segunda-feira, 1 de julho de 2019

Mistério em morte e comoção em enterro de professor e ativista LGBT



Polícia disse que não havia sinais aparentes de violência no corpo de Sandro Cipriano, mas cadáver estava sem os olhos e com possíveis pontos de perfuração a faca. IML apontou tiro na cabeça

- Por: Redação OP9

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

Velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Foto: Reprodução

A polícia procura os dois suspeitos de participação na morte do professor Sandro Cipriano, que estava desaparecido por três dias e cujo corpo foi encontrado na manhã de sábado (29), na zona rural de Pombos. Conhecido na cidade da Zona da Mata de Pernambuco como “Sandro do Serta”, ele também era ativista da causa LGBT. Seu velório ocorreu em clima de comoção na cidade, na manhã deste domingo (30). Sobre o caixão, a bandeira do arco-íris que marca o movimento pela luta dos direitos dos homossexuais. Entidades civis cobraram investigação a respeito da violência do crime.

Em nota oficial, a Polícia Civil destacou no sábado que não havia sinais aparentes de violência no cadáver. Fotos que circularam nas redes sociais mostravam a ausência dos olhos, o que pode ter sido resultado da ação de animais. As imagens também sinalizam possíveis perfurações a faca, uma delas na axila direita. O corpo passou por perícia no Instituto de Medicina Legal antes de ser liberado para a família. O atestado de óbito apontou tiro na cabeça.

Conhecido na cidade como “Sandro do Serta”, ele também era ativista da causa LGBT. Foto: Facebook/Reprodução

O professor desapareceu na noite de quinta-feira (27) e foi visto pela última vez entrando em casa com dois homens. Desconfiados com a ausência de Sandro, vizinhos foram até a residência dele na sexta-feira (28), e teriam dado por falta do veículo, um Voyage de cor prata, e encontrado manchas que supostamente seriam de sangue no chão.

Acionados, policiais militares notaram que a casa do professor estava revirada, com pertences faltando. Cartazes com a foto de Sandro foram criados divulgando a placa do carro para ajudar nas buscas. Na manhã de sábado, informações circularam pela cidade que o corpo havia sido encontrado.

Os dois acompanhantes sumiram. O carro do professor foi encontrado queimado, às margens da BR-232, próximo ao loteamento Menino Jesus.

Foto: Reprodução

Entidades lamentam morte

Muitas entidades e organizações não-governamentais lamentaram a morte de Sandro, muito conhecido pela sua atuação em causas sociais. O Movimento Negro Unificado de Pernambuco (MNU-PE) relembrou a trajetória do professor. “Construiu e pautou muitas ações para juventude de Pernambuco e sobretudo também da população negra e periférica que vivem em situação de vulnerabilidade social nesta grande desigualdade que vivemos neste país”, diz a nota.

O Serviço de Tecnologia Alternativa (Serta), onde Sandro trabalhava há mais de 15 anos, também expressou pesar pelo assassinato do professor. “Sua dedicação as causas político-sociais sempre teve grande expressão no estado de Pernambuco, mobilizando e liderando coletivos em diversos espaços de proposição de políticas públicas, junto à sociedade civil e organizações sociais, também como representante do movimento LGBT da organização Grupo 7 Cores. No Serta, além de diretor, foi educador do módulo de Educação em Direitos Humanos, do curso técnico em agroecologia”, diz o texto.

Outra entidade a se manifestar foi a Associação Brasileira de ONGs (Abong), da qual o professor fazia parte do conselho diretor. “Sua morte, motivada por ódio e homofobia, é o retrato do Brasil que exclui, estigmatiza e assassina pessoas que defendem direitos e LGBTs. A violência é um fator histórico que sempre atentou contra a vida daqueles/as que defendem os direitos fundamentais. Lembremos Martin Luther King, Dorothy Stang, Manoel Mattos, Margarida Alves e a própria Marielle Franco, dentre outros ativistas que foram assassinados em decorrência de seu exercício político”, declara o texto.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) destacou a importância do trabalho de Sandro. “O professor Sandro era querido por todos e todas que com ele conviviam, além de ter um reconhecido trabalho nas áreas em que atuava. Seu assassinado é uma violência contra todos e todas que lutam pela educação em Pernambuco e no Brasil. Exigimos rigorosa investigação das causas de sua morte. Sandro, todo seu trabalho não foi e não será em vão”

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