As acusações contra os vereadores incluem crimes como corrupção passiva, formação de quadrilha e concussão (pagamento em troca da aprovação de projetos) foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press |
As investigações sobre o suposto esquema de cobrança de propinas na Câmara de Caruaru, que resultou na prisão de dez legisladores na última quarta-feira, podem levar mais gente para trás das grades. A Polícia Civil investiga a participação de empresários em um suposto esquema de “compra” de resultados nas votações. As acusações contra os vereadores incluem crimes como corrupção passiva, formação de quadrilha e concussão (pagamento em troca da aprovação de projetos). Ontem, durante entrevista coletiva, o delegado Erick Lessa, que preside o inquérito da Operação Ponto Final, limitou-se a declarar que donos de empresas estão na mira de uma outra investigação, ainda em curso. Informações extraoficiais apontam para suspeitas de que o setor do transportes seria um dos alvos do inquérito.
A matéria em questão seria uma alteração numa lei municipal sobre a concessão de transporte público. Pela legislação, uma empresa de ônibus que vencesse uma licitação teria que indenizar a perdedora por conta dos “prejuízos”. A alteração da lei foi uma recomendação do Ministério Público, que viu na proposta um obstáculo à livre concorrência. Os vereadores negaram a sugestão numa votação antes do recesso de julho. O vereador Gilberto de Dora (PSB) antecipou ao Diario, na edição de ontem, que ao prestar depoimento, a polícia lhe pediu detalhes sobre empréstimo para instalação do Bus Rapid Transport (BRT) e sobre a alteração das concessões.
Na coletiva de imprensa de ontem, a Polícia Civil informou que mais um vereador poderá ser preso e afastado, caso a Justiça determine. O nome não foi revelado. Ainda segundo a polícia, outro legislador municipal, que também teve a identidade mantida sob sigilo, pediu à Justiça o benefício da delação premiada. O recurso garante a redução da pena e ou mesmo o perdão do criminoso que colabore com as investigações. Na coletiva, não foram apresentados detalhes de como funcionava o esquema. O argumento foi que o inquérito segue em segredo de Justiça.
Foram apreendidos com os vereadores R$ 165 mil em cheques, R$ 50 mil em dinheiro e 55 euros. Também foram recolhidas oito armas de fogo. A polícia desmentiu a hipótese do pagamento do mensalão e destacou que a Prefeitura de Caruaru ajudou nas investigações. As prisões foram decretadas após a sessão que aprovou o empréstimo de R$ 150 milhões para a implantação do BRT e recuperação de algumas vias da cidade. Os legisladores teriam exigido o pagamento de dinheiro do Poder Executivo para aprovar a pauta. “O valor que eles solicitaram foi aproximadamente R$ 2 milhões para dividir entre todos e faziam barganhas para diminuir ou aumentar estes valores”, contou Lessa. A pauta foi aprovada terça-feira, com 17 votos a favor, 5 contra e uma abstenção.
Saiba mais
Confira os nomes dos vereadores presos e dos suplentes que assumiram os mandatos
Quem foi preso
Cecílio Pedro (PTB)
Sivaldo Oliveira (PP)
Val das Rendeiras (Pros)
Jadiel Nascimento (Pros)
Val (DEM)
Louro do Juá (PS)
Eduardo Cantarelli (PS)
Neto (PMN)
Evandro Silva (PMDB)
Jajá (PPS)
Sivaldo Oliveira (PP)
Val das Rendeiras (Pros)
Jadiel Nascimento (Pros)
Val (DEM)
Louro do Juá (PS)
Eduardo Cantarelli (PS)
Neto (PMN)
Evandro Silva (PMDB)
Jajá (PPS)
Quem assumiu
Manoel Alecrim (PSD)
Duda do Vassoural (DEM)
Joel da Gráfica (DEM)
Rodrigues da Ceaca (PRTB)
Nino do Rap (DEM)
Pastor Carlos Santos (PRB)
Tenente Tibúrcio (PMN)
Rosimery Apodec (DEM)
Jaelcio Tenorio (PRB)
Carlinhos da Ceaca (PPS)
Duda do Vassoural (DEM)
Joel da Gráfica (DEM)
Rodrigues da Ceaca (PRTB)
Nino do Rap (DEM)
Pastor Carlos Santos (PRB)
Tenente Tibúrcio (PMN)
Rosimery Apodec (DEM)
Jaelcio Tenorio (PRB)
Carlinhos da Ceaca (PPS)
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