terça-feira, 5 de abril de 2022

A REELEIÇÃO DOS DEPUTADOS FEDERAIS:CORAGEM OU ESTRATÉGIA CERTA ?




A coluna NA LUPA andou analisando os movimentos de alguns deputados que resolveram não soltar os diretórios estaduais que comandam com mão de ferro e se permitiram ter trabalho dobrado, em alguns casos, para serem reeleitos. Vamos dar uma olhada:


AS REGRAS
: Antes precisamos explicar como se elege um deputado federal para que a compreensão do leitor aqui NA LUPA possa atingir o ápice da questão. Para eleger um deputado a soma de todos os postulantes (em cada partido separado) precisa atingir o quociente eleitoral que pelas previsões deverá ficar em torno de 180 mil votos (toda vez que a soma for dando 180 vai elegendo do um. Se der 369 vai dois e assim a cada 180 sobe mais um. Se tiver hum milhão e oitocentos mil votos elege 10, sendo os dez mais votadas). Ocorre que ao final existe as chamadas sobras e aqueles partidos que não tiveram os 180 mil votos e não elegeram ninguém pelo quociente eleitoral, agora disputarão as chamadas sobras das vagas.


A LUTA PELA SOBRA
- para ter acesso a uma única vaga pela sobra, os partidos que não tiveram na soma geral de toda a sua votação de federal 180, precisarão (por regra da lei) ter pelo menos 80% dos votos do cociente (80% dos 180 mil votos) o que pela matemática vai dar 140 mil . Explico : os deputados federais que tentam a reeleição em seus partidos (suas chapas) precisam completar os 140 mil votos, com isso o que tiver mais votos (em cada partido desse que só possui um deputado) vai ser eleito pela sobra para uma única vaga, porém o mais votado de cada “vaga da sobra” não pode ter menos de 20% do cociente geral , o que dará 36 mil
Votos. Sinceramente, é preciso ter coragem de “mamar em onça”.
 

RAUL HENRY
- o deputado federal e ex-vice governador de Paulo Câmara no primeiro mandato do socialista, assumiu uma postura digamos assim, de missão partidária na Frente Popular de Pernambuco. Explico: Raul, sabia que se soltasse o MDB 15, o senador Fernando Bezerra Coelho abocanharia na hora a sigla e o mais precioso tempo de televisão. Então a Frente Popular foi obrigada a cair em campo, não por causa do deputado federal Raul Henry, mas sim para evitar prejuízos a Danilo Cabral. O PSB montou uma força rápida pra disputar o mandato de deputado federal junto com Raul Henry a fim de garantir pelo menos 80% do quociente eleitoral para que Raul se eleja nas disputas finais das sobras dos votos válidos. Uma jogada de altíssimo risco e de grande perigo a dar errado. A coluna NA LUPA percebeu que até o ex-deputado Severino Ninho (campeão de suplência de federal, tendo assumido e herdado diversas vezes o mandato em Brasília por diversos motivos) de Igarassu , que é socialista ferrenho, foi convencido a embarcar no MDB 15, na operação “segura tempo de televisão”, antes que FBC pegasse o partido para Miguel Coelho. A sorte está lançada.

WOLNEY QUEIROZ- O deputado federal caruaruense Wolney Queiroz optou por si mesmo não entregar o comando do PDT que divide historicamente com o seu pai há mais de três décadas. Já virou tradição até o número de campanha usado por Wolney ajuda a ter voto espontâneo com o 1234. Não queria perder o número de forma alguma e muito menos a caneta do diretório estadual do PDT que lhe confere status e portas abertas em Brasília/DF. Ele mesmo afirmou que montou uma chapa para deputado federal e estadual em apenas 48 horas. O que vai sair dessa plantação não sabemos mas uma coisa é certa para eleger o 1º deputado federal vai precisar que a soma geral atinja pelo menos 185 mil votos e se for pra arriscar pela disputa por sobras se faz necessário que todos os candidatos do PDT a deputado federal tenham juntos uma média de 145 mil votos. O que acertaram com a legenda a nível nacional não se sabe, mas uma coisa é certa. É mais um caso de risco.
 

SEBASTIÃO OLIVEIRA- O deputado federal do AVANTE 70, Sebastião Oliveira vem se preparando há bastante tempo para que sua chapa de federais tenha total condição de eleger dois parlamentares em Brasília e o seu foco não foi definido de última hora bem às pressas. Sebá, como é carinhosamente conhecido pelos amigos, fez um planejamento e organizou a sua legenda com muita competência e habilidade, sem falar que suas bases são muito seguras e ele sozinho passa fácil de 130 mil votos. Dos três deputados federais citados aqui NA LUPA, o mais certo é que vai surpreender muita gente é sem dúvida Sebastião Oliveira. Tem companheiros de chapa em um forte segmento de cantores evangélicos.
 

ANDRÉ DE PAULA
- este não há mais a mínima dúvida de que será candidato ao Senado Federal, provavelmente na chapa da Frente Popular de Pernambuco, atraindo o tempo de TV do seu partido o PSD 55. Porém, preste atenção caro leitor, se Andre de Paula não for anunciado o Senador da Frente Popular de Pernambuco não tem problema algum, Andre tem espaço em qualquer palanque para disputar o Senado. Tanto a situação como na oposição não há objeção ao seu nome para a disputa na Câmara Alta, o Salão Azul de Brasília.


RICARDO TEOBALDO- Decidido a manter o seu espaço na cúpula nacional do Podemos, Ricardo Teobaldo trabalhou na montagem de uma chapa para garantir a sigla representatividade e ajudar a manter a bancada federal e o tempo de TV e o fundo partidário. Teobaldo não se imaginou sem o comando de um diretório estadual e suas relações com a cúpula nacional da legenda fizeram com que ele assumisse o risco de segurar os demais pré-candidatos na legenda até a convenção e efetivar na prática o lançamento da chapa do podemos. A Coluna NA LUPA soube que a chapa está bastante estruturada e tem condições reais de eleger dois deputados federais.
 

TÚLIO GADELHA- Aqui trata-se de um caso raro de auto confiança pois o deputado federal Túlio Gadelha(REDE/PSOL) saiu do PDT mas de fato entrou numa legenda verdadeiramente nanica. Tem muito trabalho pela frente para equilibrar esse jogo. Embora tudo tenha sido feito na ponta do lápis com cálculos e estatística (saiba você caro leitor que eleição proporcional é matemática pura), há de fato um risco altíssimo para a reeleição do namorado de Fátima Bernardes. Túlio Gadelha tem luz própria e trata-se de um grande parlamentar da esquerda brasileira. Merece ser reeleito.

OS QUE NÃO QUISERAM PAGAR PRA VER O RESULTADO


AUGUSTO COUTINHO- o deputado federal Augusto Coutinho saiu do Solidariedade e abrigou-se no Partido Republicanos que possui dois deputados federais: Silvio Costa Filho e o Bispo Ossésio Silva. Um giro de 360 graus mas ainda corre riscos uma vez que não se sabe do tamanho da cauda e se de fato a sigla possui potencial para eleger os três deputados federais de mandato. A saída de Augusto Coutinho da antiga legenda, liberou o caminho para a chegada de Marília Arraes, que já formou o seu palanque e está em plena campanha para governadora de Pernambuco.

PASTOR EURICO- Filiado ao Patriotas onde tentou forma uma chapa pra Federal, o pastor Eurico em eleições passadas já chegou a atingir a legenda sozinho e se elegeu sem precisar de ninguém, porém na última eleição tomou um baita susto e sua votação caiu pela metade, mesmo assim se elegeu bem, porém frustrou a cauda que acreditava que ele levava mais dois para Brasília. Foi de fato uma surpresa em 2018, ninguém contabilizava na época essa baixa na votação do pastor Eurico, que se elegeu acima de 100 mil votos mas não repetiu 2014 quando passou de 200 mil sufrágios.


AMEAÇADO DE EXPULSÃO NO PSB POR EXCESSO DE VOTOS CLODOALDO MAGALHÃES DEU UM BALÃO NA FRENTE POPULAR DE PERNAMBUCO



CLODOALDO MAGALHÃES
- de todos, a história do atual deputado estadual e futuro deputado federal Clodoaldo Magalhães é a mais emblemática. Tendo sido praticamente expulso do PSB pelo próprio deputado federal Danilo Cabral, que agora faz juras de amor ao deputado e diz que tudo não passou de um grande disse me disse, uma fofoca interna que levou a interpretação errada dos movimentos. Diz a lenda que quando é “pra ser”, até quem quer atrapalhar ajuda. Foi isso que aconteceu com Clodoaldo Magalhães. O PSB queria atrapalhar e terminou ajudando pois Clodoaldo Magalhães saiu gigante desse embate e segue em busca da vaga na Câmara Federal onde ultrapassará fácil a barreira de 120 mil votos.


CLODOALDO MAGALHÃES 2- O deputado Clodoaldo Magalhães deu um giro de 360° graus e foi para o PV 43, onde terminou se transformando num “Cacique” da política pernambucana. Isso mesmo que você leu. No PV a dimensão de Clodoaldo foi multiplicado como nas equações matemáticas ( Um estudante utiliza o método cartesiano na resolução de equações matemáticas, como na equação de primeiro grau 40 + (3x – 2) = 2 (3x – 3) + 22, em que o objetivo é encontrar o valor do x.) o valor de X para o deputado Clodoaldo Magalhães é que agora ele mudou de patamar e virou Dirigente Estadual do Partido Verde que fará parte da Federação (coligação disfarçada): PT-PV-PC do B. Deixando a complexa equação matemática de lado o resumo é o seguinte: Clodoaldo Magalhães deu o “pulo do gato” se qualificou e foi para o patamar dos grandes, e exige respeito e merece atenção máxima. Esse é o jogo político, quem sabe jogar muda tudo e coloca de joelhos qualquer um que aparece no caminho. Está Clodoaldo praticamente eleito deputado federal. É isso aí.

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