quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Crise do emprego na Zona da Mata

Nos anos de 1980, o setor sucroalcooleiro empregava 250 mil canavieiros no período da safra de cana-de-açúcar em Pernambuco. Hoje, a massa de trabalhadores estimada é de 70 mil. O modelo da monocultura canavieira dá sinais de esgotamento. O fechamento de usinas e engenhos e a chegada de novas atividades industriais expulsaram o homem do campo. Muitos migraram para a construção civil, mas, após o término das obras, ficam desempregados. Para mudar esta realidade, as entidades civis lideradas pela Fetape (Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco) produziram o documento Diretrizes para a reestruturação socioprodutiva da Zona da Mata, com alternativas produtivas para a região.


O documento é fruto de vários seminários realizados no primeiro semestre deste ano para discutir a nova realidade da Zona da Mata. O diagnóstico aponta o paradoxo: a região que recebe mais investimentos públicos e privados (com destaque para Suape e Goiana) convive com os piores indicadores socioeconômicos. O documento atesta que 17,2% dos habitantes vivem em condição de extrema pobreza na Mata Norte e 17,9% na Mata Sul. O analfabetismo vai de 10% a 20% da população local. A mortalidade infantil ainda é alta e se situa no patamar de 13%.

Em dez anos, o estado reduziu 18,7% da área plantada e em 23% a produção de cana, resultando na diminuição de 5,3% da produtividade do setor. Esta dinâmica refletiu no mercado de trabalho na Zona da Mata canavieira. Entre 2006 e 2011, os postos de trabalho encolheram 35% no cultivo da cana, passando de 53.832 para 34.979 as vagas formais. O fechamento de várias usinas e a crise do setor comprometem os empregos e a sobrevivência dos trabalhadores. “Queremos pautar os poderes públicos para implementar um plano de reestruturação produtiva da Zona da Mata. Na maior parte do ano essas pessoas ficam desempregadas”, diz Rodrigues.

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