quinta-feira, 31 de outubro de 2024

APESAR DA DESOBEDIÊNCIA PARTIDÁRIA, PDT NAO PRETENDE EXPULSAR CIRO

A cúpula nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) enfrenta pressões internas desde que o ex-governador Ciro Gomes decidiu adotar uma posição de neutralidade na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, em oposição ao apoio declarado da legenda ao prefeito eleito Evandro Leitão, do Partido dos Trabalhadores (PT). Essa postura de Ciro abriu uma fissura entre ele e lideranças regionais do partido, que passaram a pressionar pela sua expulsão. Entretanto, a executiva nacional do PDT interrompeu a articulação para o desligamento, afirmando que não há base formal que justifique tal medida.

O presidente nacional do PDT, André Figueiredo, declarou à CNN que não vê motivos para uma expulsão. Segundo ele, Ciro não cometeu qualquer infração aos princípios do partido que pudesse motivar um afastamento formal. Essa decisão pela manutenção de Ciro na sigla ilustra a tentativa de preservar uma certa coesão interna, mesmo diante das divergências políticas regionais. Contudo, o debate sobre a representatividade de Ciro dentro do partido foi intensificado em grupos de mensagens de lideranças da legenda, onde houve quem argumentasse que ele já não defende os valores centrais do PDT.

Em Fortaleza, o cenário eleitoral foi marcado pelo apoio da direção nacional do PDT ao prefeito eleito Evandro Leitão, do PT. Ciro, no entanto, e seus aliados preferiram apoiar o candidato André Fernandes, do Partido Liberal (PL), acentuando a divisão interna sobre a estratégia eleitoral. Esse descompasso reflete uma série de questões que ultrapassam as disputas locais e apontam para desafios mais amplos enfrentados pelo PDT.

O partido, que em anos anteriores teve significativo controle em administrações municipais, viu seu desempenho eleitoral se enfraquecer nas últimas eleições municipais. A quantidade de prefeituras sob comando do PDT foi reduzida de 314 para 151, evidenciando uma perda de força em âmbito nacional. Esse contexto desfavorável levou a sigla a buscar alternativas estratégicas para consolidar sua influência política. Entre as possibilidades discutidas, está a formação de uma federação com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que também registrou uma redução no número de prefeituras conquistadas.

A federação, caso concretizada, poderia trazer uma revitalização para ambos os partidos, que compartilham a necessidade de fortalecer suas bases e garantir uma presença mais significativa em cargos públicos. Esse movimento, além de representar um esforço pela sobrevivência política dos partidos, carrega o potencial de realinhar forças no cenário nacional em torno de agendas e princípios comuns, no intuito de consolidar uma nova estrutura de apoio mútuo no espectro político.

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