O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 804 milhões para a construção da fábrica de biotecnologia da Novartis, em Jaboatão dos Guararapes. O investimento total na unidade, segundo o presidente da Novartis no Brasil, Adib Jacob, disse em janeiro à Folha, é de R$ 1 bilhão (sem os aditivos da ampliação já anunciada), e que as obras civis devemser entregues no segundo semestre de 2014; a operação está prevista para 2018. Segundo o BNDES, o projeto vai contribuir para a inserção do Brasil na rota tecnológica de biotecnologia, uma vez que a tecnologia relacionada aos processos produtivos dos antígenos fabricados no País serão transferidos para outra unidade da empresa na Áustria.
Do total do financiamento, R$ 800milhões serão provenientes do BNDES PSI - Projetos Transformadores, programa destinado a apoiar investimentos em capacidade tecnológica e produtiva emsetores de alta intensidade de conhecimento e engenharia e de bens não produzidos no País. Os outros R$ 4 milhões virão da linha Investimentos Sociais de Empresas, para aplicação emprojetos na região.
A unidade jaboatonense da Novartis vai produzir três tipos de proteínas utilizadas na formulação de uma nova vacina contra meningite B, chamada Bexsero. A fábrica vai usar uma tecnologia pioneira para a produção da vacina, conhecida por vacinologia reversa, e utiliza informação genética como base. A nova vacina será composta de quatro antígenos, sendo que três serão produzidos na nova fábrica e exportados para uma unidade da empresa na Itália, onde serão incorporados à vacina.
Também em janeiro, Jacob anunciou a duplicação da planta, da produção, e a compra do terreno vizinho, ampliando a área de quatro para 16 hectares. Na mesma ocasião, um evento da empresa em Pernambuco, o governador Eduardo Campos cobrou celeridade a Jacob: era preciso recuperar o cronograma perdido com a mudança de terreno, de Goiana para Jaboatão, e outros ajustes que precisaram ser feitos até então, quando apenas a terraplanagem estava concluída. Segundo apurou a reportagem, as reuniões periódicas de monitoramento não estão sendo feitas. “Esse é um projeto muito sofisticado, complexo”, descreveu o presidente da empresa, na ocasião, admitindo que deficiências internas de organização, além da mudança de terreno, provocaram o atraso. “A Novartis considerou que Goiana não era um local ideal para produzir vacinas. A decisão final levou em consideração, além do solo, a proximidade com outras companhias”, justificou.
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