Atento aos problemas urbanísticos do
Recife, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a suspensão do
empreendimento imobiliário Jardins da Aurora, projetado para ser
construído na rua da Aurora, no bairro de Santo Amaro. A ação civil
pública é de autoria da promotora Selma Carneiro Barreto da Silva, da
Promotoria de Defesa da Cidadania.
A promotora observou que tramita o
inquérito civil nº 26/2013, que visa apurar possíveis irregularidades no
empreendimento, de responsabilidade da Construtora Moura Dubeux. A
empresa não apresentou estudo prévio de impacto sobre a vizinhança das
cinco torres - duas com 47 pavimentos e três com 36 -, que juntas somam
uma área de construção de 119.926, 83 metros quadrados. Ao serem
erguidas no local, trarão consequências para a vida dos moradores da
área e das proximidades.
Foi questionado pelo MPPE qual o choque estimado
com o adensamento populacional do bairro; a valorização imobiliária; a
sobrecarga no transporte público e no tráfego de automóveis; o aumento
no fluxo do esgotamento sanitário; os impactos na ventilação e
iluminação nos arredores; e como se transformará a paisagem do
patrimônio natural e arquitetônico, pois os edifícios serão erguidos na
beira do Rio Capibaribe.
A promotora também citou que os projetos
foram aprovados pela Comissão de Controle Urbanístico (CCU) e pelo
Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU) sem qualquer respeito às normas
vigentes, como o Plano Diretor do Recife, no que se refere aos impactos
que devem ser gerados.
Ela lembrou que antes da reunião do CDU, o
MPPE havia recomendado a suspensão dos Jardins da Aurora e que se
exigisse da construtora o estudo de impacto do conjunto das torres
previstas e não separadamente (um para os prédios maiores, outro para os
menos baixos).
O projeto, apesar do grande porte, no
entanto, foi aprovado, mesmo ficando claro que acarretará problemas à
infraestrutura urbana. Não só no bairro de Santo Amaro, mas, direta ou
indiretamente, em toda a cidade. O impacto se dará em especial na
mobilidade, já que o número de garagens previsto é de 1.495, além do
grande aumento no número de habitantes. Onde moravam algumas famílias,
irão viver centenas.
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