quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Colunista da Folha de São Paulo diz que Eduardo Campos quer se viabilizar para 2018

Projeto pessoal
Por Rogério Gentile, em coluna na Folha de São Paulo.
SÃO PAULO – Prestes a confirmar oficialmente sua candidatura a presidente, Eduardo Campos (PSB) está mais preocupado em tornar-se um rostinho conhecido para a eleição de 2018 do que em derrotar Dilma Rousseff agora. Se a prioridade fosse tirar o PT do Planalto neste ano, o governador pernambucano abriria mão da disputa em favor de Marina Silva, sua aliada, afinal.
Mulher, ambientalista, de origem humilde e evangélica, a ex-ministra do Meio Ambiente, por diversas razões, é muito mais competitiva do que Campos, ainda que Dilma seja a candidata mais forte em qualquer cenário e ainda que eleições não tenham a previsibilidade de uma operação matemática. Com o pernambucano na disputa, a presidente não é favorita, é favoritíssima.
O principal entrave para Campos é justamente o fato de que ele é um ilustre desconhecido para grande parte do eleitorado e de que precisaria dispor de muito tempo de exposição no horário eleitoral para tentar viabilizar-se numa corrida curta como a presidencial.
O presidenciável do PSB terá menos tempo na televisão do que Aécio Neves e muito menos do que Dilma. Marina também teria pouca visibilidade no horário eleitoral, mas, diferentemente do colega, se resolvesse hoje caminhar pela praça da Sé, não correria o mínimo risco de passar despercebida.
Além disso, as pesquisas mostram que Campos não herda a totalidade dos votos da ex-ministra, a despeito de todo o barulho causado pela aliança que firmaram em 5 de outubro. O Datafolha de dezembro mostrou que Dilma tem 42% das intenções de voto contra 26% de Marina e 15% de Aécio. Quando o candidato é Campos, o resultado é 47% para Dilma, 19% para Aécio e 11% para o pernambucano.
Tudo pode acontecer em política, é claro, e o ano é longo, mas Campos é hoje candidato muito mais a ser líder da oposição em 2015 do que a presidente da República.

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