terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Vereadores negam abertura de investigação contra Lula Cabral

Foto: Giovanni Costa/Alepe



Por 17 votos a dois, os vereadores do Cabo de Santo Agostinho negaram nesta terça-feira (12) a abertura de uma comissão especial para investigar o prefeito licenciado Lula Cabral (PSB). Alvo da Operação Abismo, da Polícia Federal, o socialista foi solto há um mês, mas não reassumiu a gestão.

De acordo com o vereador de oposição Ricardo Arimateia (PSDB), a votação foi realizada após uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que chegou à Casa na última sexta-feira (8). O parlamentar disse ter sido pego de surpresa com a votação.

Arimateia foi um dos dois que foram favoráveis à abertura do processo, que, se tivesse sido aprovado, poderia levar à cassação de Lula Cabral.

“É uma coisa lamentável, chocante, um tapa na cara do povo. Nosso papel precípuo é de investigar. O relatório da Polícia Federal é completo, consubstanciado de provas, é muito contundente. São muito claros os crimes praticados e a Câmara se nega até a investigar isso”, criticou. “É claro o poder que ainda tem esse prefeito afastado sobre os poderes municipais”.

Em novembro, enquanto Lula Cabral estava preso, Arimateia entrou com um mandado de segurança Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) contra a decisão do presidente da Câmara Municipal, Neto da Farmácia (PDT), de rejeitar a criação de uma comissão especial para apurar os fatos revelados pela Operação Abismo.

Um dia antes de Arimateia entrar com o mandado de segurança, uma licença remunerada para Lula Cabral foi aprovada por 13 dos 17 vereadores. Com a decisão, o socialista ficou recebendo o salário de R$ 25 mil mesmo preso.

O outro opositor que votou a favor da abertura da comissão foi o vereador Ricardinho (SD).

Operação Abismo

Lula Cabral foi preso no dia 19 de outubro. De acordo com as investigações, que correm em segredo de justiça, Lula Cabral teria supostamente ordenado a transferência de mais de R$ 90 milhões do instituto de previdência municipal, o CaboPrev – que antes se encontravam investidos em instituições sólidas – para fundos de investimento que colocavam em em risco o pagamento da aposentadoria dos servidores.

O vice-prefeito Keko do Armazém (PDT) está no comando da gestão municipal no Cabo.

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