O prefeito bem avaliado faz o sucessor, rompe, a briga chega à imprensa e o herdeiro fala em herança maldita. O “criador”, com raiva, questiona a capacidade da sua “criatura” e dispara contra aquele que um dia foi seu fiel escudeiro. Parece, mas essa história não envolve os Joões mais famosos do Recife. O embate em questão está ocorrendo no município do Cabo de Santo Agostinho, no litoral sul. O atual chefe do Executivo, Vado da Farmácia (PSB), afirma que o seu padrinho, o antecessor Lula Cabral (PSB), deixou uma dívida de cerca R$ 90 milhões. Na resposta, claro, a promessa de, digamos, não deixar barato tal afirmação.
“Se ele continuar a falar besteira, eu o processo”, asseverou, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, Lula Cabral. “O prefeito não entendeu que esses valores são referentes a restos a pagar, como todo prefeito que termina uma gestão deixa”, argumentou o atual presidente da Junta Comercial de Pernambuco (Jucepe).
Apesar de todo o imbróglio que vive com o seu sucessor, Lula Cabral garante que não está arrependido de ter indicado Vado como o seu candidato à sucessão. “Fizemos o que era necessário para vencer a eleição. Não deixamos que outras pessoas sem comprometimento assumissem o município”, ironizou o socialista.
Lula Cabral destacou que o seu afastamento de Vado se deve ao fato de o atual prefeito não querer contar com a contribuição do seu grupo político. “Ele preferiu escolher pessoas que, talvez, não tenham a capacidade de muitos do nosso grupo”, afirmou.
Em meio às especulações de que poderia voltar a disputar a Prefeitura do Cabo, no pleito de 2016, Lula Cabral disse que estuda diversas possibilidades, incluindo repetir um caminho feito pelo seu grande adversário político, o prefeito Elias Gomes (PSDB/Jaboatão). “É uma opção. Vai depender da minha votação em 2014 (para deputado federal)”, arrematou. Lula espera contar com um número expressivo de votos no município gerido pelo rival tucano.
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