quinta-feira, 1 de junho de 2023

Na Lupa 🔎 Quinta 01/06/23, Blog do Edney

BLOG DO EDNEY
NA LUPA 🔎 


Por Edney Souto.


A DIFERENÇA NO RELACIONAMENTO COM OS DEPUTADOS NA GESTÃO LULA EM RELAÇÃO AO PASSADO

Caros leitores dessa quinta-feira da coluna Na Lupa, vamos tocar em um tema que precisa ser muito observado aos que gostam de política e acompanham os fatos da vida nacional. Nós vamos analisar as diferenças entre as bases do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) nos seus dois mandatos anteriores e nesse atual que teve início em 2023. Tudo mudou, nada é mais como antes. Tudo, mas tudo mesmo. Vamos lá. 
NO PASSADO- Nos governos de Lula, a Câmara Federal e o Senado dependiam de cargos em estatais e empresas do serviço público para cooptar a sua base. Os deputados eram acostumados a comer o pão que o diabo amassou. Se fazia necessário ir até os ministros, marcar audiência e muitas vezes levarem chá de cadeira milimetricamente calculados. Deputado sofria e sofria muito. Prefeitos iam a Brasília de Pires a mão e voltavam lisos e ainda gastavam na viagem para absolutamente nada vezes nada. Era assim que se formava uma base com cargos e emendas que na maioria das vezes ficava só na promessa.

PASSADO 2- Quando muitos já estavam impacientes com esse tratamento eis que surge o malfadado mensalão. (O neologismo mensalão, popularizado pelo então deputado federal Roberto Jefferson, em entrevista que deu ressonância nacional ao escândalo, é uma variante da palavra "mensalidade", usada para se referir a uma mesada paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo). Deputados recebiam valores de acordo com a significância. A importância de cada um, por exemplo haviam deputados que recebiam R$ 20 mil reais por mês. Isso mesmo caro leitor. Isso virou um escândalo nacional e levou importantes nomes para a cadeia como o ex-ministro todo poderoso da Casa Civil, José Dirceu. Tudo desabou e veio a público através do ex-presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Roberto Jefferson que ficou nacionalmente conhecido por seu envolvimento no esquema de corrupção chamado de "mensalão", do qual participou e que foi o primeiro a denunciar pela Delação premiada.

PRESENTE 1- Os deputados entenderam que depender do executivo era uma situação de risco e resolveram trilhar o seu próprio caminho em matéria financeira. As coisas começaram a clarear ainda na presidência de Rodrigo Maia no comando da Câmara Federal, porém foi na gestão de Arthur Lira que os deputados chegaram a vias mais seguras para alimentar as bases políticas sem correrem riscos feito no passado. Surgiu as emendas de relator, apelidadas pela mídia como orçamento secreto. Antes vieram as emendas impositivas. Esses mecanismos não existiam nas duas gestões de Lula e hoje os deputados estão mais livres e independentes e carece habilidade do presidente e sua equipe para lhe dar com essa situação. Lula não está sabendo agir e atuar nesse novo cenário. 
ARTHUR LIRA - Arthur César Pereira de Lira é um advogado, agropecuarista, empresário e filiado ao Progressistas. Atualmente é deputado federal pelo estado de Alagoas, servindo como o 55º Presidente da Câmara dos Deputados. É considerado um dos líderes do bloco supra partidário conhecido como "centrão".  É de longe o mais habilidoso e preparado presidente da Casa. Tem a confiança dos deputados e conhece de cor o regimento interno. Age de forma pragmática e tem coragem e articulação. Lula não subestime Arthur Lira que o preço a pagar será alto. Disso até as paredes do Palácio do Planalto sabe bem. 

LULA PRECISA ACORDAR - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva precisa entender a diferença no relacionamento com o congresso nacional nessa nova etapa. Tudo mudou e agora na verdade o que funciona na prática e como
uma espécie de semi-presidencialismo (Semipresidencialismo, ou sistema executivo dual, é um sistema de governo em que o presidente partilha o poder executivo com um primeiro-ministro e um conselho de ministros, sendo os dois últimos responsáveis perante o poder legislativo do estado). Embora não seja um sistema oficial, é o mais próximo da realidade em que estamos vivendo na política de Brasília. 
DEPUTADOS HOJE- Não precisam nem ir aos ministérios, bastam que o relator do orçamento envie um simples ofício que os ministros tem a obrigação de liberar os recursos. E como bem colocou o jornalista Cláudio Humberto em sua recente entrevista na folha, os deputados atuais não estão dispostos a bancar aliados para cargos comissionados na esfera federal, pois não conseguem monitorar a gestão dos mesmos e se um deles fizer besteira a recaída será nas mãos de quem indicou. Em resumo, nem cargos estão mais na cobiça dos deputados, isso ficou no passado. Lula precisa urgentemente acordar e se atentar para as mudanças que ocorreram no legislativo. É isso aí.

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