quarta-feira, 25 de setembro de 2024

GILSON E DANIEL PEDEM CASSAÇÃO DE JOÃO

O clima eleitoral no Recife se intensificou com a recente ação movida pelos candidatos à Prefeitura Daniel Coelho (PSD) e Gilson Machado (PL) contra o atual prefeito João Campos (PSB). Ambos os opositores levaram ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) uma denúncia que, se acolhida, pode ter desdobramentos significativos na campanha do atual gestor. O cerne da acusação gira em torno do suposto uso da máquina pública para favorecer a candidatura de Campos e de seus aliados, em especial por meio do programa de creches conveniadas mantido pela prefeitura.

A alegação principal é que o programa, parte de uma política educacional voltada para a primeira infância, teria sido desvirtuado para angariar apoio político. Na visão dos denunciantes, as creches conveniadas estariam sob influência de vereadores, candidatos a vereador e cabos eleitorais de João Campos, o que configuraria um uso político-eleitoral dessas instituições. Um trecho da ação, apresentada pelo jurídico de Daniel Coelho, sublinha que "a utilização das creches conveniadas para angariar apoio político evidencia o desvio de finalidade na gestão do Programa Infância na Creche". Esse ponto é visto como central na tentativa de enfraquecer a legitimidade da candidatura do prefeito à reeleição.

Não apenas João Campos foi citado na ação. O atual candidato a vice-prefeito, Vitor Marques, e dois candidatos a vereador, Júnior de Cleto e Ozeias Paulo, também foram incluídos na denúncia, em uma tentativa de enfraquecer o grupo político que orbita em torno do PSB na capital pernambucana. O pedido feito à Justiça Eleitoral vai além da cassação da candidatura de João: caso ele seja reeleito, a oposição pleiteia que seus diplomas e mandatos sejam anulados e que ele fique inelegível por um período de oito anos, o que representaria um duro golpe em sua trajetória política.

Gilson Machado, além de coadunar com a ação de Daniel Coelho, fez um pedido adicional ao TRE. Ele solicita a devolução do seu tempo de guia eleitoral, indicando que, na visão de sua campanha, as irregularidades teriam prejudicado diretamente sua participação na disputa pela prefeitura. Tal solicitação adiciona uma camada extra de complexidade à ação, sugerindo que o impacto do suposto uso indevido da máquina pública pode ter alterado de forma significativa a equidade no acesso à propaganda eleitoral.

As suspeitas sobre a gestão das creches conveniadas não são novas e vêm sendo alvo de investigações por parte do Ministério Público do Estado de Pernambuco. Um inquérito civil foi aberto para apurar o possível uso político dessas instituições, e o Tribunal de Contas do Estado também iniciou uma auditoria para averiguar a regularidade do programa. Esses dois órgãos podem desempenhar um papel crucial no desenrolar dos fatos, especialmente se as investigações confirmarem as irregularidades apontadas na denúncia.

Nenhum comentário: