quinta-feira, 14 de novembro de 2024

LULA INSTITUI DIA NACIONAL DO MARACATU

A sanção presidencial que transforma o maracatu em um símbolo nacional marca um novo capítulo na história cultural brasileira. Na cerimônia realizada nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou a lei que institui o Dia Nacional do Maracatu, a ser comemorado em 1º de agosto, elevando a manifestação cultural pernambucana a um espaço de maior reconhecimento e reverência. Para Lula, o maracatu vai além do espetáculo: é uma memória viva, uma herança dos povos afro-brasileiros que ainda pulsa nas ruas, palcos e cortejos, com ritmos, cores e expressões que trazem consigo ecos de resistência e identidade.

Ao lado do presidente, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que o maracatu é “um grito de resistência”, representando uma tradição que resistiu ao tempo e às mudanças, enquanto se renovava e inspirava novas gerações de músicos e dançarinos. A proposta, fruto do empenho da ex-deputada federal Luciana Santos, agora ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, reafirma o compromisso com a preservação e valorização das vertentes do maracatu, conhecidas como maracatu nação e maracatu rural – ambas carregadas de história, ancestralidade e complexidade. Luciana Santos viu na instituição de um dia nacional uma oportunidade de impulsionar a memória desses fazedores de cultura, que há séculos carregam o peso e o orgulho dessa herança.

O maracatu, em suas origens e transformações, carrega consigo o símbolo de uma cultura híbrida e miscigenada, reconhecida pelo Iphan como Patrimônio Imaterial do Brasil. E esse reconhecimento é mais do que um título: é um testemunho da força de uma tradição que cruzou gerações e, hoje, inspira até mesmo grupos em outros países. Pernambuco, berço dessa expressão, celebra o 1º de agosto em homenagem a um de seus maiores mestres, Luís de França, do Maracatu Leão Coroado, uma figura que simboliza a luta e a devoção pela continuidade de uma cultura que não só representa a festa, mas carrega uma força histórica.

Lula, ao discursar, expressou que é essencial que o maracatu se torne “uma arte de conhecimento de todo o povo brasileiro”. O compromisso de seu governo é claro: dar visibilidade e espaço para a cultura popular, reconhecendo que expressões como o maracatu possuem o poder de unir e educar. Em cada baque, em cada toque de tambor, o maracatu reflete a união das raízes brasileiras – uma fusão entre a força africana e a vivência brasileira, algo que nem o tempo e nem a modernidade puderam silenciar. É essa história, feita de resistência e celebração, que agora encontra no 1º de agosto seu espaço oficial na identidade do Brasil.

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