O tumulto foi confirmado pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) e um efetivo de 50 policiais do Batalhão de Choque foi ao local
Do JC Online
Detentos da Penitenciária
AgroIndustrial São João (PAISJ) em Itamaracá, no Grande Recife, estão
fazendo uma rebelião dentro da unidade na manhã desta quinta-feira (13).
Os presos protestam contra a direção do presídio que, segundo eles, tem
tratado mal os presos e visitantes, reclamam da alimentação oferecida e
do uso da tornozeleira. Eles estão queimando colchões e levantando
faixas com palavras de ordem. De acordo com testemunhas, no princípio
dos tumultos, agentes penitenciários atiraram contra os presos para
conter a multidão. O Samu e o Corpo de Bombeiros foram até o local para
socorrer os feridos. Há rumores de mortos.
O tumulto foi confirmado pela Secretaria
Executiva de Ressocialização (Seres) e um efetivo de 50 policiais do
Batalhão de Choque foi ao local. Com a chegada do BP Choque, o clima da
manifestação foi amenizado, mas ainda está sendo negociado o fim do
tumulto.
Do lado de fora do presídio, é possível
ouvir os manifestantes gritarem palavras de ordem, como: Fora o diretor!
Fora o diretor! Alguns detentos subiram no telhado da penitenciária,
armados com pedaços de madeira. Familiares dos presos já estão na
portaria, mas não foi permitida a entrada de ninguém.
A PAISJ é um presídio de regime
semiaberto. O promotor da vara de execuções penais de Pernambuco,
Marcelus Ugiette, também confirmou a situção complicada em Itamaracá.
"Um tumulto em um presídio semiaberto já é uma situação estranha, porque
é um regime menos rígido. Estão confirmados os feridos, mas ouvi que
podem ter quatro mortos", disse Ugiette.
O preso Luciano Ceciliano da Silva foi
baleado no início da rebelião e testemunhas comentaram que a direção
negou socorro ao ferido. A esposa de Luciano, Ana Celina Miranda estava
na porta do presídio, mas como não era dia de visitas, a entrada dela
foi proibida. "Ligaram para mim de 7h pra dizer que meu marido tinha
sido baleado. Mas o negócio é muito precário, eles não me deixaram
entrar, eles tratam muito mal as visitas", reclamou Celina.
Celina contou ao JC que
as condições oferecidas pelo presídio são muito precária. Luciano
estava preso havia 3 anos pelo crime de homicídio e devia ser libertado
neste ano. Mais de uma vez, a esposa do preso reclamou do tratamento que
a diretoria da PAISJ dá aos detentos e visitantes.
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