quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Na Lupa Quinta 16/11/23, Blog do Edney

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Por Edney Souto

ASCENÇÃO E QUEDA DO PSDB NO PANORAMA BRASILEIRO 
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), emergido da cisão do MDB em 1988, reuniu figuras como Franco Montoro, José Serra, Mário Covas e Fernando Henrique Cardoso. Essa coalizão heterogênea de ideias, mesclando social-democracia, democracia cristã e liberalismo econômico, foi a base sólida que levou o PSDB ao sucesso. O emblemático Plano Real, liderado por Fernando Henrique Cardoso, marcou o início de uma era de ouro para o partido.
MAIS FIGURAS HISTORICAS -  O núcleo fundador do PSDB, composto também por Sérgio Motta, Magalhães Teixeira e Geraldo Alckmin, estabeleceu-se em São Paulo, agregando políticos de outros estados como Pimenta da Veiga, Eduardo Azeredo, José Richa, Artur da Távola, Célio de Castro, Afonso Arinos, Chagas Rodrigues, Almir Gabriel, Teotônio Vilela Filho, Aécio Neves, Arthur Virgílio, João Gilberto Lucas Coelho e Maria de Lourdes Abadia. Posteriormente, nomes como Tasso Jereissati e Ciro Gomes se uniram à legenda.
AUGE NACIONAL - O ano de 2010 marca o auge do PSDB, com cinco indicados pela Revista Época entre os cem brasileiros mais influentes, incluindo Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Aécio Neves, Geraldo Alckmin e Antonio Anastasia. O partido forma a terceira maior bancada na Câmara, com 53 deputados federais, e a terceira maior no Senado, com onze eleitos. Aloysio Nunes é eleito Senador por São Paulo com onze milhões de votos.
QUEDA NACIONAL - Entretanto, o PSDB começa a enfrentar desafios em 2021, ao anunciar uma prévia presidencial para escolher o candidato ao Planalto. A disputa entre João Doria, governador de São Paulo, e Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, resulta na renúncia de Doria devido à oposição interna. O partido, então, apoia a candidatura de Simone Tebet, tendo Mara Gabrilli como vice na chapa.
AUGE LOCAL - Sob a liderança de Sérgio Guerra, o PSDB expande sua influência em todo o Estado, especialmente na Região Metropolitana. Disputas eleitorais, como a campanha em Recife com Daniel Coelho e as vitórias em Jaboatão com Elias Gomes e em Ipojuca com Carlos Santana, consolidam a presença do partido. Bruno Araújo, então deputado, ascende a ministro das Cidades. O partido conquista três deputados federais e sete deputados estaduais, além de eleger 26 prefeitos.
ENCRUZILHADA - Essa jornada do PSDB, desde sua fundação até os desafios contemporâneos, reflete uma trajetória rica e complexa. A diversidade ideológica inicial, a expansão nacional e a liderança de figuras como Sérgio Guerra culminaram no auge em 2010. No entanto, as disputas internas e o cenário político atual colocam o partido em uma encruzilhada, demandando reflexões profundas para moldar seu futuro político.
FRAGILIZAÇÃO CRESCENTE - Entretanto, a ascensão do PSDB foi gradualmente minada por um desafio persistente: a dificuldade em construir uma oposição efetiva ao Partido dos Trabalhadores (PT). Essa lacuna estratégica permitiu o crescimento do bolsonarismo, consolidando sua força em 2018 e moldando o cenário das eleições de 2022. O Partido Liberal (PL) emergiu como um contraponto significativo, consolidando bancadas influentes tanto na Câmara quanto no Senado.
IMINENTE SAIDA DE RAQUEL - A iminente saída da governadora Raquel Lyra, destacada figura no PSDB, após quase oito anos de filiação, revela divergências profundas e questionamentos sobre a trajetória do partido. Sua decisão ocorre num momento crucial, gerando reflexões sobre o papel desempenhado pelo PSDB no controverso impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, um evento que deixou marcas profundas na política brasileira.
RACHA INTERNO - O PSDB enfrenta um racha entre duas figuras proeminentes, Eduardo Leite e Aécio Neves, ambos ansiosos pelo comando do partido. Esse duelo de visões adiciona complexidade às decisões futuras, pois Leite representa uma abordagem mais progressista e conciliadora, enquanto Neves mantém uma postura tradicional e conservadora.
DESPEJO NO SENADO - O despejo do PSDB da sala de liderança no Senado, símbolo de mais de duas décadas de ocupação, é uma metáfora contundente da fragilidade atual do partido. Com apenas dois senadores, o PSDB não atendeu às condições necessárias para manter essa estrutura, evidenciando a necessidade premente de uma redefinição estratégica para manter sua relevância no cenário político nacional.
ELEIÇÃO SUSPENSA - A suspensão da convenção em São Paulo, devido à falta de mobilização e organização, vai além de meras questões procedimentais. Este episódio destaca não apenas as divisões internas, mas também a urgência de uma reestruturação e mobilização efetiva. Revela a necessidade crítica de uma abordagem proativa e coesa dentro do PSDB.
ASSÉDIO DE RIVAIS - O PSDB enfrenta um assédio persistente de partidos rivais, que buscam atrair prefeitos e parlamentares tucanos. Esse cenário não apenas reflete o enfraquecimento político do PSDB, mas também sinaliza uma intensa movimentação de legendas de centro e direita em busca de consolidar suas bases. O objetivo vai além da mera expansão numérica, visando à formação de uma nova coalizão capaz de enfrentar os desafios políticos do país.
DIVERGÊNCIAS E CONFLITOS IDEOLÓGICOS - A atual fragilidade do PSDB é um reflexo direto das divergências ideológicas e estratégicas dentro do próprio partido. Enquanto alguns membros defendem uma abordagem mais conciliadora e de diálogo, outros buscam uma postura mais radical e confrontadora. Essas divergências têm dificultado a formação de uma linha unificada dentro da legenda.
CENÁRIO DESAFIADOR - Diante desse cenário desafiador, o PSDB tem se empenhado em costurar alianças com partidos menores. Essa estratégia não visa apenas à ampliação do leque de apoio, mas também à criação de um contrapeso à pressão exercida pelos partidos rivais. Uma rede de alianças busca fortalecer a posição do PSDB e manter sua relevância política em meio às turbulências.

ENCRUZILHADA - O PSDB, fundado em 1988, agora se encontra em uma encruzilhada política crucial. As escolhas feitas neste momento moldarão o futuro do partido. A reconfiguração política, as divergências internas e o racha entre Leite e Neves destacam a urgência de uma reflexão profunda sobre a identidade e os rumos do PSDB. O desafio não é apenas superar obstáculos, mas encontrar uma visão unificada que ressoe com os eleitores e restaure a confiança.
ALERTA - O despejo da sala no Senado, após duas décadas de ocupação, serve como um alerta contundente, indicando que o PSDB precisa não apenas de uma nova estratégia política, mas também de uma reorganização interna para se manter relevante no cenário político brasileiro. O assédio persistente de partidos rivais e a falta de mobilização em eventos cruciais demonstram a urgência de uma abordagem mais proativa e coesa. A liderança do PSDB, seja encabeçada por Leite, Neves ou outros, enfrenta o desafio não apenas de sobreviver, mas de construir um futuro político sólido e promissor. É isso aí!


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