quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Detentos da Penitenciária Agroindustrial São João fazem rebelião

O tumulto foi confirmado pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) e um efetivo de 50 policiais do Batalhão de Choque foi ao local

Do JC Online

Detentos da Penitenciária AgroIndustrial São João (PAISJ) em Itamaracá, no Grande Recife, estão fazendo uma rebelião dentro da unidade na manhã desta quinta-feira (13). Os presos protestam contra a direção do presídio que, segundo eles, tem tratado mal os presos e visitantes, reclamam da alimentação oferecida e do uso da tornozeleira. Eles estão queimando colchões e levantando faixas com palavras de ordem. De acordo com testemunhas, no princípio dos tumultos, agentes penitenciários atiraram contra os presos para conter a multidão. O Samu e o Corpo de Bombeiros foram até o local para socorrer os feridos. Há rumores de mortos.
O tumulto foi confirmado pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) e um efetivo de 50 policiais do Batalhão de Choque foi ao local.  Com a chegada do BP Choque, o clima da manifestação foi amenizado, mas ainda está sendo negociado o fim do tumulto.
Do lado de fora do presídio, é possível ouvir os manifestantes gritarem palavras de ordem, como: Fora o diretor! Fora o diretor! Alguns detentos subiram no telhado da penitenciária, armados com pedaços de madeira. Familiares dos presos já estão na portaria, mas não foi permitida a entrada de ninguém.
A PAISJ é um presídio de regime semiaberto. O promotor da vara de execuções penais de Pernambuco, Marcelus Ugiette, também confirmou a situção complicada em Itamaracá. "Um tumulto em um presídio semiaberto já é uma situação estranha, porque é um regime menos rígido. Estão confirmados os feridos, mas ouvi que podem ter quatro mortos", disse Ugiette.
O preso Luciano Ceciliano da Silva foi baleado no início da rebelião e testemunhas comentaram que a direção negou socorro ao ferido. A esposa de Luciano, Ana Celina Miranda estava na porta do presídio, mas como não era dia de visitas, a entrada dela foi proibida. "Ligaram para mim de 7h pra dizer que meu marido tinha sido baleado. Mas o negócio é muito precário, eles não me deixaram entrar, eles tratam muito mal as visitas", reclamou Celina.
Celina contou ao JC que as condições oferecidas pelo presídio são muito precária. Luciano estava preso havia 3 anos pelo crime de homicídio e devia ser libertado neste ano. Mais de uma vez, a esposa do preso reclamou do tratamento que a diretoria da PAISJ dá aos detentos e visitantes.

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