A taxa de desemprego na Região Metropolitana do Recife (RMR) subiu para 14,5% em setembro, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com o levantamento, divulgado nesta quarta-feira (30), havia 274 mil pessoas desocupadas no último mês. O resultado é superior ao do mesmo período do ano passado, cuja taxa de desemprego na região era de 12,6%, com 228 mil pessoas economicamente ativas fora do mercado de trabalho.
O crescimento do desemprego frente a 2012 deve-se à criação de ocupações em número insuficiente para absorver as 21 mil pessoas que ingressaram na força de trabalho da RMR. "Esses novos integrantes da população economicamente ativa são, em grande parte, jovens que moravam com os pais e que, anteriormente, não haviam começado a procurar emprego", explica Jairo Santiago, coordenador da PED.
Segundo ele, um dos fatores por trás disso é a falta qualificação destes jovens. "Hoje, até para trabalhar como vendedor, é preciso cursar uma faculdade. Quem tem só o ensino fundamental pode até ser treinado para uma função específica, como dirigir um trator em uma obra, mas quando essa obra acaba, o jovem volta ao mercado em nenhum atrativo para os outros setores econômicos", opina.
Entre os principais setores de atividades econômicas analisados pela pesquisa, houve um pequeno crescimento do número de ocupados na construção civil, que criou dois mil novos postos de trabalho entre setembro de 2012 e 2013. O comércio também criou dois mil postos no período. Já o setor de serviços abriu 9 mil vagas, enquanto a indústria fechou mil vagas. "Não é um momento de retração. O que ocorre é que o setor industrial sempre é mais sensível ao cenário macroeconômico", comenta Santiago.
A pesquisa mostra ainda que entre julho e agosto deste ano reduziram-se os rendimentos médios dos ocupados em 2,4%. Já em relação ao mesmo período de 2012, o salário médio na RMR ficou estável, passando de R$ 1.177 para R$ 1.179. "Ainda assim é importante notar que temos o terceiro menor das cidades pesquisas. Só ultrapassamos o rendimento médio de Fortaleza (R$1.105) e de Salvador (R$1.160)", esclarece o coordenador do Dieese.
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