No Estado, 150 consumidores compraram e não receberam os imóveis. Eles entraram com ação no Tribunal de Justiça
Dois edifícios cujas obras foram paralisadas há cerca de um ano e meio estão afligindo os moradores e frequentadores da rua José de Holanda, no bairro da Torre. Eles estão preocupados com a possível queda das armações de ferro e madeira - visivelmente comprometidos pela ação do tempo - , que serviam para evitar que objetos caíssem sobre os trabalhadores das obras. Os empreendimentos são da Falcão Construção e Incorporação LTDA, que abandonou a maioria dos seus canteiros por enfrentar dificuldades financeiras. A empresa funciona em Pernambuco e Alagoas. No estado vizinho, o Tribunal de Justiça decretou a falência da Falcão e apura as queixas de cerca de 200 famílias que não receberam seus imóveis.
Em Pernambuco, pelo menos 150 consumidores compraram imóveis da Construtora Falcão e também não receberam as obras. A empresa tem, pelo menos, quatro empreendimentos parados: além dos dois prédios na Torre, existe mais um em Boa Viagem e outro no Rosarinho. Uma ação coletiva das 150 famílias pernambucanas lesadas está tramitando no Tribunal de Justiça (TJ). O processo corre em segredo de justiça e a entidade não pode dar detalhes do caso. Enquanto o imbróglio não é resolvido, o abandono das edificações só traz problemas à sociedade. Em especial, para os moradores da Torre.
A funcionária pública Vera Amélia Ferraz Pacheco mora na frente de um dos prédios da rua José de Holanda, o Edifício Columbia, onde a situação é mais grave. Ela espera que providencias sejam tomadas antes de alguém ser atingido pelo material que está se desprendendo no oitavo pavimento. “A construção está parada há muito tempo. Tenho observado que os ferros e as madeiras que estão no último andar estão caindo. Se der uma ventania tudo pode cair e atingir pedestres e os carros, além das casas”, reclamou.
De acordo com Cosme dos Santos, que trabalha na rua do Edifício Columbia, o prédio está completamente abandonado. “Não tem vigilância nenhuma. Tem gente entrando lá e pegando materiais de construção e também as escoras de madeira usadas para fazer as colunas. Esses furtos estão acelerando ainda mais a degradação dos equipamentos, trazendo risco a todos nós”, disse o rapaz.
Por meio de uma nota divulgada pela assessoria de imprensa, a Secretaria-Executiva de Controle Urbano do Recife (Secon) informou que vai enviar uma equipe ao local para verificar a denúncia. Caso seja constatada a deterioração das estruturas, a construtora responsável será notificada. A reportagem da Folha de Pernambuco tentou entrar em contato com a empresa, mas não conseguiu: o site se encontra fora do ar, sem indicação de problemas técnicos. Um escritório de advocacia que representava o grupo comunicou que não representa mais a empresa.
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