quarta-feira, 24 de abril de 2019

Empresário morto em Aldeia queria se mudar para Recife

Vítima de um assalto em 2012, o empresário Mário Cavalcanti de Gouveia Junior, de 78 anos, revelou a amigos que pretendia se mudar para um apartamento no bairro de Boa Viagem

- Por: Redação OP9

O empresário Mario Goveia foi atingido por vários disparos. Foto: Divulgação

Pouco antes de ser morto a tiros em um latrocínio dentro de sua mansão, na madrugada desta terça-feira (23), na Estrada de Aldeia, em Paudalho, o empresário Mário Cavalcanti de Gouveia Junior, de 78 anos, revelou que pretendia se mudar para um apartamento no bairro de Boa Viagem, na zona sul do Recife. Por conta da violência e da idade avançada, ele pretendia morar em um lugar em que se sentisse mais seguro.

A confidência foi feita ao amigo João Bosco de Albuquerque, que também atuou como advogado da vítima durante 30 anos. “Da última vez ele disse que queria procurar um apartamento para morar em Boa Viagem. Tinha um amor muito grande por aquela mata, mas era a primeira vez que eu o ouvi  cogitando sair dali”, afirmou.

Morto durante uma troca de tiros com cerca de 15 criminosos fortemente armados e encapuzados que invadiram a sua propriedade, Mário foi enterrado no final da tarde desta terça-feira, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. No local do crime também funciona o Parque Aquático Águas Finas, de propriedade da família de Mário há 68 anos. A vítima também era dono de diversos imóveis em Recife, Jaboatão e Olinda.

Um suspeito foi preso após ser abandonado em um posto de gasolina com dois tiros e está custodiado no Hospital Otávio de Freitas, no Recife. Embora não tenha se pronunciado oficialmente, a Polícia Civil investiga se o homem tinha alguma relação de proximidade com funcionários do parque aquático. Dois carros, um Renault Duster marrom e um Fiat Toro vinho, foram abandonados pelos criminosos e um deles foi incinerado para apagar eventuais pistas da autoria do crime.

Renault Duster foi abandonado e carbonizado em uam estrada de terra em São Lourenço da Mata. Foto: Cortesia

Um baú e cerca de dez armas teria sido levado da casa da vítima. Amigos alegaram que Mário era colecionador de armas. Revólveres e pistolas ponto 40 estariam na lista armamento roubado. Um revólver 380 da vítima também foi achado no quatro de Mário. “Tenho certeza que ele ia reagir pra defender o que é dele”, disse o amigo e funcionário da vítima Wiliams Lins.

Testemunhas do crime, como o piloto do helicóptero da vítima e os dois vigias da casa, que foram rendidos pelos criminosos, disseram que o empresário morreu após reagir à investida e trocar tiros com a quadrilha durante cerca de dez minutos.

Violência marcante

Em 2012, Mário Cavalcanti já tinha sido vítima de uma assalto. Na ocasião, cinco homens armados renderam funcionários e roubaram R$ 60 mil em espécie, seis armas e 400 munições. Um vigia que foi rendido teria reconhecido um dos criminosos como sendo um ex-cozinheiro do parque aquático.

O homem de 31 anos foi denunciado pelo Ministério Público e inocentado por falta de provas em uma sentença proferida em 2016. “As armas que tinham lá na casa já tinham sido tiradas dele antes, quando arrombaram a casa quando ele estava nos Estados Unidos”, reforçou o amigo e funcionário Wiliams Lins.

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