantasia de Moisés, mas ela não fez. Na semana do Carnaval, comecei a procurar outra roupa, foi aí que achei um gorro vermelho dentro do guarda-roupa", conta seu Wilson, que resolveu não contar a ninguém sobre a sua fantasia. Pediu apenas para a esposa comprar um bermudão vermelho. Com a roupa preparada, no Domingo de Carnaval seu Wilson vestiu o gorro, a bermuda e a camisa do Náutico e saiu para brincar no bloco Timbu Coroado. "Foi um sucesso. Todo mundo parou para falar comigo. O momento mais engraçado ocorreu quando uma criança, de aproximadamente de três anos, se aproximou de mim e falou: 'Papai Noel, esperei o senhor o Natal inteiro e você só chegou no Carvanal", relembra.
Mas a boa repercussão da fantasia nas ruas não foi a mesma de dentro de casa. O filho mais novo de Seu Wilson, que é bastante sério como ele definiu, ficou com vergonha do pai e resolveu esconder o gorro. Ele procurou sua fantasia em todos os cômodos da casa, mas só achou na Terça-feira Gorda. Não teve dúvida. Vestiu a roupa e foi para as ladeiras de Olinda, onde o sucesso foi maior. À noite, quando assistia ao Jornal Nacional (da TV Globo) junto com a família, viu o apresentador William Bonner anunciar: "Até o Papai Noel se rendeu à folia de Olinda". "O meu rosto apareceu na televisão e foi uma alegria só dentro de casa", disse. O filho desistiu de implicar com a fantasia e, desde então, Seu Wilson aproveita todas as oportunidades do ano para sentir a alegria de representar o Bom Velhinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário