quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

No Facebook, delegado da Polícia Civil repudia declarações de Damázio

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"Esta é uma situação que macula todo o projeto da segurança pública", afirmou delegado
Foto: Bernardo Soares / Acervo JC Imagem

Do NE10
ATUALIZADA ÀS 18H15
As declarações polêmicas dadas pelo secretário de Defesa Social do Estado, Wilson Damázio, em entrevista à repórter do Jornal do Commercio Fabiana Moraes sobre a exploração sexual de policiais sobre jovens, acompanhadas pela reportagem há semanas, continuam repercutindo nas redes sociais. Na tarde desta quinta-feira (19), o delegado da delegacia de Jaboatão Igor Leite usou o Facebook para protestar contra o posicionamento de Damázio. Com a repercussão, o secretário colocou o cargo à disposição e o pedido de demissão foi aceito pelo governador Eduardo Campos. Em seu lugar, entra o atual secretário executivo da pasta, Alessandro Carvalho. Como Damázio, ele também é delegado da Polícia Federal.

"O teor da declaração dele, me faz analisar, nem como policial, mas como cidadão, como uma pessoa nessa posição faz uma série de colocações inadequadas", ressaltou o delegado em entrevista ao NE10. Para Leite, as declarações dadas pelo secretário expõem a censura à liberdade de expressão na corporação. "O secretário pode dar esta entrevista mostrando machismo e homofobia de forma clara. Mas quando nós tratamos de segurança pública, somos vítimas da corregedoria", contou o delegado, que responde a um processo na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social após falar abertamente à imprensa que era contrário a retirada de um policial do plantão da Delegacia. 

"Isso (redução de efetivo) tinha sido feito na surdina. Coloquei a dificuldade que teríamos. O secretário xerocou e mandou para a Corregedoria. Fui notificado e tem um procedimento na corregeria sobre este caso. Fiz justamente esse paralelo, mostrando a restrição à liberdade de expressão".

Para o delegado, já conhecido por disponibilizar telefone no Facebook para receber denúncias e postar publicações sobre rotina policial, a entrevista macula a segurança pública em Pernambuco, já marcado pela violência. "Neste momento que a gente vive, atinge a segurança publica como um todo. É uma situação que macula todo o projeto da segurança pública. Nem se fala na questão do Estado (políticas na área), que já tem um histórico de machismo e o secretário faz esse tipo de declaracão?! É totalmente ofensivo para as instituições e a população", afirma. 

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