quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Professores de Moreno protestam contra prefeito

Educadores denunciam suspensão de benefícios garantidos pela Lei Orgânica da cidade

JC Online

Os professores municipais da cidade de Moreno, Região Metropolitana do Recife, se reuniram, na manhã desta terça-feira (4), na Câmara de Vereadores da cidade para pedir a renúncia do prefeito de Moreno, Adilson Gomes Filho (PSB). Cerca de 300 pessoas, entre educadores, pais e alunos, denunciam o decreto do Executivo que suprime direitos conquistados pela classe trabalhista, como o quinquênio e o auxílio transporte. O prefeito promoveu os cortes sob o argumento de que é necessário enquadrar o município na Lei de Responsabilidade Fiscal.

No dia 28 de outubro, a Prefeitura de Moreno havia firmado um acordo que assegurava o quinquênio, um reajuste de 5% a cada cinco anos no salário dos professores, e o benefício de auxílio transporte para os professores que trabalham na zona rural. Entretanto, na última segunda-feira (3), a Prefeitura voltou atrás e vigorou um decreto que cancela os benefícios, com a justificativa de que o quinquênio representaria uma duplicidade de gratificação. O benefício é concedido a todos os servidores municipais e consta na Lei Orgânica do município.

Os vereadores se reuniram na manhã desta terça-feira (4) na Câmara de Moreno, com a presença de professores, para aprovar uma minuta que veta o decreto do prefeito. Ao coro de “Fora Dilsinho“, a população pede respostas da prefeitura. “Nós estamos revoltados. Ontem (3), fomos aos bairros chamar a população, porque um prefeito que assina um acordo e depois desfaz não pode administrar a cidade. Estamos pedindo a saída do prefeito”, afirmou a presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação de Moreno (Sinpremo), Elisângela Costa.

De acordo com o prefeito Adilson Gomes, as gratificações não tem amparo legal, pois desde o ano 2000 os professores deixaram de ser regidos pelo regime jurídico único e passaram a ter seus direitos assegurados pela Lei do Magistério. “Precisávamos enquadrar o município na Lei de Responsabilidade Fiscal e para isso as opções eram demitir servidores concursados ou corrigir as gratificações ilegais. Optamos o segundo caminho. São ilegais porque há duplicidade no pagamento, pois os professores recebem pela Lei do Magistério promoção por tempo de serviço, que na prática funciona como o quinquênio dos outros servidores. Em relação ao auxílio transporte há duplicidade porque eles também recebem por difícil acesso”, justificou.

Adilson Gomes disse que o impasse se tornou um “movimento político eleitoral” e que por isso não estará mais disponível para discutir acordos. Ele já recorreu à Justiça solicitando que a greve seja considerada ilegal. Os professores paralisaram as aulas de 2 a 28 de outubro, retornaram as salas de aula na última quinta-feira (30) após o acordo e, hoje, voltaram a interromper as atividades.

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