Opositor do governo Dilma e dissidente do PMDB, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) voltou à tribuna do Senado nesta segunda-feira para bater no presidente Renan Calheiros e no senador José Sarney, ambos ausentes do plenário.
As segundas-feiras geralmente o plenário se encontra vazio, com meia dúzia de gatos pingados participando da sessão.
O discurso do senador pernambucano, que se destaca pela sua densidade política, deveria ter sido lido na terça ou na quarta-feira, quando geralmente a Casa está cheia e Renan Calheiros preside as sessões.
Presume-se que ele prefere falar nas segundas-feiras para não ouvir o “contraditório” do presidente da Casa.
Em sua fala de hoje, Jarbas disse que “falta autoridade” a Renan Calheiros para falar em “agenda positiva” porque ele trabalhou contra uma PEC de sua autoria que prevê o fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais.
A PEC chegou a ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça em 15 de agosto de 2007, com parecer favorável do então senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), mas o então presidente José Sarney, disse Jarbas, jamais a incluiu na ordem do dia.
“Não adianta agora jogar para a torcida, falar de agenda positiva. É uma grande balela falar de sintonia com as ruas. O que tem ocorrido até agora é uma farsa”, disse o senador pernambucano.
Para ele, se aquela PEC tivesse sido aprovada o Brasil passaria por uma grande mudança no seu sistema político-eleitoral porque as “legendas de aluguel” seriam extintas, bem como a “história de se votar em João e eleger Manoel”.
O senador relacionou os motivos pelos quais a PEC de sua autoria não foi para a ordem do dia:
O senador relacionou os motivos pelos quais a PEC de sua autoria não foi para a ordem do dia:
“Talvez por eu ser um dissidente do PMDB, não concordar com o apoio ao PT e discordar da orientação do comando nacional do partido”.
Ele acusou também o senador José Sarney de ter se apropriado da proposta de sua autoria, datada de 2011, pelo fim das coligações proporcionais.
Segundo o senador pernambucano, Sarney apresentou uma proposta idêntica à sua “numa tentativa mesquinha de me alijar de um debate do qual venho participando ativamente desde que cheguei ao Senado Federal”.
Disse também que essa “manobra” contou com o respaldo do presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), que, como relator, deu parecer favorável à PEC de Sarney e pelo arquivamento da sua.
Jarbas considerou essa atitude uma “afronta” ao Regimento Interno do Senado que no seu artigo 260, inciso II, item b, determina que, na tramitação em conjunto, a proposta mais antiga tem precedência sobre a mais recente.
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