Pernambuco 247 - Com a temperatura política subindo cada vez mais em função da proximidade das eleições, parlamentares da base do governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) insinuaram que o Governo Federal estaria retaliando a Prefeitura do Recife, administrada pelos socialistas, ao não repassar R$ 46 milhões destinados ao projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe. O repasse deveria ter sido realizado em dezembro, através do Ministério das Cidades, via Caixa Econômica Federal.
O deputado estadual Betinho Gomes (PSDB) e a vereadora Priscila Krause (DEM) solicitaram explicações dos governos estadual e municipal sobre a paralisação dos serviços do corredor de transporte fluvial. Para Betinho, tudo indica que a suspensão das obras seja resultado da briga entre PT e PSB, no âmbito Estadual e Federal, acerca da paternidade das obras. De acordo com o vice-líder do Governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Isaltino Nascimento, que é ex-petista, pode ter ocorrido alguma dificuldade no fechamento das contas de um ano para o outro, o que explicaria o atraso nos repasses. Apesar disso, ele assegurou que a contrapartida estadual, no valor de R$ 25 milhões, teria sido efetuada.
“Nossa expectativa é que não seja rinha política, mas só a burocracia de início de ano”, disse Isaltino. “É inimaginável, hoje em dia, que se use recursos públicos para prejudicar um governo. Quero crer que não é isso. Seria a velha política demais”, disparou o líder do Governo na Alepe, Waldemar Borges (PSB). Os questionamentos e insinuações não foram respondidos por nenhum dos parlamentares do PT e PTB, partidos que integram a base do governo da Presidente Dilma Rousseff (PT).
A primeira etapa do projeto Rios da Gente, que prevê a navegabilidade do Rio Capibaribe para melhorar a mobilidade no Recife, estava prevista para ser concluída em julho. O projeto está orçado em R$ 190 milhões e cerca de 80% da dragagem da chamada Rota Oeste já está concluída. Nesta fase, os investimentos chegam a R$ 71 milhões. Como o Governo do Estado teria aportado R$ 25 milhões, restam os R$ 46 milhões em verbas federais que estão sendo questionados pelos parlamentares.
A disputa em torno da paternidade das obras em Pernambuco ganhou novos contornos esta semana. Quando o PT anunciou que, com o auxílio do Governo Federal, fará um levantamento dos projetos e obras que contam com recursos da União para “corrigir falhas de publicidade” quanto a paternidade das mesmas. O PT vem acusando o governador Eduardo Campos de não dar o devido crédito à participação do governo Dilma nas ações desenvolvidas no Estado.
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