segunda-feira, 8 de julho de 2019

DOU traz afastamento de Moro e assessoria diz que é férias

POLÍTICA


O despacho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) observa que o ministro ficará afastado das atividades de 15 a 19 de julho 'para tratar de assuntos particulares'

 

O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (8) traz o afastamento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, do cargo. O comunicado diz que Moro ficará afastado das atividades de ministro no período de 15 a 19 de julho, “para tratar de assuntos particulares”. 

LeiaJá entrou em contato com a assessoria de imprensa da pasta para saber detalhes do despacho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e foi informado que o afastamento se trata de “cinco dias de férias do ministro”. 


Moro vai tirar férias no momento em que aparece como protagonista do vazamento de conversas que sugerem a interferência do ex-juiz nas investigações da Lava Jato. As mensagens estão sendo divulgadas pelo site The Intercept desde o dia 9 de junho. Os diálogos de Moro são com o procurador da Deltan Dallagnol. O periódico diz ter tido acesso à trocas de mensagens privadas com gravações em áudio, vídeos, fotos e documentos judiciais a partir de uma fonte confiável. 

As últimas revelações aconteceram na sexta-feira (5) quando, através da revista Veja, foram expostas articulações que sugerem que Moro teria orientado procuradores e retardado a inclusão de provas em casos investigados pela Lava Jato.  

O conteúdo também apontou que o ministro foi contra o fechamento de um acordo de delação premiada entre o MPF e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), e expressou conselhos dados pelo apresentador Fausto Silva para os procuradores sobre como se portarem diante da imprensa para falar das investigações dos casos de corrupção. Faustão confirmou a conversa com o então juiz. 

O ministro da Justiça e Segurança Pública nega qualquer interferência nas investigações e já declarou que não tem medo dos vazamentos. “Achei que esse revanchismo da Lava-Jato tinha se encerrado. Aqui [no ministério] tenho um trabalho e uma missão a ser cumprida, que é consolidar os avanços sobre o combate à corrupção e ao crime organizado. Não vai ser por causa de falsos escândalos que vou desistir dessa missão”, disse, em entrevista recente.

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