sábado, 21 de setembro de 2024

PREFEITO DE ITAMARACÁ ALEGA PERSEGUIÇÃO POR SUA INEGIBILIDADE A REELEIÇÃO

O prefeito de Itamaracá, Paulo Batista (Republicanos), enfrenta um momento crítico em sua trajetória política, após ser condenado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) a um ano de detenção por crime de responsabilidade. A decisão, proferida em segunda instância, está relacionada à contratação irregular de 550 servidores sem concurso público, ocorrida em 2015. Além da pena de detenção, a condenação trouxe como consequência a perda do cargo e a inelegibilidade do prefeito por cinco anos, o que, em teoria, o impede de concorrer à reeleição.

O episódio envolve um embate jurídico que pode ainda se estender, visto que o advogado de defesa de Paulo Batista sinalizou a intenção de recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar reverter a sentença. Essa possibilidade deixa em aberto o futuro político do atual gestor de Itamaracá, especialmente em um momento crucial em que ele se prepara para disputar mais um mandato, buscando se tornar o primeiro prefeito reeleito da cidade.

Diante do cenário desfavorável, a assessoria do prefeito se manifestou, atribuindo a condenação a perseguições políticas, uma narrativa recorrente em momentos de crise eleitoral. Segundo o comunicado, o corpo jurídico do prefeito está tomando as providências cabíveis para enfrentar o que consideram ataques, ligados ao bom desempenho de sua administração e à crescente aceitação popular de sua candidatura à reeleição. A nota destaca que o prefeito tem enfrentado uma série de manobras adversas justamente por estar em uma posição fortalecida na corrida eleitoral.

A questão da contratação de servidores sem concurso público remonta a uma prática antiga, que sempre esteve no radar da justiça e dos órgãos fiscalizadores. No caso específico de Paulo Batista, o fato de a ação ter ocorrido em 2015, quando ele ainda estava em seu primeiro mandato, levanta debates sobre a gestão de recursos e o respeito às leis que regem a contratação no serviço público. A decisão do TJPE reflete uma interpretação rigorosa dessas normas, o que coloca ainda mais pressão sobre a defesa do prefeito, que busca sustentar a tese de que houve equívocos na avaliação do caso.

Paulo Batista, desde que assumiu a prefeitura de Itamaracá, adotou um discurso voltado para a modernização da gestão pública e o desenvolvimento econômico da ilha, um dos principais destinos turísticos de Pernambuco. A sua administração tem sido marcada por projetos de infraestrutura e programas sociais que ganharam visibilidade nos últimos anos, especialmente entre a população de baixa renda. Contudo, a contratação sem concurso público permanece como uma sombra que o acompanha, questionando sua condução ética e legal dos processos administrativos.

Enquanto isso, no campo político, os adversários de Paulo Batista já começam a explorar a condenação como uma oportunidade para enfraquecer sua campanha à reeleição. O cenário eleitoral na Ilha de Itamaracá, que já se mostrava competitivo, ganha agora novos contornos, com a possível inelegibilidade do atual prefeito abrindo caminho para que outros nomes ganhem destaque no pleito de 2024. O impacto dessa decisão judicial ainda é incerto, mas a narrativa de perseguição política, impulsionada pela equipe de Paulo Batista, visa justamente mitigar os danos à sua imagem e manter sua base de apoio mobilizada.

Em paralelo, o eleitorado de Itamaracá, que tem acompanhado os desdobramentos do caso, pode ser decisivo na construção de uma resposta eleitoral a essas acusações. A população local, que vivencia as melhorias implementadas durante a gestão de Paulo Batista, pode optar por manter o apoio ao prefeito, desconsiderando os aspectos judiciais em nome da continuidade das políticas públicas que foram colocadas em prática.

Nos bastidores, o clima é de incerteza. A expectativa sobre o andamento do recurso no STJ e a capacidade de Paulo Batista de manter sua candidatura viável estão no centro das discussões.

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