quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Patriota que foi desprezado por Bolsonaro agora abre as portas

"O Patriota está aqui inteiro para ele", diz presidente do partido desprezado por Bolsonaro ano passado

Quando ainda era pré-candidato, Bolsonaro anunciou que ia se filiar ao PEN, fez o partido mudar de nome — e depois trocou o Patriota pelo PSL.

Tatiana Farah

Repórter do BuzzFeed News, Brasil

Depois que o presidente Jair Bolsonaro mandou um apoiador esquecer o PSL e afirmou que o presidente da legenda, Luciano Bivar, está "queimado", o Patriota já estendeu o tapete vermelho na esperança de receber os bolsonaristas.

No ano passado, o Patriota (antigo PEN) foi desprezado pelo então pré-candidato a presidente da República. Antes disso, Bolsonaro havia anunciado a filiação e feito o partido adotar o nome Patriota.

"O Patriota existe porque Bolsonaro mandou trocar o nome. Ele sabe que o Patriota está aqui inteiro para ele e para quem ele quiser trazer. Eu acredito que a preferência dele é pelo nosso partido", disse ao BuzzFeed News, nesta quarta-feira (9), o presidente do Patriota, Adilson Barroso.

Barroso salientou que, além da troca de nome, a legenda chegou a refazer seu estatuto no ano passado para agradar o presidente, com quem ele se encontrou apenas uma vez depois da posse.

Divulgação/Patriota

Bolsonaro quando anunciou que se filiaria ao Patriota (do que acabou voltando atrás depois).

O presidente da sigla disse acreditar ser difícil que o deputado Eduardo Bolsonaro crie uma nova legenda para abrigar a família e os bolsonaristas. "Hoje está um tanto mais difícil criar partido. Com tudo o que precisa ser feito, acho difícil que ele consiga criar uma legenda para disputar a eleição municipal, no ano que vem".

Em entrevista ao blog de Andreia Sadi, o presidente do PSL, Luciano Bivar, não escondeu a mágoa com as declarações de ontem de Bolsonaro: "A fala dele foi terminal, ele já está afastado. Não disse para esquecer o partido? Está esquecido".

A separação, ainda não formalizada, não surpreendeu o meio político. Bolsonaro, cujos filhos Flavio e Eduardo presidem os dois maiores diretórios do país (Rio e São Paulo), estava em rota de colisão com a legenda. Em disputa, estão a liderança de diretórios regionais, o comando nacional e os recursos públicos de financiamento partidário.

O site do PSL, no entanto, ainda guarda imagem da boa fase entre Bivar e o presidente.

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